Ficava ali, no “Meio da Vila.” Era um marco que assinalava uma era de progresso para o burgo. Um dia alguém entendeu retirá-lo dali e “sepultá-lo” no areal da Lagoa. Foi na década de quarenta do século XX que isso aconteceu. Não houve quem reclamasse porque ninguém estava disposto a contrariar a autoridade, dado que ela tinha todos os poderes...
Em reunião da Câmara de 16 de Novembro de 1896 deliberou a Vereação comprar candeeiros para alumiar a Vila. Para esse efeito, no orçamento para o ano de 1897, inscreveu a verba de
Em reunião da Câmara de 16 de Novembro de 1896 deliberou a Vereação comprar candeeiros para alumiar a Vila. Para esse efeito, no orçamento para o ano de 1897, inscreveu a verba de
250$000 (reis).
Em sessão de 8 de Agosto de 1898 deliberou a Câmara inscrever a verba de 30$000 para a compra de escadas, concerto de candeeiros, tesouras, toalhas e outras miudezas, e 80$000 para a compra de oito candeeiros. Na mesma sessão foi deliberado abrir concurso para o contrato do indivíduo que acendesse os candeeiros pelo espaço de um ano. Concorreu Joaquim Moniz Barreto, pelo preço de 7l$996 reis.
Em 1899 foi orçada a quantia de 130$000 para a aquisição de petróleo, mas não houve concorrentes.
Curiosamente, em sessão de 9 de Janeiro o novo presidente, comendador António Homem da Costa, propôs a redução de uma hora de iluminação por dia para que, com a economia resultante dessa medida, “se possa fazer a conservação e limpeza do cemitério, cuja despesa estava insuficientemente dotada no orçamento – passando a iluminação a terminar às 9 horas da noite”! Nesse ano o fornecimento de petróleo foi adjudicado, por 175 reis o litro, a Francisco da Rosa Vieira Júnior.
Em Junho de 1909 os serviços do Estado deixaram de acender as luzes do porto (dois candeeiros que serviam para dar às embarcações o enfiamento da “Carreira”. A Câmara viu-se obrigada a assumir esse encargo. E continuou a fazê-lo durante largo tempo, tendo já em 1940 adquirido dois lampiões grandes, que haviam pertencido a um veleiro transatlântico, para garantir esse serviço que, mais tarde, veio a ser assumido pela Delegação Marítima.
Em 1912 a iluminação Pública custou 215$000 e em 1916 foi orçada, para essa despesa, a importância de 164$000. O orçamento de 1916 foi de 136$000.
Em sessão de 2 de Agosto de 1910 a Câmara tomou conhecimento da oferta, pela Câmara Municipal da Horta, que passou a dispor de iluminação eléctrica, de um candeeiro de petróleo por incandescência de força de mil velas, afim de ser colocado nesta Vila. Foi esse candeeiro colocado no centro da Vila (Praça) mas deixou de funcionar quando um indivíduo, doente mental, resolveu partir os candeeiros da iluminação pública, o que levou a Câmara a suspender a iluminação. Ainda recordo os candeeiros nas paredes das casas das ruas da vila, mas sem actividade. No entanto o lampião, como era conhecido o candeeiro colocado na Praça, era um marco para os adolescentes das décadas de vinte , trinta e até quarenta.
Quando foi instalada a rede da iluminação eléctrica, a cargo da Empresa Eléctrica Lajense, constituída por escritura de 11 de Outubro de 1930, o alto e elegante candeeiro, passou a ser iluminado a electricidade, produzindo excelente efeito para a vila.
Hoje a praça (actual Largo Gen. Lacerda Machado) está deficientemente iluminada. Faz falta um ou mais candeeiros no seu centro agora que o respectivo pavimento foi remodelado e modernizado. Seriam peças decorativas interessantes, já que a iluminação daquele espaço é feita, simplesmente, com candeeiros fixados nas paredes laterais. E seria até uma maneira de se pensar em melhorar a iluminação do frontispício da Matriz, como acontece por essas cidades, vilas e até freguesias da chamada Região, fazendo-se previamente a pintura daquele monumental edifício, como merece.
Será que esta lembrança vai merecer acolhimento?
Vila das Lajes, 1 de Agosto de 2004
Ermelindo Ávila
Em sessão de 8 de Agosto de 1898 deliberou a Câmara inscrever a verba de 30$000 para a compra de escadas, concerto de candeeiros, tesouras, toalhas e outras miudezas, e 80$000 para a compra de oito candeeiros. Na mesma sessão foi deliberado abrir concurso para o contrato do indivíduo que acendesse os candeeiros pelo espaço de um ano. Concorreu Joaquim Moniz Barreto, pelo preço de 7l$996 reis.
Em 1899 foi orçada a quantia de 130$000 para a aquisição de petróleo, mas não houve concorrentes.
Curiosamente, em sessão de 9 de Janeiro o novo presidente, comendador António Homem da Costa, propôs a redução de uma hora de iluminação por dia para que, com a economia resultante dessa medida, “se possa fazer a conservação e limpeza do cemitério, cuja despesa estava insuficientemente dotada no orçamento – passando a iluminação a terminar às 9 horas da noite”! Nesse ano o fornecimento de petróleo foi adjudicado, por 175 reis o litro, a Francisco da Rosa Vieira Júnior.
Em Junho de 1909 os serviços do Estado deixaram de acender as luzes do porto (dois candeeiros que serviam para dar às embarcações o enfiamento da “Carreira”. A Câmara viu-se obrigada a assumir esse encargo. E continuou a fazê-lo durante largo tempo, tendo já em 1940 adquirido dois lampiões grandes, que haviam pertencido a um veleiro transatlântico, para garantir esse serviço que, mais tarde, veio a ser assumido pela Delegação Marítima.
Em 1912 a iluminação Pública custou 215$000 e em 1916 foi orçada, para essa despesa, a importância de 164$000. O orçamento de 1916 foi de 136$000.
Em sessão de 2 de Agosto de 1910 a Câmara tomou conhecimento da oferta, pela Câmara Municipal da Horta, que passou a dispor de iluminação eléctrica, de um candeeiro de petróleo por incandescência de força de mil velas, afim de ser colocado nesta Vila. Foi esse candeeiro colocado no centro da Vila (Praça) mas deixou de funcionar quando um indivíduo, doente mental, resolveu partir os candeeiros da iluminação pública, o que levou a Câmara a suspender a iluminação. Ainda recordo os candeeiros nas paredes das casas das ruas da vila, mas sem actividade. No entanto o lampião, como era conhecido o candeeiro colocado na Praça, era um marco para os adolescentes das décadas de vinte , trinta e até quarenta.
Quando foi instalada a rede da iluminação eléctrica, a cargo da Empresa Eléctrica Lajense, constituída por escritura de 11 de Outubro de 1930, o alto e elegante candeeiro, passou a ser iluminado a electricidade, produzindo excelente efeito para a vila.
Hoje a praça (actual Largo Gen. Lacerda Machado) está deficientemente iluminada. Faz falta um ou mais candeeiros no seu centro agora que o respectivo pavimento foi remodelado e modernizado. Seriam peças decorativas interessantes, já que a iluminação daquele espaço é feita, simplesmente, com candeeiros fixados nas paredes laterais. E seria até uma maneira de se pensar em melhorar a iluminação do frontispício da Matriz, como acontece por essas cidades, vilas e até freguesias da chamada Região, fazendo-se previamente a pintura daquele monumental edifício, como merece.
Será que esta lembrança vai merecer acolhimento?
Vila das Lajes, 1 de Agosto de 2004
Ermelindo Ávila
in, Figuras & Factos II vol.,2005
Sem comentários:
Enviar um comentário