terça-feira, 24 de abril de 2012


AS TROPAS LIBERAIS

Ocorrem, no dia 21 do corrente mês de Abril, cento e oitenta e um anos que as tropas do Conde de Vila Flor, ao serviço da Causa Liberal, desembarcaram no porto de Santa Cruz das Ribeiras.
Foi também naquele porto, que porto ainda não era, que os companheiros de Fernão Alvares Evangelho, depois de O haver deixado no penedo negro, à entrada da enseada do Castelete desta vila, e se haverem feito ao largo, porque o mar se levantou e não permitiu que mais ninguém saltasse para terra, meses passados para ali se dirigiram e desembarcaram.
O Conde de Vila Flor desembarcando a sua tropa em Santa Cruz pretendia alcançar o porto da Madalena a fim de se dirigir à Horta, para desapossar daquela então Vila, a administração de Dom Miguel.
No dia seguinte ao desembarque, passando nesta vila, determinou ao juiz pela lei, que, “no dia 22 pelas dez horas da manhã, reunida a Câmara, se faria imediatamente trancar o auto de juramento prestado ao usurpador, aclamando a Rainha, sra. D. Maria II como rainha de Portugal”.
Sobre este feito diz Lacerda Machado (1) :
Estando nas Lages, em abril de 1831, a divisão liberal constituída pelo Conde de Vila Flor, depois Duque da Terceira, foi por este encarregado de prover as subsistências da divisão durante a estada das tropas na ilha, missão delicada, porque as populações sentindo na consciência o pecadinho da afeição pelo Senhor D. Miguel, fugiam à aproximação das forças liberais. O capitão Manuel Machado Soares, cavaleiro infatigável, percorreu pessoalmente as povoações próximas e todas aquelas por onde a divisão devia passar, para com a sua presença incutir confiança, prevenindo ao mesmo tempo as casas que tinha forno para que tivessem à porta, a horas certas, uma fornada de pão, ou bolo à moda da ilha, no que foi prontamente atendido, desempenhando assim cabalmente o difícil encargo.” (1)
Um outro facto não menos importante, ocorreu na ocasião do desembarque das tropas liberais, e conta o historiador lajense :
“... um dia em S. Jorge, Manuel Joaquim Noronha, natural da Terceira. passeando com um camarada pela povoação da Beira, junto das Velas, avistaram dois indivíduos que, para se encontrarem com eles, mudaram de rumo. – Tendo bastou par he fazerem fogo. Um (que era frade) caiu logo morto o outro – o fidalgo Miguel Teixeira, tenente-coronel de milícias, foi crivado de baionetadas.
Quando as tropas liberais desembarcaram em Santa Cruz e marchando em direcção às Lajes, ao passarem em frente da casa do capitão José Bettencourt da Silveira, este saiu-lhe ao encontro e convidou o Conde de Vila -Flor e seu estado-maior a tomar uma refeição.
No decorrer da refeição, Manuel Homem de Noronha, que fazia parte do grupo, ao encher o copo de vinho, quis saudar o dono da casa e perguntou-lhe o nome. O Noronha recuou e insistiu, confirmando o Bettencourt que esse era o seu nome. E foi então que o Conde interveio, dizendo que havia muitas Marias na terra. Julgava o Noronha ter na sua frente o Bettencourt das Velas. Assim ficou o caso sanado. (2)
Nas actas das Vereações das Lajes encontram-se os autos de aclamação de D. Miguel em 9 de Setembro de 1828 e o de D. Maria II, em 22 de Abril de 1831.
Num escrito anterior dizia: “E parece que o povo não recebeu bem a imposição do Conde de Vila Flor, pois não foram tão categorizados e numerosos os signatários do auto de aclamação da Rainha.”(3)
Um parte das tropas seguiu das Lajes até à Madalena, para embarcarem para o Faial, enquanto outra, caminhando pelo lado Norte, embarcou em S. Roque para as Velas.
Na memória das gentes ficaram os actos de vandalismo praticados pelas tropas do Conde de Vila Flor, mais tarde Duque da Terceira. Do Faial a armada ao comando do Conde de Vila Flor, rumou a S. Miguel, que ainda estava sob o domínio de D. Miguel, onde as tropas liberas desembarcam a 1 de Agosto de 1831.
Uma vez em Porto Formoso, o Conde de Vila Flor verificou que os miguelista haviam tomado posições magníficas, ocupando as encostas sobranceiras à freguesia, principalmente na Ladeira da Velha. O Conde manda então suas tropas fazerem um movimento envolvente parecendo abandonar a estrada da Ribeira Grande. Assim consegue que as tropas miguelistas se alarguem e enfraquecem e logo que viu o alto da Ladeira da Velha pouco guarnecido faz avançar uma forte coluna pelo que os miguelistas se viram entre dois fogos. - Foi um desastre para as tropas de Sousa Prego (capitão - general miguelista), pelo que o Conde de Vila Flor segue triunfante para a Ribeira Grande e para Ponta Delgada.”(4)
Foi em Ponta Delgada que D. Pedro, Duque de Bragança, promulgou no dia 17 de Maio de 1832, a extinção dos conventos e colegiadas do distrito da Horta. (5)
Dali seguiram para o Porto, saindo triunfantes da batalha de Mindelo.
A passagem pelo Pico, e naturalmente pelas outras ilhas, não foi pacífica. Daqui levaram muitos rapazes que incorporaram nas suas tropas. E outros mais não foram porque se haviam refugiado nos matos, nas casas de abegoaria. Mais tarde, aqueles que escaparam, voltaram à terra. Um deles, o Pereira Soldado, quase chegou a nossos dias... O Ano da Tropa não ficou esquecido por picoenses. Anos e anos, os mais idosos falavam dessa época com algum pavor.
As Lutas Liberais ocorreram há 180 anos. No porto de Santa Cruz das Ribeiras não se encontra ali assinalado o desembarque das Tropas Liberais, e merecia-o. É ainda tempo que isso se faça, pois trata-se de um acontecimento histórico, numa freguesia onde não abundam factos semelhantes. Demais, nestes tempos de vida administrativa em que se discute a existência de algumas freguesias nacionais e regionais...
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1) F.S .Lacerda Machado - “OS Morgados das Lages” – 1915 – pág. -17
2) F.S. Lacerda Machado – “Os Capitães Mores das Lages” - 1915-, pág.69
3) E . Ávila – “Figuras e Factos . Notas Históricas” Vol. I- 1993– pág. 160
4) Carreiro da Costa – Esboço Histórico dos Açores”, 1978, pág.153/4
5) A-L- Silveira de Macedo, “História das Quatro Ilhas...” II Vol. 1871 - pág 511.
Vila das Lajes,
9 de Abril de 2012.
Ermelindo Ávila
(Escrito de acordo com a antiga ortografia)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Notas do meu cantinho

AS COROAÇÕES

Em épocas não muito afastadas a freguesia da Santíssima Trindade (hoje constituindo duas paróquias independentes) celebrava as Domingas do Espírito Santo, ou seja aqueles domingos que se situavam entre o Domingo de Páscoa e o Domingo do Pentecostes.

A paróquia estava dividida em núcleos e cada um deles tinha um grupo de “Irmãos” que “levavam a Coroa”, de cinco em cinco anos. Ainda hoje os lugares da Almagreira e das Terras cumprem esse voto. E são sempre as mesmas famílias que sorteiam entre si os domingos em que devem “levar o Senhor Espírito Santo” à Igreja, para usar as denominações populares.

Este ano é o “ano das Terras”. Já foram sorteados os domingos e já principiaram a fazer-se os convites para cada domingo. Aqui há anos, era limitado o número de convidados: apenas os “Irmãos”, os familiares e alguns amigos. Presentemente, os convites são feitos a centenas de amigos e conhecidos.

Lacerda Machado assim se refere às domingas: “Os festejos das domingas consistiam apenas em missa cantada e coroação, em seguida às quais o mordomo oferecia jantar aos colegas das outras Domingas e pessoas convidadas”(1)

A preparação das festas começa, normalmente, cinco anos antes, quando acaba o ciclo festivo duma época.

Para cumprir estes votos os habitantes daquele próspero lugar construíram um grande e espaçoso salão que pode receber mais de mil convivas no jantar do Espírito Santo. Substitui um pequeno espaço, construído há anos para sede da sociedade recreativa, Alegria no Campo, então constituída.

Mas não se ficou pelo salão, um dos melhores, em espaço e arranjos interiores da ilha do Pico. Profundamente católicos os habitantes do lugar edificaram também uma ampla ermida ou igreja, dedicada ao Coração de Maria, nela tendo sido entronizada a Imagem de Santo Isidro, patrono dos agricultores.

Havia ali bons pedreiros e oficinas de ferreiro e alguns carpinteiros. Os que não se empregavam nesses ofícios, trabalhavam na agricultura. As mulheres dedicavam-se quase só aos serviços domésticos e, quando disponíveis, auxiliavam os familiares nos campos.

Alguns emigraram. Lembro John Phillips, que se tornou célebre na luta contra os índios e que hoje é considerado um dos heróis americanos.

Actualmente, a população do lugar é uma das mais prósperas da ilha. Vive feliz e desafogadamente das suas lavouras e em completa harmonia. Segundo sei, ali não há casos de tribunal, o que é uma honra para as suas gentes.

Tenho muita simpatia por aquele lugar e pelas suas gentes. Foi ali que iniciei a Instrução Primária quando uma tia paterna. Aurora Leopoldina Ávila, iniciou a sua profissão de professora do Ensino Primário.

Há muitos anos lá se fixou, pelo casamento, um tio-avô materno, que deixou larga descendência. Ainda hoje, encontro vários primos que me dispensam afectuosa amizade, a qual bastante aprecio e estimo.

E porquê o topónimo Terras? Porque ali estão os melhores terrenos de semeadura da freguesia e, porque não?, da ilha. Antigamente era o celeiro. Tinha milho em abundância que servia de moeda de troca. Todos os anos víamos serrados de trigo mas principalmente no ano das Coroações e ainda lá existem diversas eiras que serviam para a debulha. Um dia de festa para famílias e amigos.

Hoje não se vêm serrados com trigo e poucos há de milho. Os terrenos quase só produzem ervas e milho para silagem destinada à sustentação do gado leiteiro, pois as Terras tem várias e amplas manadas, que dão bons rendimentos.

Com este singelo registo fica a minha modesta homenagem ao laborioso Povo das Terras, como disse, uma grande parte meus parentes.

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Lacerda Machado: “História do Concelho das Lages”1936 .

Vila das Lajes,

Março de 2012

Ermelindo Ávila

(Escrito de acordo com a antiga ortografia.)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A GRANDE SEMANA

NOTAS DO MEU CANTINHO


Na gíria popular era a “semana dos nove dias”. E uma razão havia para que as pessoas assim pensarem: na Quinta-feira santa ou Quinta-feira maior as cerimónias litúrgicas decorriam da parte da tarde. Assim, a parte da manhã ficava livre para quaisquer serviços. Na Sexta-feira santa as cerimónias decorriam, normalmente, da parte da manhã, com a Missa dos Pré-santificados e a Procissão de enterro. A parte da tarde ficava livre.

A Igreja era decorada com panos negros, as imagens cobertas e as janelas tapadas.

Mas tudo era feito com ordem e respeito. O povo acorria às cerimónias litúrgicas com notável afluência e enorme sentimento. Quando criança, lembro-me que, quando a matraca dava o sinal, as pessoas, num gesto de sentimento, batiam com as mãos nas caras e algumas choravam, o que não deixava de me impressionar.

Na noite da quinta para sexta-feira, o Santíssimo ficava exposto no trono do altar mor (refiro a igreja de S.Francisco onde funcionaram provisoriamente os serviços paroquiais). A Irmandade do Santíssimo tinha a seu cuidado a adoração permanente, mesmo durante a noite, revezando-se os irmãos conforme ordem pré-estabelecida.

No sábado de Aleluia, ou dia da ressurreição do Senhor, as cerimónias revestiam-se de grande esplendor. Ao cantar do Glória in excelsis Deo, pelo celebrante, a filarmónica, postada no coro alto, rompia com uma marcha, os sinos repicavam, o órgão dava os primeiros acordos e o coro ou capela continuava depois com o canto litúrgico. As imagens eram descobertas e as cortinas das janela caíam. Tudo em simultâneo e com o máximo respeito. Do coro alto e do coreto, crianças da catequese espalhavam, sobre a assistência, pétalas de flores e um dos serventuários levava em bandeja, aos sacerdotes e acólitos e membros do coro, pequenos ramos de flores em belos arranjos de D. Virgínia de Lacerda, uma artista de rara sensibilidade, substituída mais tarde por D. Maria da Encarnação Bettencourt, sua distinta discípula.

(Só depois dos sinos tocarem festivamente, anunciando a Ressurreição do Senhor, é que era permitido aos rapazes o jogo do pião).

No domingo da Ressurreição, manhã cedo, a Filarmónica Artista (extinta nos anos trinta) percorria as ruas da vila tocando uma marcha ligeira. A seguir, saía a procissão da Ressurreição, com o Santíssimo, descendo à rua Direita, e só quando regressava ao templo era dado início à Missa da Ressurreição.

Afinal, quatro dias de celebrações solenes às quais não faltavam os fiéis, depois de uma Quaresma cumprida com recolhimento e alguma penitência.

(O domingo de Páscoa era o dia escolhido pelas senhoras para estrearem os seus trajes festivos de verão. Os homens continuavam a trajar os habituais fatos domingueiros, como diziam).

A celebração da Semana Santa só tinha lugar na Matriz das Lajes, nela tomando parte os sacerdotes das outras paróquias da ouvidoria. Ficaram na memória do povo as Matinas da Sexta-Feira Santa. Era executada uma partitura que se dizia ser da autoria do célebre P. Joaquim Serrão.

Mas não só nas Lajes era celebrada a Semana Maior. Lembro o que eram as cerimónias da semana Santa na Sé de Angra. A cidade toda acorria à Sé e o clero ali se reunia para colaborar nas cerimónias. Na Quinta-feira da parte da manhã, havia a Missa para a bênção dos óleos sacramentais, que depois eram distribuídos por todas as paróquias da Diocese. Nessa Missa Crismal tomava parte, obrigatoriamente, todo o clero da Ilha.

Na Adoração da Cruz, na Sexta-Feira Santa, o Bispo, quando presidia, e os cónegos – naturalmente que eram os primeiros – caminhavam até junto do Crucifixo, em meias e com capas pretas com cauda.

Na Quinta e Sexta-feira Santas também eram cantadas Matinas solenes, com Partituras que constava serem do Pe. Serrão. Certo é que um dos órgãos da Sé havia sido construído pelo Pe. Serrão, notável organista e compositor, natural de Setúbal e falecido em Ponta Delgada, em 1877, onde havia residido vários anos.

Todavia tudo foi simplificado pelo Concílio Vaticano II, mas não tanto como em alguns lugares acontece. E talvez por isso os fiéis católicos deixaram de frequentar as diversas cerimónias da Semana Santa com a assiduidade com que antigamente o faziam.

Vila das Lajes do Pico

Domingo de Ramos de 2012

Ermelindo Ávila

(Escrito de acordo com a antiga ortografia)

terça-feira, 3 de abril de 2012

EM JEITO DE SONHO...

NOTAS DO MEU CANTINHO



Acordei um pouco sobressaltado com o estrondear de um foguetão. Levantei-me, precipitadamente, e corri para a torre da minha modesta residência na esperança de, da janela que dá para o Oceâno, ver uma vez ainda as gasolinas e as canoas saírem pela carreira fora, rumo a oeste.

Na Terra da Fôrca, junto ao velho moinho, o Vigia já devia ter hasteado, com certeza, a bandeira preta, sinal de baleia à vista.

A manhã ia nascendo mas o sol não aparecia ainda no alto das ladeiras.

As pessoas estavam ainda recolhidas quando a bomba, lançada pelo Vigia, estrondeou no ar. Foi uma surpresa. Há muito que na minha terra não se ouvia sinal de baleia. Os poucos botes, que restaram da distribuição graciosa por outros portos, estavam recolhidos nos barracões para servirem em regatas e as lanchas, apenas duas, ancoradas na Lagoa, há muito que não punham os motores em serviço.

Como podia ser possível haver sinal de baleia? Nem sabia responder. Sei que era o antigo sinal e, naturalmente, que as baleias deviam andar por perto.

Os ribeiras e os calhetas já deviam andar fora. O sol por lá aparece mais cedo. Era natural que assim fosse.

Os botes do Mestre José Faidoca, do Manuel Alfaiate, do Domingos Saltão; e também os do João Tavares, do António Medina, e do António Garcia com certeza que estavam a aproximar-se da baía das Lajes

Mas, afinal, por mais que da janela da minha torre espreitasse os botes e lanchas das Lajes, que deviam estar a sair pela carreira que liga a lagoa ao alto mar, não apareciam. Esperei...

E quando me mantinha com o binóculo em punho, na expectativa, de os botes saírem, nada via.

Algum tempo depois um barco semi - rijido motorizado, saía a carreira, levando um grupo de indivíduos: homens e mulheres. Foi então que despertei do meu sonho e verifiquei que eram turistas, de qualquer nacionalidade que, conduzidos pelos operadores/ armadores, iam ver as baleias e os golfinhos, como agora tratam os moleiros e as toninhas, que se encontravam no seu habitat, descuidados e felizes, a viver, calmamente, e a alimentar-se dos peixes que os homens deviam utilizar nas suas ementas mas que agora, a pesar das diligências dos pescadores, nem aparecem nos pesqueiros habituais...

Afinal, sofri uma amarga desilusão... Verdade que já não se arria à baleia há muitos anos, nem há baleeiros em terra. Foram desaparecendo com o rodar dos anos... As gerações novas nem sabem o que era essa actividade marítima que muito contribuía para o equilíbrio económico desta terra que ainda denominam de “terra de baleeiros”. Mas isso foi no passado. Se Raul Brandão cá voltasse já não escreveria uma parte do que disse em “Ilhas Desconhecidas: “Casinhas negras aglomeradas, uma grande solidão e uma grande tristeza. A costa forma baía, fechada de um lado por um desconforme penedo. Lajes é a terra dos baleeiros – seis armações, duzentas pessoas empregadas na pesca. A casa do vigia fica lá no alto num caminho abandonado, num sítio que se chama Terra da Forca.(...) Tudo aqui cheira a baleia e está besuntado de baleia, tudo o que se come sabe a baleia, que é derretida em grandes caldeirões para lhe extraírem o óleo. – Pergunto: - Vocês não sentem isto? Este cheiro horrível? – Este cheiro cheira-nos sempre bem. É sinal de dinheiro”.

E assim era! Todavia, hoje a vila voltou a ser de “...uma grande solidão e uma grande tristeza.” Os baleeiros, vindos da Ribeira do Meio, já não esperam o sinal de baleia no “balcão da Emília”,nem os da Vila nas banquetas junto das antigas “casas dos botes”, – agora Museu dos Baleeiros, frente à rampa da Lagoa, também desaparecida. A Lagoa está transformada em pequena marina onde ainda estacionam alguns barcos de pesca além de outros de recreio e aqueles que levam os visitantes até ao ”santuário das baleias

Pois se até a “Pesqueira” desapareceu...

Fico por aqui e volto ao remanso do meu cantinho para continuar estes rabiscos. Até quando? Só Deus o sabe!...

Vila Baleeira.

13-03-2012

Ermelindo Ávila

Escrito de acordo com a antiga ortografia