tag:blogger.com,1999:blog-49792482415332775832024-03-12T22:25:18.098-01:00Notas do meu retiro - Ermelindo Ávila (1915-2018)Crónicas do escritor, investigador e jornalista picoenseUnknownnoreply@blogger.comBlogger531125tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-12016425613638112452020-02-01T18:43:00.003-01:002020-02-01T19:04:40.506-01:00ANGRA DOS ANOS TRINTA<br />
<br />
Lembrei-me, caros leitores, que era importante recuperar algumas das crónicas escritas por meu pai.<br />
<br />
<br />
Esta tem um cunho especial: foi feita a meu pedido para que ele recordasse os seus tempos de estudante no Seminário de Angra, precisamente nessa década. Por acaso, não se encontrava neste blog.<br />
<br />
NOTAS DO MEU CANTINHO<br />
<br />
Até meados do século XX, as ilhas açorianas eram terras quase ignoradas. Poucos eram os contactos que as suas gentes tinham com o exterior e, muitos açorianos nasciam, viviam e morriam sem conhecer a ilha que lhes ficava fronteira.<br />
<br />
<br />
A navegação era escassa, pois os dois barcos da Empresa Insulana de Navegação que explorava a rota Lisboa – Madeira - Açores só saíam da capital duas vezes no mês. Por cá, inicialmente, eram os vapores de doze e de vinte e oito, dias em que chegavam a esta ilha. <br />
<br />
<br />
Raramente, um dos barcos da Frabe Line – normalmente o “Sinaia”, passava no porto de Angra, pois a sua rota era Providence, (nos Estados Unidos) – Horta - Ponta Delgada - Lisboa. <br />
<br />
<br />
Uma vez passou em Angra o “Saturnia” e o jornalista, convidado pela agência a visitar o barco, escrevia, admirado: É uma verdadeira cidade flutuante. Foi tal o assombro que lhe causou o luxo do transatlântico.<br />
<br />
<br />
Valiam os barcos do Pico que, no verão, percorriam as ilhas do Grupo Central e Oriental. Primeiro a lancha “Calheta” e, depois, o “Ribeirense”, a seguir o “Andorinha”, para terminar no “Terra Alta” – “Terrialta” como vulgarmente era conhecido. E que alegria causava aos picoenses, ou picarotos, residentes em Angra, a chegada de um barco do Pico! Mas muitos dos angrenses também não faltavam, principalmente, para receberem notícias de S. Jorge a que alguns estavam ligados ou somente para assistir ao movimento do porto. <br />
<br />
<br />
Certa ocasião, o “Andorinha” preparava-se, ao entardecer, para viajar para Ponta Delgada. Estava acostado ao Cais do Porto de Pipas. Terminada a manobra, iniciou muito lentamente a marcha e ia rodando a ponta do Cais, rumo a S. Miguel, quando um cavalheiro, caminha para a beira do molhe e diz: Mestre José Gaspar, pode trazer-me de S. Miguel uma dúzia de laranjas? Sim, Sr. João Baldaia, foi a resposta. Este um caso apenas de entre muitos outros idênticos.<br />
<br />
<br />
Angra, apesar do isolamento, era uma cidade onde ainda existia e se respeitava certa aristocracia. Ainda conheci algumas senhoras irem à Missa dominical da Sé em coche puxado por dois lindos cavalos e com cocheiro de chapéu de pelo e luva branca.<br />
<br />
<br />
Mas, mau grado o isolamento com o exterior, Angra tinha uma vida social e cultural intensa. Além de Famílias distintas que conservavam com certo orgulho as tradições do seu passado, tinha um ambiente cultural distinto, mercê das personalidades que por lá existiam. <br />
<br />
<br />
Não dispunha, ao tempo, de grandes estabelecimentos comerciais mas tinha diversos e de variados ramos. A Loja do Atanásio era o centro de reunião da melhor sociedade angrense. Na Livraria Editora Andrade, à rua Direita, reuniam os intelectuais. E recordo o Tenente Coronel José Agostinho, o Dr. Luís da Silva Ribeiro, o Dr. Henrique Braz, o escritor Gervásio Lima, o Dr. Francisco Lourenço Valadão Jr., Maduro Dias, João Costa Moniz, Raimundo Belo, Dr. Cândido Forjaz, Dr. Manuel de Sousa Menezes, e tantos outros, que ali publicavam seus livros, apreciavam as recentes publicações e analisavam a vida intelectual. <br />
<br />
<br />
E havia comerciantes de grande prestígio. Recordo Manuel Borges de Ávila, Manuel Magalhães, Basílio Simões, casa de atacados, e moagem de farinação de trigo e o sr. Pereira, da Rua Direita, o Lourenço. E tantos mais.<br />
<br />
<br />
Luís Ribeiro, além de advogado, funcionário administrativo e etnógrafo distinto, era um grande violinista e crítico musical. E falando de música, lembro Tomás Borba, Henrique Vieira, com a sua orquestra, o Pe. José de Ávila e o orfeão do Seminário, estabelecimento de ensino de grande prestígio cultural pelos Mestres de que dispunha: Dr. Bernardo Almada, Dr. José Pacheco Bettencourt, Dr. Cardoso do Couto, Dr. António Vasconcelos, Dr. Garcia da Rosa, Cónego Pereira, Pe. Costa Ferreira e outros mais.<br />
<br />
<br />
Desse prestigiado grupo de intelectuais surgiu mais tarde o Instituto Histórico da Ilha Terceira, presidido pelo Dr. Luís da Silva Ribeiro.<br />
<br />
<br />
Mas a cidade não se ficava pelos seus habitantes e actividades económicas, sociais ou literárias. Eram notáveis as reuniões do Clube Musical, do Lawn Tennis Club ou da Cozinha Económica, para não referir o Teatro Angrense. <br />
<br />
<br />
Subir à estrada de S.to António do Monte Brasil, ou à Memória; deixar para trás o histórico burgo e entrar no Jardim Público e acolher-se às suas frondosas árvores ou gozar o perfume deleitante do imenso roseiral que vicejava no relvado viçoso e lindo, além de outras espécies raras, tudo carinhosamente cuidado pelo antigo jardineiro, uma pessoa simpática e acolhedora, e, ao domingo, assistir aos magníficos concertos da Banda Militar; voltar às ruas do histórico burgo e ir até ao Pátio da Alfândega e aí encontrar alguns amigos ou conterrâneos, que os havia, gozar o espectáculo das bonançosas águas da esbelta baía ou tentar assistir à chegada de algum barco do Pico, anunciado pelo “facho”, e portador de alguma notícia familiar; quem não recorda esta cidade que, justamente, é hoje Património Mundial?<br />
<br />
<br />
Angra do Heroísmo era assim nos anos trinta. Recordo-a com um misto de saudade, embora nem tudo nem todos possa aqui lembrar. São passados tantos anos...<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Lajes do Pico,<br />
<br />
<br />
Julho de 2014.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Ermelindo ÁvilaUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-18766781437249777842018-06-03T19:10:00.002+00:002018-06-03T19:10:36.566+00:00Biobibliografia de Ermelindo Ávila<br />
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b> </b></span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><b>Ermelindo
Ávila</b></span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">
(de seu nome completo: Ermelindo dos Santos Machado Ávila), nasceu
na vila das Lajes do Pico (Açores), a 18 de Setembro de 1915. Faleceu a 25.05.2018. Filho de Elvira Ermelinda dos Santos Madruga,</span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">
n. a 31.01.1893 e f. a 25.09.1980, e de Francisco Machado Ávila, n.
a 14.08.1895 e f. a 21.05.1968.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Casou
nas Lajes do Pico em 15.02.1943, com </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Olga
Lopes Neves</b></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">, n. a
12.08.1914 e f. a 28.06.1982, filha de Mariano Emílio Lopes Neves e
de Maria Soares Ávila, onde reside.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">Do
casal nasceram nove filhos: Paulo Luís, Helena Maria, Maria da
Graça, José Gabriel, António Manuel, Rui Pedro, Carlos Emílio,
Maria Angela e Olga Maria.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>
</i></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ermelindo dos Santos
Machado Ávila, f</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">ez o curso
de Preparatórios e 1º ano de Filosofia no Seminário de Angra
(1927-1932).</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Entre
1938 e 1954, foi ajundante do Cartório Notarial e dos serviços de
Registos e do Notariado. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Em
1940 foi nomeado Administrador do Concelho das Lajes do Pico e
Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Em
1941 é nomeado Presidente da Câmara do mesmo concelho de cujas
funções foi exonerado por divergências políticas.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Ingressou
no quadro administrativo da Câmara Municipal das Lajes do Pico em
1954. Em 1963 foi nomeado chefe de secretaria da Câmara Municipal da
Madalena e, em 1967, foi transferido na mesma categoria para a Câmara
Municipal das Lajes do Pico.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Ao
longo de toda a sua carreira encarou a função administrativa
municipal como um serviço devotando às populações da sua terra e
da sua ilha o seu maior empenho e entusiasmo na resolução de
simples problemas particulares e pugnando pelo progresso e melhoria
das condições de vida dos seus conterrâneos junto das instâncias
dos poderes distritais, locais e, por último, regionais.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Aposentou-se,
em 1984, como assessor autárquico do Município das Lajes do Pico,
tendo recebido a medalha de prata do concelho, pelos serviços
prestados durante 46 anos.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Nas
comemorações do V Centenário do Concelho das Lajes do Pico,
foi-lhe entregue a chave número um do Município.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b> </b></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em
simultâneo com as funções administrativas, Ermelindo Ávila,
exerceu uma constante presença na imprensa escrita e depois na rádio
regional e local.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Entre
1938 e 1954 foi editor do Semanário O DEVER, onde iniciou a sua
colaboração jornalística em 1932. Desde então, mantém, uma
crónica semanal no jornal fundado e dirigido pelo distinto
jornalista Pe Xavier Madruga. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Nesses
escritos, Ermelindo Ávila aborda a problemática da sua terra,
recorrendo aos dados históricos que ajudam os leitores, não só a
conhecer a história local, como também a entenderem a evolução
dos acontecimentos em análise.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Com
o intuito de dar a conhecer a História das Lajes e do Pico, efectuou
ainda conferências nos Açores, Estados Unidos e Canadá, em
Congressos, Seminários e celebrações várias. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Ao
longo de um século, Ermelindo Ávila foi também correspondente do
jornal O SÉCULO e do DIÁRIO DE NOTÍCIAS de Lisboa.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Durante
muitos anos foi cronista dos jornais: CORREIO DA HORTA, A UNIÃO, O
TELÉGRAFO, CORREIO DOS AÇORES, AÇORES, revista AÇORIANÍSSIMA,
RÁDIO CLUBE DE ANGRA e dos programas Canal-Pico e Manhãs de Sábado
do EMISSOR REGIONAL DOS AÇORES/RDP-AÇORES. Colabora,
regularmente, para além de O DEVER, no JORNAL DO PICO, DIÁRIO DOS
AÇORES, no Portal A DIÁSPORA.COM e em algumas rádios locais.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Tem
trabalhos dispersos por várias publicações nas áreas da história,
etnografia e cultura locais.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> Uma
tão grande atividade sócio-cultural foi reconhecida publicamente
por entidades nacionais, regionais e locais que lhe atribuíram as
seguintes insígnias: </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Comendador
da Ordem de Mérito</b></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">,
(Presidência da República);</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">Insígnia
Autonómica de Reconhecimento (Assembleia Legislativa Regional dos
Açores);</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">Medalha
de prata do Concelho das Lajes do Pico e </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">Chave
número 1 do Município das Lajes do Pico (Município das Lajes do
Pico).</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> É
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Sócio fundador</b></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
de:</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">Sociedade
da Língua Portuguesa, Núcleo Cultural da Horta, Sociedade de
escritores Açores-Madeira, Clube Desportivo Lajense e Associação
de Bombeiros Voluntários das Lajes do Pico.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> É
ainda sócio de: Sociedade Histórica da Independência de Portugal,
Instituto Cultural de Ponta Delgada, Sociedade Afonso de Chaves,
Instituto Histórico da ilha Terceira, Instituto Açoriano de
Cultura, Sociedade Filarmónica Liberdade Lajense, Associação de
Bombeiros Voluntários das Lajes do Pico, Clube Desportivo Lajense e
irmão da Santa Casa da Misericórdia das Lajes do Pico, da qual foi
Provedor e a quem coube a construção do Hospital. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<h2 class="western" style="border: none; font-style: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>Livros
publicados:</b></span></span></span></h2>
<div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="color: black;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-style: normal;"><b>.
</b></span></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">Crónicas
e contos de Natal do avô Ermelindo, Edições Letras LAVAdas, 2018</span></span></span></span></span></div>
<ul>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">A
Matriz da Santíssima Trindade das Lajes do Pico, Edições Letras
Lavadas, 2017</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Culto
Mariano na Ilha do Pico, 2016</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Nossa
Senhora de Lourdes, 2015</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">A
Terra e o Mar. Crónicas do meu sentir, Edição “Companhia das
Ilhas”, 2015</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">LAJES
DO PICO - Primeira povoação da ilha, Publiçor, 2011</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Album
da Ilha do Pico, Publiçor, 2010</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Figuras
§ Factos vol II, 2005</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Crónicas
da minha Ilha, vol II, 2002</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Sociedade
Filarmónica Recreio Ribeirense 1900-2000, 2000</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Concelho
das Lajes do Pico, 1997</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Emigrados
Imigrantes, 1996</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Crónicas
da minha Ilha, 1995</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Um
picoense Imigrante nos Estados Unidos da América - Herói nas Lutas
contra os Índios-sep.Rev.Insulana do ICPD</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Por
terras do Oriente, 1993</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Figuras
§ Factos - Notas Históricas, 1993</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Semana
dos Baleeiros/1992(conferências) coordenação de E.Avila,1993</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Comunicações
e Transportes-sep. Rev Insulana ICPD,1992</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">As
Festas da Vila -Semana dos Baleeiros,1992</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Um
Século de Baleação-Museu dos Baleeiros das Lajes do
Pico-sep.Rev.Açoreana,SAC,1992</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Temática
Baleeira na Literatura Açoriana, sep. tev.Insulana ICPD,1991</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Conventos
franciscanos da Ilha do Pico, Notas Históricas, 1990</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">No
Centenário do Nascimento do Tenente-Coronel José Agostinho-duas
palavras de homenagem, sep.BIHIT,1988</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Ilha
do Pico - suas origens e suas gentes (Notas Históricas),1988</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">A
Ilha do Pico - Crises económicas, sep.BIHIT, 1988</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Centenário
de São Francisco de Assis-O franciscanismo na Ilha do Pico-sep
BIHIT, 1986</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Emigrados
Imigrantes, 1983</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Lourdes
nas Lajes do Pico:1883-1983, 1983</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Dr.Luis
Ribeiro - (um testemunho simples) Sep.BIHIT,1982</span></div>
</li>
<li><div style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">John
(Portugee) Phillips - Herói português em Terras Americanas,
Sep.BNCHorta,1962</span></div>
</li>
<li><div align="JUSTIFY" style="border: none; margin-bottom: 0cm; padding: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: x-small;">Ilha
do Pico (Roteiro histórico e paisagístico),1979</span></span></div>
</li>
</ul>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-33966441779180115252018-06-02T11:27:00.002+00:002018-06-02T18:32:31.249+00:00O que se escreveu...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-3YLxXZ_xBOU/WxJ-LPNwL3I/AAAAAAAAfFQ/r2qGfiEzWPE9_VQiVPOfuVaPb8PtvhxFACEwYBhgL/s1600/artogo%2Bde%2BVRDores%2Bsobre%2Bo%2Bpaizinho0027.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1261" data-original-width="1600" height="252" src="https://3.bp.blogspot.com/-3YLxXZ_xBOU/WxJ-LPNwL3I/AAAAAAAAfFQ/r2qGfiEzWPE9_VQiVPOfuVaPb8PtvhxFACEwYBhgL/s320/artogo%2Bde%2BVRDores%2Bsobre%2Bo%2Bpaizinho0027.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-6B2Bzmwtwmk/WxJ-TTrhY6I/AAAAAAAAfFQ/MZas2-UkOhQLHWojKQfvcWIQBoKMaiTmwCEwYBhgL/s1600/L%25C3%25A9lia%2Bsore%2BE.Avila.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="848" data-original-width="1001" height="271" src="https://2.bp.blogspot.com/-6B2Bzmwtwmk/WxJ-TTrhY6I/AAAAAAAAfFQ/MZas2-UkOhQLHWojKQfvcWIQBoKMaiTmwCEwYBhgL/s320/L%25C3%25A9lia%2Bsore%2BE.Avila.png" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-7HS3MR2lGBE/WxKlkO2oQvI/AAAAAAAAfFY/wpxTN3ujDQc0fWU1G6dJoR1pPyKrF45gQCLcBGAs/s1600/AO%2BEAvila.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="554" data-original-width="797" height="222" src="https://3.bp.blogspot.com/-7HS3MR2lGBE/WxKlkO2oQvI/AAAAAAAAfFY/wpxTN3ujDQc0fWU1G6dJoR1pPyKrF45gQCLcBGAs/s320/AO%2BEAvila.png" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-ENu2LGlr1wU/WxKvyvCG5HI/AAAAAAAAfFk/Jx01GdYMpQAeqNu-Q3_k0kGESp8ACv4ZQCLcBGAs/s1600/capa%2BJP%2BEA.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="965" data-original-width="1001" height="308" src="https://2.bp.blogspot.com/-ENu2LGlr1wU/WxKvyvCG5HI/AAAAAAAAfFk/Jx01GdYMpQAeqNu-Q3_k0kGESp8ACv4ZQCLcBGAs/s320/capa%2BJP%2BEA.png" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-Tkwj8ZIN-8I/WxKv4WXJ-wI/AAAAAAAAfFo/x77X7UXgyIMGCFcc-nxkzc6PsSQSRbN7QCLcBGAs/s1600/JP%2BEA1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1015" height="302" src="https://1.bp.blogspot.com/-Tkwj8ZIN-8I/WxKv4WXJ-wI/AAAAAAAAfFo/x77X7UXgyIMGCFcc-nxkzc6PsSQSRbN7QCLcBGAs/s320/JP%2BEA1.png" width="320" /></a><a href="https://4.bp.blogspot.com/-k_o3ikp8zLY/WxKv4okJoyI/AAAAAAAAfFs/vBsohATA2pQQ19uZGBST34Md-kY45hSywCLcBGAs/s1600/JP%2BEA2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="959" data-original-width="1008" height="304" src="https://4.bp.blogspot.com/-k_o3ikp8zLY/WxKv4okJoyI/AAAAAAAAfFs/vBsohATA2pQQ19uZGBST34Md-kY45hSywCLcBGAs/s320/JP%2BEA2.png" width="320" /></a></div>
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-xDFZu-PP_r4/WxLhvY064CI/AAAAAAAAfGQ/N4MuFzU8ZgAYxWS0Wxaq3yDf2lc6ooqRgCEwYBhgL/s1600/DA%2B26%2Bmaio%2Bpag2.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="990" data-original-width="997" height="317" src="https://1.bp.blogspot.com/-xDFZu-PP_r4/WxLhvY064CI/AAAAAAAAfGQ/N4MuFzU8ZgAYxWS0Wxaq3yDf2lc6ooqRgCEwYBhgL/s320/DA%2B26%2Bmaio%2Bpag2.png" width="320" /></a><a href="https://2.bp.blogspot.com/-C_PWxwOLk-g/WxLhvQ0Bw8I/AAAAAAAAfGM/X1fYNcMjX5MurP_j94YHwEcBlqzjhsIjwCLcBGAs/s1600/DA%2B26%2Bmaio.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="997" height="320" src="https://2.bp.blogspot.com/-C_PWxwOLk-g/WxLhvQ0Bw8I/AAAAAAAAfGM/X1fYNcMjX5MurP_j94YHwEcBlqzjhsIjwCLcBGAs/s320/DA%2B26%2Bmaio.png" width="295" /></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-X58tdx0Vewg/WxLhvInLPNI/AAAAAAAAfGI/nQ7MALe0oVs6dvH5FtpXF0KxiDf6b2d_QCLcBGAs/s1600/DA%2B26%2Bmaio%2Bpag%2B2A.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="994" data-original-width="995" height="319" src="https://3.bp.blogspot.com/-X58tdx0Vewg/WxLhvInLPNI/AAAAAAAAfGI/nQ7MALe0oVs6dvH5FtpXF0KxiDf6b2d_QCLcBGAs/s320/DA%2B26%2Bmaio%2Bpag%2B2A.png" width="320" /></a></div>
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-32609570813231790272018-06-02T11:03:00.000+00:002018-06-02T11:03:33.568+00:00Lançamento do Livro "Crónicas e contos de Natal do avô Ermelindo 25-04-2018<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fyeSWI462f8/WxJ5UhMoT9I/AAAAAAAAfEw/AkqumUs6mjQyFU6ZefvCfuMzYqHKeoWZACKgBGAs/s1600/IMG_20180425_122803.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fyeSWI462f8/WxJ5UhMoT9I/AAAAAAAAfEw/AkqumUs6mjQyFU6ZefvCfuMzYqHKeoWZACKgBGAs/s320/IMG_20180425_122803.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-1VTM7Y7CwoE/WxJ5UnjjWfI/AAAAAAAAfEw/N0Dx1fabB6wk6v_6SqGI_cjtu2-8ykvTgCKgBGAs/s1600/IMG_20180425_123033.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-1VTM7Y7CwoE/WxJ5UnjjWfI/AAAAAAAAfEw/N0Dx1fabB6wk6v_6SqGI_cjtu2-8ykvTgCKgBGAs/s320/IMG_20180425_123033.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-d6-7HMekIFs/WxJ5Us2cfhI/AAAAAAAAfEw/N750SOalu0shZ3OpULDCgoI97QG5XBbxgCKgBGAs/s1600/IMG_20180425_123041.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://4.bp.blogspot.com/-d6-7HMekIFs/WxJ5Us2cfhI/AAAAAAAAfEw/N750SOalu0shZ3OpULDCgoI97QG5XBbxgCKgBGAs/s320/IMG_20180425_123041.jpg" width="240" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-c4jJL3q_uZc/WxJ5UuvbgpI/AAAAAAAAfEw/WWZzWfNMuikN22bR3MtSNidpZUlBZiusQCKgBGAs/s1600/IMG_20180425_163346.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-c4jJL3q_uZc/WxJ5UuvbgpI/AAAAAAAAfEw/WWZzWfNMuikN22bR3MtSNidpZUlBZiusQCKgBGAs/s320/IMG_20180425_163346.jpg" width="240" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-b4Xqgn4LhM8/WxJ5UiNy-WI/AAAAAAAAfEw/P5R41v9Yz0k5LjyCHG5uoM4mxg024W-MwCKgBGAs/s1600/IMG_20180425_165812.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-b4Xqgn4LhM8/WxJ5UiNy-WI/AAAAAAAAfEw/P5R41v9Yz0k5LjyCHG5uoM4mxg024W-MwCKgBGAs/s320/IMG_20180425_165812.jpg" width="240" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-80142167602728797572018-04-19T18:26:00.002+00:002018-04-19T18:26:57.288+00:00A propósito de "Crónicas e Contos de Natal do Avô Ermelindo"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-zJyVgv1bpy4/WtjfA8AeCLI/AAAAAAAAdsg/0f9IzXcBYXAXwj1E-6ngCHbRzqzMkF62gCLcBGAs/s1600/Av%25C3%25B4%2B%2528Di%25C3%25A1rio%2Bdos%2BA%25C3%25A7ores%2529%2B-%2B1%25C2%25AA%2BP%25C3%25A1gina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="632" data-original-width="509" height="320" src="https://4.bp.blogspot.com/-zJyVgv1bpy4/WtjfA8AeCLI/AAAAAAAAdsg/0f9IzXcBYXAXwj1E-6ngCHbRzqzMkF62gCLcBGAs/s320/Av%25C3%25B4%2B%2528Di%25C3%25A1rio%2Bdos%2BA%25C3%25A7ores%2529%2B-%2B1%25C2%25AA%2BP%25C3%25A1gina.jpg" width="257" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-IlIBQLSpUJg/WtjfLTdr0mI/AAAAAAAAdsk/_4xZ8Zy37zUTD1th_wQEN_t2VNrU7yD1wCLcBGAs/s1600/Av%25C3%25B4%2B%2528Di%25C3%25A1rio%2Bdos%2BA%25C3%25A7ores%2529%2B-%2BArtigo%2B%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="621" data-original-width="520" height="320" src="https://4.bp.blogspot.com/-IlIBQLSpUJg/WtjfLTdr0mI/AAAAAAAAdsk/_4xZ8Zy37zUTD1th_wQEN_t2VNrU7yD1wCLcBGAs/s320/Av%25C3%25B4%2B%2528Di%25C3%25A1rio%2Bdos%2BA%25C3%25A7ores%2529%2B-%2BArtigo%2B%25282%2529.jpg" width="267" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-35985918232231755002018-03-16T16:52:00.001-01:002018-03-16T16:52:35.095-01:00NA PÁSCOA ESTAMOS…<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;"><u>NOTAS DO MEU CANTINHO</u></span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;"> Vive-se o
silêncio da Quaresma. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;"> Por estas
bandas não é habitual a realização das romarias como acontece na
ilha de São Miguel. No entanto realizavam-se, durante as Domingas
Quaresmais, diversas procissões próprias do tempo litúrgico. No
primeiro domingo era a procissão da Penitência, com o Senhor Morto
e diversos andores com imagens de Santos de Penitência. Até havia
um casal, Santa Delfina, se não estou em erro e o marido, Santo
Ildefonso, se não estou em erro, e no terceiro domingo a procissão
de Passos. À noite os devotos percorriam aos grupos os mesmos
passos, fazendo suas preces.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;"> No Domingo
de Penitência comemorava-se a crise sísmica que ocorreu nesta Ilha
nos anos de 1718 – 1720 (está a decorrer o terceiro centenário) e
que tão devastador foi para a Ilha, obrigando a uma emigração
precipitada para o Brasil.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;"> A Semana
Santa era celebrada com grande esplendor litúrgico, havendo matinas
cantadas na Quinta e Sexta Feiras Santas. A população, geralmente
católica, acorria a estes actos com recolhimento e devoção. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;"> Uma das
razões que levava a igreja a celebrar a Semana Santa com tão grande
aparato residia no facto de haver muito clero disponível que
auxiliava no canto e na pregação. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;"> Hoje, de
facto, isso não acontece levando o povo a tornar-se ausente dos
brilhantes actos litúrgicos que terminavam com a grande Procissão
da Ressurreição realizada esplendorosamente no Domingo de manhã a
encerrar o cerimonial. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;"> Tudo agora
é muito diferente. A população, por estes lados, diminuiu, tem
além disso outras obrigações e para a realização das cerimónias
já não existe o clero suficiente. Outras razões haverá mas julgo
que estas são as principais. De referir que até à Semana Santa os
paroquianos cumpriam o dever Pascal, subindo à igreja paroquial para
esse preceito. Assim, o que praticamente resta da Semana Santa são
um ou outro cerimonial litúrgico e uma ou outra procissão. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;"> Sinais dos
tempos - dirão. Sinal da indiferença religiosa que o mundo
atravessa - direi…</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Lajes do
Pico, 6 Março de 2018</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">E. Ávila</span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-79559725549171395752018-03-12T10:15:00.003-01:002018-03-12T10:15:57.119-01:00REGISTOS, A PROPÓSITO<br />
<div align="LEFT" style="line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><u><span style="font-weight: normal;"><span style="background: transparent;">NOTAS
DO MEU RETIRO </span></span></u></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="font-weight: normal;"><span style="background: transparent;">
</span></span></span></span></span>
</div>
<div align="LEFT" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;"> Volto
no ritmo que me é possivel (e o leitor que desculpe a deficiência…)
a este meu instrumento de trabalho (quando posso ainda trabalho…),
para rabiscar umas notas referentes a assuntos que bailam
constantemente no meu pensamento e que desejaria tratá-los com a
devida clareza e erudição, o que já não é possível. </span></span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;"> Durante
muitos anos, as ruas, canadas e veredas tinham o nome que a tradição
lhes atribuía: Rua Direita, Rua do Conde, do Conselheiro, etc.</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;"> A
vila das Lajes, sob o aspecto toponímico, tem a classificação
merecida. Estão assinalados os sítios principais com placas que
elucidam os transeuntes das zonas onde se encontram. Para além
destas, existem monumentos e bustos, e os nomes de ruas passaram a
ser utilizados para homenagear certas personalidades ou registar
acontecimentos notáveis. É desta forma que aparecem por cá as ruas
já referidas e outras como a Rua do P. Xavier Madruga, o Largo
General Lacerda Machado e outros mais.</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;"> O
primeiro monumento a ser erguido data de 1940, um cruzeiro dedicado à
Independência e Restauração de Portugal. Trata-se de uma obra, com
projecto do desenhador António Garcia, trabalhada em basalto da
Terra, por Artistas lajenses, e inaugurada em 1 de Dezembro de 1940.
Uma placa que nela existia indicava a razão da sua colocação. O
camartelo, como em outros feitos, encarregou-se de a retirar, talvez
porque, desde a sua colocação ou aquisição, apresentava umas
fendas, sem prejuízo da leitura dos dizeres…</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;"> É
tempo de voltar a colocar a que lá se encontrava, ou outra, não
interessa. O monumento tem de estar assinalado. Assim é um desleixo
que não se pode consentir. E não há responsáveis?</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;"> Todos
devem respeitar os bens públicos.</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;"> Em
1960, na Maré, local onde desembarcou o primeiro povoador, foi
levantada pela Câmara Municipal uma coluna a lembrar o feito dos
portugueses, em 1 de Dezembro de 1640, por cópia da que existe no
Monte Brasil, em Angra do Heroismo, da autoria de António Garcia
Pedro, lajense radicado naquela cidade. </span></span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;"> Mais
recentemente, entendeu a autarquia, alterar o monumento, demolindo-o
e passando a uma coluna de quatro faces. </span></span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;"> Como
monumentos nacionais devidamente classificados, conserva-se também a
Ermida (antiga paroquial) de S. Pedro e o Castelo (Forte) de Santa
Catarina.</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;"> No
Largo Lacerda Machado presta-se homenagem a dois insignes lajenses,
com a ereção dos respectivos bustos: Bispo de Macau, Dom João
Paulino de Azevedo e Castro e General Francisco Soares de Lacerda
Machado. Da Toponímia lajense, além de outros, fazem parte os nomes
de Garcia Gonçalves Madruga e do Vigário Gonçalves Madruga, a quem
foram confiscados os bens pela justiça de Castela.</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;"> Outras
homenagens deviam ser prestadas, se o espaço fosse maior e
apropriado… Mesmo assim, trata-se de uma plêiade ilustre de
personalidades e acontecimentos que prestigiam e enaltecem a história
do pequeno burgo, o primeiro que, na segunda ilha maior e a mais alta
de Portugal, foi instalada por gentes do Infante. Um acontecimento
relevante da História que não pode ser esquecido, nem ignorado. </span></span></span></span>
</div>
<div align="LEFT" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<br /><br />
</div>
<div align="LEFT" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;">Lajes
do Pico,</span></span></span></span></div>
<div align="LEFT" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;">28
Fev.2018</span></span></span></span></div>
<div align="LEFT" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="background: transparent;">E.
Avila</span></span></span></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-30621005733333610952018-03-04T22:13:00.001-01:002018-03-04T22:13:57.402-01:00DO MEU SENTIR<br />
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><u><span style="background: transparent;">Crónicas
da minha ilha</span></u></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm; text-indent: 1.25cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><span style="background: transparent;"> De
vez em quando, sou surpreendido com o título de qualquer outro
jornalista ou colaborador, muito embora ao seu e erudito Director, o
consagrado jornalista e escritor, Padre Xavier Madruga se fique a
dever a criação deste “cantinho” a cujo autor sempre procurei
prestar homenagem. </span></span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-weight: normal;"><span style="background: transparent;"> Outro
refiro hoje, aqui, para lembrar os notáveis trabalhos que nos deixou
o Historiador probo e respeitado e não menos erudito, o Gen. Lacerda
Machado. Escreve o distinto Lajense: “</span></span></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><i><span style="font-weight: normal;"><span style="background: transparent;">À
falta de forno, cozeram na </span></span></i></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;"><span style="background: transparent;">laje</span></span></span></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><i><span style="font-weight: normal;"><span style="background: transparent;">
o pão rudimentar das suas refeições frugais, e mais tarde o bôlo
(…); assavam a carne no borralho; o funcho substituiu a hortaliça,
que inda não houvera tempo de cultivar, ou de que faltavam sementes,
uso que ainda subsiste, pôsto que raramente; inventaram môlhos,
gratos ao paladar, para suprir a falta do azeite de oliveira, tardia
em frutos, costume que perdura, pois só recentemente se começou a
tentar a sua cultura.” </span></span></i></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: small;"><i><span style="font-weight: normal;"><span style="background: transparent;">(1)</span></span></i></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;"><span style="background: transparent;">
</span></span></span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><span style="background: transparent;">Mais:
até tarde, durou o primitivo, principalmente nos quintais, junto das
habitações.</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><span style="background: transparent;"> A
Leste da Vila das Lajes muitos procuram o funcho como hortaliça
alimentar. Como hortaliças, outras ervas se iam descobrindo nas
hortas e nos terrenos baixos, que entraram no catálogo das plantas
preferidas.</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><span style="background: transparent;"> Logo
se foram construindo os fornos caseiros (para a cozedura do bolo -
pão da época). Outros fornos construiram os lavradores, ao lado
daquele, muito maiores em área, para a secagem do milho colhido nas
terras dos proprietários. (Conheci dois: um grande e o outro pequeno
ainda em uso semanal).</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><span style="background: transparent;"> Já
há muitos anos que deixou de utilizar-se a “Burra” para guardar
o milho, com a capa de casca, destinado ao consumo familiar. Passou a
ser arquivado em barricas ou “arquibancos” nas próprias
residências. </span></span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><span style="background: transparent;"> Com
a cultura do trigo modificaram-se alguns usos domésticos, passando o
trigo a ser utilizado em boa parte da ementa caseira, pois é sabido
que o milho cá apareceu depois de descoberto nos Estados Unidos da
América e, de lá, para aqui importado.</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><span style="background: transparent;"> As
atafonas ou instrumentos de triturar o milho até ficar em farinha,
devem ter sido trazidos pelos povoadores - refiro a atafona e o
moinho de vento. Nas cozinhas existiam as pequenas atafonas para moer
a cevada. As atafonas movidas pelo “gado da porta”, serviam para
a farinação do trigo e do milho e para acudir à falta de pão.</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><span style="background: transparent;"> Além
dos géneros de produção local já indicados, usava-se não somente
as carnes extraídas dos diversos animais, como ainda o peixe
cozinhado de diversas formas. </span></span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><span style="background: transparent;"> Nesta
zona Pico o peixe é bastante utilizado pela população e faz
excelentes “pratos”. Lembro o caldo de peixe fresco, que não só
os lajenses, como até os visitantes apreciam. </span></span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><span style="background: transparent;"> Aqui
há umas dezenas de anos chegou a esta vila um casal com filhos, que
aqui se fixou, cujo chefe vinha exercer funções oficiais. Voltando
à Metrópole um dos filhos tornou-se jornalista e, numa das suas
crónicas, escreveu sobre o caldo de peixe. E usou esta expressão ou
outras idênticas – foi há tantos anos!: ”Caldo de peixe como o
que se cozinhava na vila das Lajes do Pico, nunca mais encontrei!”.</span></span></span></span></div>
<ul>
<div align="LEFT" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;"><span style="background: transparent;">1)Lacerda
Machado, </span></span></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: small;"><i><span style="font-weight: normal;"><span style="background: transparent;">História
do Concelho das Lages, 1991, pag. 78.</span></span></i></span></span></span></div>
</ul>
<div align="LEFT" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;"><span style="background: transparent;">Lajes
do Pico, 15 Fev. 2018</span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="background: transparent;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: medium;">E. Ávila</span></span></span></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-51721083764463695712018-02-23T17:12:00.000-01:002018-02-23T17:12:41.994-01:00INVERNO E PRIMAVERA<br />
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;"><u>CRÓNICAS
DO MEU SENTIR</u></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;"> Vamos
a meio do Inverno. As colheitas já se fizeram e, nas casas da
lavoura, principalmente, prepara-se o ano novo. Toda a gente está
voltada para a grande tarefa de preparar e arrumar os cereais,
principalmente o milho, que vai constituir a grande parte da
alimentação das famílias agrícolas. Uma tarefa exaustiva que
ocupa a maior parte da estação outonal. Já ficou para trás, mas é
saboroso lembrá-la nestes últimos meses do ano, pois nem todos se
apercebem do valor económico que representa, para a família
agrícola, o colher e armazenar esse precioso cereal que bem recente
é na mesa da família agrícola (repete-se). </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;">Não
é intenção referir a idade do milho que aqui apareceu já depois
destas ilhas do Atlântico andarem povoadas. Deixo isso para o grande
escritor português, Júlio Dinis que tão bem soube descrever, no
seu excelente livro de crónicas – A Esfolhada – os trabalhos de
recolha e desfolha do milho em casa do lavrador. Aliás, este sistema
de recolha, esfolhada ou desfolhada e armazenamento é muito
semelhante, ou quase, ao que por estas ilhas, na generalidade, se
pratica. Mas vale a pena recordar.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-CWxPktjFyEY/WpBZETpCVmI/AAAAAAAAYYM/D3z2MFO-AuEdrYN-5nFbXCCLOAGKxSvUACLcBGAs/s1600/carro%2Bde%2Bbois%2B%25282010%2529.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1438" data-original-width="1600" height="287" src="https://3.bp.blogspot.com/-CWxPktjFyEY/WpBZETpCVmI/AAAAAAAAYYM/D3z2MFO-AuEdrYN-5nFbXCCLOAGKxSvUACLcBGAs/s320/carro%2Bde%2Bbois%2B%25282010%2529.JPG" width="320" /></a><span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;">Para
o dia da apanha do milho são convidados os familiares, os antigos
lavradores e alguns amigos.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;">O
dia da “apanha” era, na realidade um dia festivo, com refeições
melhoradas, por vezes confeccionadas na própria propriedade, se nela
havia casa de recolha. De contrário tudo acontecia na residência do
proprietário.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;">Cada
acto da desfolhada era um motivo de festa. No prédio produtor,
arrumam-se as maçarocas para os carros de bois, depois de
devidamente empilhadas e enfeitadas com arcos de verdura em sinal de
festa. Os carros, em cortejo, se são dois ou mais, caminham
(caminhavam) em fila, ao som do “guinchar” dos eixos. Hoje já
isso não acontece. O chiar dos carros deixou de ser permitido,
quando um surto de febres assolou a vila nos anos Vinte. Então, o
administrador do concelho obrigou-se a publicar editais proibindo o
chiar dos carros. Para o evitar, passaram a usar sabão azul em
substituição do cebo, como era usual.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;"> À
chegada a casa havia sempre recepção festiva. Os acompanhantes eram
normalmente “brindados” com aguardente e licores e figos passados
e doces. Nas noites seguintes, tinham lugar as “esfolhadas”, já
relatadas em notas anteriores.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;"> Hoje,
praticamente, não há desfolhadas. Passando por esses campos
encontram-se relvados transformados, somente, em campos de silagem.
Os gados desapareceram e os poucos que existem parece que estão
destinados à exportação. Daí que a indústria de lacticínios
esteja, praticamente, a desaparecer. Até quando? Não estará aí a
crise da lavoura, que muitos anunciam?</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;">Vila
das Lajes,</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;">Fev-2018</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: small;">E.
Ávila</span></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-65571160135355392182018-01-26T16:24:00.001-01:002018-01-26T16:24:25.455-01:00 REGRESSO…<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-size: 20pt;">
</span><span style="font-size: 20pt;"> </span><span style="font-size: 20pt;">REGRESSO….</span><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Há muitos anos que não
dava notícias. A mãe, a esposa e sua filhinha que acabara de nascer após o
casamento, não o conheciam. Partira numa noite esplendorosa da Primavera, num
dos primeiros navios a motor que por aqui passaram, com viagem paga aos
Furtados, em moeda nacional. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Fora para não mais dar noticia
suas…<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">A filha foi crescendo
naquele tugúrio que nenhum conforto tinha. Uma casa antiga, com tecto de telha
corrida, por onde o vento entrava desalmadamente nas noites de Inverno, e nem
havia água canalizada, nem electricidade. Na cozinha continuava a candeia alimentada
a azeite de toninha. No quarto de dormir, única sala existente, uma vela de
cebo e, por vezes de estearina. Tudo muito pobre e rude.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Ao canto deste pequeno
cubículo, uma mesinha, em cima, uma estampa de Nossa Senhora de Fátima e no
centro uma pequena Imagem do Menino Jesus, mal enroladinho. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">No inverno o frio era
terrível e as três tinham de deitar-se cedo, envoltas num cobertor de lã de
ovelha, tecido nos anos em que a avó era ainda moça. Normalmente, dormiam
vestidas pois não suportavam o frio da noite.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">O outro filhinho do casal
morrera de desinteria, há algum tempo, após o embarque do pai.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Os emigrantes que regressavam
à terra não sabiam dar notícias do João das Grotas, pois nunca se encontraram
com ele nas terras de Imigração. É que o João chegara a Montevideu e metera-se
por terra dentro – para o interior – e deixara de contactar com os conterrâneos.
O mesmo com a mulher e mãe. Um silêncio tenebroso que obrigou-as a andarem
trajadas de preto, como as viúvas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">A mãe trabalhava nas
casas vizinhas para angariar sustento. A mulher empregara-se como mulher a dias
e, nos intervalos, trabalhava na fábrica do peixe. A filha, já crescida, frequentava
a escola primária, e nos intervalos fazia mandaletes às famílias vizinhas….<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Todavia, nos domingos e
dias santificados não deixavam nunca de cumprir os seus deveres religiosos e a
filha, com vestes emprestadas, fizera a Comunhão Solene. Todos tinham pena das três
mulheres, mas mais não lhe podiam fazer porque a terra também era habitada por
gente pobre. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Mas, um dia, aconteceu o
imprevisto…<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">+++<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Chovia torrencialmente há
dias. As pessoas mal podiam sair de casa. Nem à novena…Era já noite de Natal. A
Igreja, como acontecia habitualmente todos os anos, estava iluminada. Os sinos
da torre da velha igreja da paróquia, tocavam festivamente e aproximava-se a
meia noite - a Meia Noite de Natal, quando a Igreja Católica celebra o
Nascimento do Menino Jesus, em Belém, há mais de dois mil anos. À igreja iam
chegando somente aqueles que tinham meios de condução. Os outros ficavam por
casa esperando que o tempo abrandasse para irem à Missa do Galo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">As mulherzinhas, entretanto,
recolhidas num canto junto ao lar a saborear umas sopas mal cozidas e pior
temperadas, ouvem bater à porta, apressadamente e ficam muito preocupadas. O
bater insiste e uma voz do exterior chama apressadamente: - Ó Izabel, abre a
porta, está aqui teu marido!... Era a voz do vizinho e compadre que a chamava.
O marido chegara na última camioneta da carreira e estava ali, junto dele. Ela lá foi, e atrás, a mãe e a filha, até à
porta do tugúrio. Na sua frente um homem bem-falante, rodeado de malas de
viagem. Chegara há poucas horas e imediatamente procurara a casa, mas nem se
lembrava onde ficava ela. Há tantos anos que dali partira…<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Na sua frente estava um
homem bem-posto, inquieto por abraçar as três. Não é possível descrever o
resto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Depois de explicações e
respostas, parece que não estavam separados há tantos anos… Era quase dia de
Natal quando a conversa acabou e se deitaram para descansar um pouco das
emoções e fadigas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Mas o dia seguinte, o dia
de Natal, foi o grande dia. Para trás ficava um tempo horrível de sofrimento e
miséria. Na frente de todos uma nova época de fartura e de esperança. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Um milagre autêntico do
Menino Jesus! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Pico, Dezº 2017<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-size: 20pt;">E. Ávila</span> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-16387372089472012042018-01-26T15:58:00.000-01:002020-02-01T18:41:07.211-01:00Acidente natalício<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 177.2pt; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal">
<u><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">À LAIA DE CONTO</span></u><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Um grupo de
insurreptos, certa manhã, assaltou a freguesia e assumiu a administração de
todas as forças vivas. Invadiram as repartições e quartéis públicos, expulsaram
os dirigentes e passaram a dar ordens de comando.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 43.55pt;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Toda a gente ficou espavorida e fugiu dos seus locais de trabalho
e residências e refugiou-se em outras localidades. Foi um autêntico vendaval. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 42.15pt;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Imediatamente, os chefes dos inssurreptos assumiram o centro de
comando e chefia dos serviços e expediram as suas ordens aos funcionários que
se mantiveram nos seus postos de trabalho. Os outros, os mais perseguidos,
abandonaram a terra que ocupavam. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 42.15pt;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Os filhos, porém, solicitavam aos Pais para voltarem aos seus
lugares, onde tinham deixado tudo o que lhes havia pertencido: brinquedos,
familiares, e amigos e colegas de infância, todos com quem haviam crescido,
frequentavam as escolas e conviviam em criança.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Algumas mães escutavam os pedidos dos
filhos com mágoa e, em suas orações, imploravam do Senhor que lhes valesse em
semelhantes agruras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Os mais novos nunca esqueceram o
presépio do Menino Jesus: o da sua Igreja, da sua casa, da sua catequese e da
sua escola. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Um dia, porém, tudo pareceu encontrar
rumos novos. Ia-se a meio do Verão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> As forças políticas entraram em acção.
Aqui e ali iam acontecendo motins revolucionários, e os chefes desses motins
principiaram, em surdina, a afastar-se para outros lugares. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Durante a noite, tiros de armas de fogo
eram disparados, causando o pânico entre as populações indefesas. Todos estavam à escuta… As mães,
principalmente, ao deitar os seus meninos, rezavam com eles ao Menino Jesus,
cuja festa do nascimento se aproximava, pedindo que viesse socorrê-los, em
momentos tão aflictivos, e que tudo voltasse aos tempos de tranqiolidade e de
ordem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Certo dia, porém, alta madrugada, forças
do Exército vindas de paragens distantes, invadiram a localidade, ocuparam
diversos serviços públicos e convocaram os antigos funcionários para as chefias
e lugares que anteriormente ocupavam. Tudo foi aparentemente fácil. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Os antigos revolucionários fugiram e os
que dali haviam sido expulsos, voltaram à terra e às antigas ocupações. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> A vida citadina começou, vagamente a
normalizar-se: a vida religiosa acalmou-se, as igrejas reabriram-se. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Jorge, um dos filhos das famílias
expulsas e regressadas à sua antiga residência, já um pouco crescido,
dirigiu-se à Mãe e perguntou-lhe: -<i>Como é que isto aconteceu? O ano passado
não tivemos nem árvore do natal, nem Missa do Galo, nem Presépio na nossa casa,
e este ano é tudo diferente? O nosso presépio voltou, na nossa antiga sala vejo
muitas caixas com brinquedos e prendas, os estabelecimentos estão iluminados
com muitos produtos natalícios e há todos os dias festa na Igreja...</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Foi-lhe então explicado, a ele e aos
irmãozinhos, que aquilo que estava guardado nos embrulhos era um verdadeiro
milagre do Menino Jesus, que assim, generosamente, atendeu às preces deles e de
outros meninos, seus companheiros, que durante aqueles anos todos os escutara,
acabando com a revolução.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Na realidade, as preces dos inocentes
meninos foram satisfeitas, naquele e em anos futuros. Jamais, naquela terra se
falou ou houve sinal de qualquer revolta e todos os seus habitantes passaram a
viver fraternalmente e em paz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Vila Baleeira
dos Açores,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Natal de 2017.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">E. Ávila</span><o:p></o:p></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-87506690755490740372018-01-26T15:56:00.000-01:002018-01-26T15:56:43.470-01:00 O ÓRGÃO DA MATRIZ DAS LAJES<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 106%;">Notas simples </span></b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 106%;"> </span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;">Trago hoje à liça uma figura notável da
Música portuguesa - António Xavier Machado e Cerveira (1756-1828). Foi um dos
mais notáveis construtores de orgãos do período do barroco. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;"> Os seus 103 órgãos, econtram-se dispersos por diversas
igrejas portuguesas, tendo chegado aos Açores e à Ilha do Pico, 14
instrumentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;"> O primeiro órgão de Cerveira, já desaparecido, pertenceu ao
Mosteiro dos Jerónimos, seguindo-se o da Igreja de São Roque e da Basílica dos
Mártires, todos em Lisboa. “Com este órgão, o número
3 da sua autoria, o artista obteve grande reputação, tendo sido incumbido de
construir todos os órgãos que as igrejas de </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 106%;">Lisboa </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 106%;">tiveram que readquirir, na
reedificação da cidade, após o </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Terramoto_de_1755"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;">terramoto de 1755</span></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 106%;">.</span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;"> <a href="file:///C:/Users/jgazo/Desktop/Org%C3%A3o%20da%20matriz%20(1).doc#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference">1</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;"> Mas com o passar dos anos, uns vão desaparecendo pelo mau
tratamento de conservação que os proprietários lhes foram dando no decorrer dos
tempos, enquanto outros, mais cautelosos, vão tratando os instrumentos musicais
com maior cuidado. Mas, infelizmente, os desastres também acontecem. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;"> O histórico Órgão da Matriz das Lajes do Pico foi construído,
em 1804. É o 66º exemplar e o mais pequeno de toda a obra de Machado e
Cerveira, foi o sexto órgão feito para os Açores pelo Artista e o primeiro a
vir para a Matriz das Lajes.<a href="file:///C:/Users/jgazo/Desktop/Org%C3%A3o%20da%20matriz%20(1).doc#_edn2" name="_ednref2" title=""><span class="MsoEndnoteReference">2</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;"> Que eu saiba, já teve duas intervenções que o beneficiaram. A
primeira foi da responsabilidade de um organeiro continental que aqui se
deslocou, propositadamente; a segunda foi no século findo, comparticipada pela
Direcção Regional da Cultura, a pedido do antigo Ouvidor e Vigário Dr. António
Rogério Gomes e executada pelo organeiro micaelense Dinarte Machado. Este
organeiro fez a limpeza interior do instrumento e modificou-lhe o sistema de
ar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;"> Actualmente, o órgão da Matriz das Lajes do Pico é um
instrumento de concerto e alguns se têm nele efectuado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;"> Antes da sua aquisição, o acompanhamento do canto, na antiga
Igreja Matriz, era feito pelos frades franciscanos, com violoncelo e rabecão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;"> Quando surgiram os órgãos, as igrejas do Pico foram das
primeiras a promover a aquisição de um desses instrumentos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;"> O P. Thomé Gregório, pároco da Calheta de Nesquim,
deslocou-se à ilha de S. Miguel para ouvir e observar o trabalho que estava a
executar o clérigo P. Joaquim Silvestre Serrão que dirigia a construção do
orgão mais pequeno da Sé de Angra. E a partir daí foi lançada a construção do
órgão destinado à Igreja da Calheta de Nesquim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;"> Thomé Gregório de Lacerda, jorgense, tio do Maestro Francisco
de Lacerda, construíu o órgão da Piedade, o primeiro das igrejas do Pico,
infelizmente desaparecido. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;"> O órgão da Igreja de São João é um trabalho de António
Nicolau Machado Ferreira, de Ponta Delgada. Tem 479 tubos e foi restaurado no
ano 2000 por Dinarte Machado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;"> Outras mais
referências podia aqui fazer mas, por hoje, fico por aqui. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;">VILA DAS LAJES,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;">9 de Dez.º de 2017<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 106%;">ERMELIND0 AVILA<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/jgazo/Desktop/Org%C3%A3o%20da%20matriz%20(1).doc#_ednref1" name="_edn1" title=""><span class="Caracteresdenotafinal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;">1</span></span></a><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 8.0pt; line-height: 106%;"> https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Xavier_Machado_e_Cerveira</span><o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn2">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/jgazo/Desktop/Org%C3%A3o%20da%20matriz%20(1).doc#_ednref2" name="_edn2" title=""><span class="Caracteresdenotafinal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;">2</span></span></a><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 8.0pt; line-height: 106%;">
CODERNIZ, </span><span style="font-size: 8.0pt; line-height: 106%;">José
Nelson Leonardo, “</span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 8.0pt; line-height: 106%;">OS ÓRGÃOS DE TUBOS DE ANTÓNIO XAVIER MACHADO
E CERVEIRA NOS AÇORES”, Dissertação de mestrado em Ciências Musicais, FCSH,
2010</span><o:p></o:p></div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-87447592196619015232018-01-26T15:44:00.003-01:002018-01-26T15:45:37.221-01:00ABERTURA DAS COMEMORAÇÕES DO 5º. CENTENÁRIO DO CONCELHO DAS LAJES DO PICO - 28Jan2001<div class="MsoSubtitle">
<br /></div>
<div class="MsoSubtitle">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14pt;">ABERTURA DAS COMEMORAÇÕES DO 5º.
CENTENÁRIO DO CONCELHO<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoSubtitle">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14pt;">DAS LAJES DO PICO</span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Alegro-me em ter chegado
aqui e poder celebrar o 5º Centenário do nosso Concelho e, simultaneamente, da
nossa Ilha do Pico. É .um acontecimento ímpar que bem merece ser lembrado por
esta geração homenageando aqueles dos nossos Maiores que um dia aqui chegaram,
desbravaram as terras, abriram os caboucos, construíram, ao longo dos tempos,
as moradias, modestas ou mais artísticas, fundaram as vilas e povoações, e aqui
se fixaram heroicamente. Hoje somos
apenas uns escassos dezasseis mil. Todavia, muitos mais fomos, atingindo
cerca de trinta e cinco mil em tempos passados, quando a emigração ainda não
constituía um fenómeno inquietante e
perturbado da nossa estabilidade social. E é pela emigração, que hoje,
espalhados por terras da Diáspora, ontem em Santa Catarina do Brasil, onde até
fundaram um povoado que se denomina cidade LAJES, e também no Uruguai, onde se
fixaram alguns casais idos na época da crise sísmica do século l8, para depois
se encaminharem para a América e
recentemente para o Canadá; somos centenas de milhar e constituímos
Comunidades fortes, cheias de prestígio, respeitadas e consideradas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Essas gentes estão connosco,
vivendo os nossos problemas sociais e económicos, numa saudade permanente que
as faz transportar muitas das nossas tradições, da nossa religiosidade e da
nossa própria língua, para as terras da Diáspora, onde se radicaram, num culto
exemplar pelos valores da terra mãe<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No entanto, para nós que
aqui fi0camos e teimosamente aqui vivemos ,
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
vale a pena o sacrifício da vida pelas belezas das paisagens verdejantes;
pelo ar ainda puro que respiramos; pelos aromas deliciosos dos pomares e
vinhedos que haurimos; pela imponência da nossa Montanha, envolta em mantos
diáfanos ou embranquecida pela neve que por vezes nela se fixa; pelo sol que
nos ilumina e aquece e que, ao fim do dia, nos poentes multicolores de uma
beleza magnificente, quando se aproxima do horizonte e por detrás dele se some,
oferece, aos que aqui vivem, espectáculos sempre belos e inéditos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Afinal, quem sou eu para
tentar enaltecer as belezas desta ilha que saindo das entranhas do monstro
marinho, um dia se ergueu, por entre estrondos
e uivos medonhos, em labaredas de fogo, para passar além das nuvens ,
num desafio constante, já lá vão uns milhares de anos!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas, vamos ao que importa
aqui trazer nesta ocasião solene.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Valendo-me da expressão
de Ferreira Deusdado, não ficará mal dizer que a <b>nobiliárquica Vila das Lajes do Pico, </b>que outrora foi assinalada
com este evento festivo, celebra <b>cinco
séculos </b>de vida administrativa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na realidade, o primeiro documento oficial que a
História regista, foi um Alvará do Capitão-Donatário das Ilhas do Faial e Pico,
datado de l4 de Maio de l501, que conferia poder e autoridade a Fernão Alvares
para dar licenças diversas aos povoadores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Antes, porém, na
opinião de Lacerda Machado , probo e erudito historiador lajense, a Vila das
Lajes, que havia sido povoada cerca de l460, não possuía alvará, pois os homens
que o Infante para cá enviou, vieram comissionados com os poderes
indispensáveis à governação da Ilha. Só por volta de l500 se há procedido à
eleição da primeira vereação, que não deixou<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
de prestar ao astuto Capitão-Donatário sua vassalagem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Crê-se que os primeiros
povoadores vieram da Ilha Terceira, já então <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
povoada. Segundo Frei Diogo das Chagas, que o primeiro foi a escrever a
história destas ilhas - o
“Espelho Cristalino em Jardim de Várias Flores” -<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
que só veio a ser publicado há poucos anos, muito embora fosse já conhecido
o Capítulo referente à ilha do Pico, publicado
pelo escritor Ferreira de Serpa, - <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-Fernão Alvares Evangelho desembarcou com o seu cão no “Penedo Negro”, no
fundo da pequena enseada do Castelete, ao sul da que viria a ser a Vila das
Lajes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não vou repetir o
interessante episódio, já conhecido dos Lajenses. Referirei, porém, que Fernão
Alvares, vendo-se só na ilha, pois os companheiros voltaram meses passados,- procurou um sítio capaz de se
fixar. Encontrou-o junto da Ribeira que
corria ao norte do monte de Santa Catarina. Aí construiu uma minúscula casa
que, segundo a tradição, ainda ali se encontra e cujas ruínas, recente e
plausivelmente, foram adquiridas pelo Município.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E valho-me ainda de Frei
Diogo das Chagas, frade florentino e irmão
do guardião do convento franciscano desta vila, que aqui se demorou
alguns meses, de visita ao irmão e na qualidade de Visitador da Ordem, o que
lhe permitiu recolher muitos documentos dos arquivos oficiais e noticias
da tradição popular. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Diz Diogo das Chagas que “!... muitos annos não
teve esta ilha outra freguesia mais que esta, e de todas as partes aonde
moravam os povoadores vinham a ella, que foi uma pequena Igreja do Apóstolo São
Pedro (que hoje é ermida), sua paróchia, que fica a um cabo da Villa a nordeste
da barra, e porto d’ella, pegado a um braço de mar, que ahi entra, & faz
rio morto, a qual por ser pequena trataram de fazer outra em o meio da Villa,
como de efeito fizeram, no logar em que está, do orago da Santíssima
Trindade,para cujo efeito lançaram finta em todos os moradores da Ilha e nas
fazendas dos Auzentes , conformne cada um tinha de cabedal, a qual taixa por
bem mostrar o que no artigo proponho boto aqui como em seus livros achei
fielmente tresladados.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os moradores eram 45 e a
população, segundo os cálculos de Lacerda Machado, devia andar à volta de 250 almas ou pessoas. Estava-se no ano de
l506.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A igreja nova foi
construída no centro da vila, no local onde se ergue a actual Matriz. Na frente
situava-se a Casa da Câmara e, ainda, no
meio da Praça, o Pelourinho. Dedicaram-na os povoadores à Santíssima Trindade,
naturalmente porque Fernão Alvares ou os companheiros, aqui chegaram em dia da
Santíssima Trindade, como aconteceu em Santa Maria, São Miguel e São Jorge.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ao longo destes cinco
séculos a ilha do Pico tem sofrido diversos revezes, e já não falo na erupção
vulcânica de 1562 no chamado “Pico dos Cavaleiros” e, depois, nas de 1718 e 1720 que deram origem aos “Mistérios” de Santa Luzia , São
João e Silveira.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O mais gravoso,
porém, deve ter sido o facto de Álvaro de Ornelas haver recusado a capitania do
Pico, ficando-se pela Madeira onde residia, o que permitiu ao Donatário do
Faial pedir ao Rei a Capitania da Ilha do Pico, sendo, pois, o primeiro Capitão
do Faial e o segundo da ilha do Pico.
Afinal, uma pecha que, drasticamente, atingiu a ilha durante este meio milénio. E o
Pico nunca mais foi capaz de reabilitar-se de tamanha afronta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A Câmara era eleita
anualmente, num dos meses de verão e a ela competia velar pelos interesses dos
seus munícipes. Foi assim que em 4 de<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Novembro de 1583 acordaram “Os homens bons“ da Câmara (assim se denominavam
os respectivos membros) em que nenhum cristão novo pudesse viver na terra e nela vender suas
mercadorias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
De recordar que a
antiga “Casa da Câmara” já existia em 1503 e media l2 varas de comprimento e 5
de largo. No piso superior, servido por duas
escadarias de pedra com um alpendre ao centro, onde se situava a porta
de entrada, ficava a secretaria e a sala das sessões. O rés-do-chão servia de
arrecadação e de “curral do concelho” onde eram arrecadados os animais vadios.
Ao lado, no canto da rua da “Família Xavier”, vulgo da Cadeia, existia o
edifício da Cadeia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os serviços municipais foram transferidos para este
edifício dos franciscanos em 1840, mediante portaria da Rainha, datada de 3 de
Janeiro daquele ano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com o
desenvolvimento da população, uma parte fixou-se no lado Norte da Ilha, onde
existiam excelentes terrenos de cultivo.
Ai fundaram importantes núcleos populacionais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E foi assim que, um
século decorrido após o povoamento, os povos daqueles lados pediram ao Rei a
criação do seu concelho. Não foi fácil a solução, pois duas das principais
povoações reivindicavam a elevação a
cabeça do novo concelho. A Câmara das Lajes, naturalmente pelos laços
familiares existentes entre os dois povos, superiormente consultada, decidiu-se
por São Roque, ficando preterida a Prainha, que só muito tarde perdoou o
agravo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O concelho das Lajes
é constituído, actualmente pelas
freguesias de:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- São João, que passou a
paróquia independente em 1616 e cuja igreja, então situada no lugar da Arruda,
foi destruída pelas erupções de 1720;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Santíssima Trindade,
primeira povoação da Ilha;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Santa Bárbara das
Ribeiras, a segunda mais antiga da Ilha, fundada por Jordão Alvares Carauta,
companheiro de Fernão Alvares Evangelho;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoBodyText">
-
Calheta de Nesquim (ou de Morro Cão), já existente em 1506 e cuja primitiva
igreja (uma capela) existia no século XVI.
O edifício actual é já do século XIX.;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Freguesia de Nossa
Senhora da Piedade, ou da Ponta do Calhau Gordo, como refere Gaspar Frutuoso,
uma das mais ricas em produção agrícola. A primitiva igreja foi destruída pelo
sismo de 1755. Situava-se no lugar do Império. A construção da actual paroquial
foi iniciada em 1758. É tradição que ficou concluída oito anos depois; e,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- a actual freguesia da
Ribeirinha . Uma das localidades mais antigas <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
do concelho, Gaspar Frutuoso, em crónica do Século XVI a ela se refere. A
actual igreja já existia em 1762. Foi elevada a freguesia por Decreto
Legislativo Regional de 15 de Setembro de 1980.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
São estes e outros
factos que, durante o ano, a Câmara Municipal pretende recordar, assinalando,
com eventos diversificados, que hoje se iniciam, os cinco séculos de existência
do concelho que o primeiro foi e, durante um século, o único da Ilha do Pico.
No entanto, não deixou de apoiar a criação dos outros dois: São Roque em 10 de
Novembro de 1542 e a Madalena em 8 de Março de 1723. Sendo este extinto em
1895, representou a Câmara das Lajes ao Governo de Sua Magestade para que o
concelho fosse restaurado, o que veio a acontecer por Decreto de 13 de Janeiro
de 1898.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É meio milénio de
trabalhos e sacrifícios, de lutas e dores, de crises e de fomes, por vezes (a
História regista alguns “anos da fome”), de sismos e vulcões, de ciclones e
enchentes de mar... que o povo suportou heroicamente. Mas, também, de momentos
felizes, de vitórias e alegrias que lhe deram seus varões ilustres, aqueles
que, nas artes e letras, quer no
Ocidente quer no Oriente, na pátria ou em terras da Diáspora se tornaram
notáveis por feitos assinalados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Gente ilustre “... que por obras valerosas / se vão (ou
foram) - ontem e hoje - da lei da Morte libertando ...” como diria Camões. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Vila das Lajes, Ilha do Pico,<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
28 de Janeiro de 2001<o:p></o:p></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-20725060381824255422017-12-10T18:05:00.003-01:002017-12-10T18:09:15.352-01:00SOLENIDADE DE CRISTO-REI<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: small;"><u>Notas
do meu cantinho</u></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 0.18cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> Ao
terminar o ano litúrgico, o tempo comum da Liturgia Católica,
escreve</span></span><br />
<br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></span>
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">um autor a seguinte nota: </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 0.18cm; margin-bottom: 0.35cm; margin-left: 1.01cm; margin-right: 0.96cm; text-indent: -0.05cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i><br /></i></span></span></span>
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i><br /></i></span></span></span>
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i><br /></i></span></span></span>
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>No
final do ano litúrgico, a Igreja Católica celebra o triunfo de </i></span></span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i><br /></i></span></span></span>
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>Cristo Rei. Uma celebração que tem algo de estranho para os
critérios </i></span></span></span><br />
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i><br /></i></span></span></span>
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><i>do </i></span></span></span><i style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; text-indent: -0.05cm;">mundo, porque o trono do rei não é de ouro mas o
patíbulo da cruz , </i><br />
<i style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; text-indent: -0.05cm;"><br /></i>
<i style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; text-indent: -0.05cm;">na qual Pilatos mandou escrever”. Este é o Rei
dos Judeus”. O próprio </i><br />
<i style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; text-indent: -0.05cm;"><br /></i>
<i style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; text-indent: -0.05cm;">Jesus falou aos discípulos daquela “hora
eterna” de reinado, quando </i><br />
<i style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; text-indent: -0.05cm;"><br /></i>
<i style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; text-indent: -0.05cm;">lhes </i><i style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; text-indent: -0.05cm;">explicou:”Quando eu for levantado
da terra, atrairei todos a mim. </i><br />
<i style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; text-indent: -0.05cm;"><br /></i>
<i style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; text-indent: -0.05cm;">“Liturgia diária - a missa de cada
dia. Calendário litúrgico”. Edições </i><br />
<i style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; text-indent: -0.05cm;"><br /></i>
<i style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; text-indent: -0.05cm;">Paulistas.</i></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> A
Igreja Católica acaba de celebrar a solenidade de Cristo-Rei.
Trata-se de uma festa que encerra o ano litúrgico e foi estabelecida
pelo Papa Pio XI, na década de vinte do século passado. Ganhou
grande entusiasmo entre os cristãos e foi integrada nos organismos
da Acção Católica.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> Realiza-se
no último domingo do </span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>Tempo
Comum </i></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">e
reveste-se, normalmente, de grande solenidade litúrgica. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> Deve-se
ao P. Inácio Coelho, ao tempo Pároco da freguesia de São João, o
início da realização da grande solenidade que teve sempre como
orador o P. Xavier Madruga.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> Logo
a seguir foram criados na Diocese os diversos organismos da Acção
Católica (A.C.). A Matriz das Lajes acolheu com entusiasmo esse
movimento. Criaram-se, pois, a JOC masculina, a JIC e a LIC femininas
pois tratavam-se de movimentos cristãos com mais influência da
Paróquia. Tomaram eles à sua responsabilidade, além de outras
actividades, a Festa do Senhor que se realizava no domingo seguinte
para aproveitar o orador exímio que era o nosso antigo director e
fundador, P. Xavier Madruga. A sua fala era sempre brilhante e
atraía, por vezes, à Matriz, alguns admiradores que o escutavam com
muito interesse.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> A
festa era, normalmente, precedida de tríduo preparatório. Apesar
dos organismos da A.C. se haverem, praticamente, extinto, a festa de
Cristo-Rei nunca deixou de se realizar, com homilia e Eucaristia
cantada.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> (A
Matriz das Lajes possui um dos órgãos mais antigos da Diocese, de
boa qualidade e de que é autor um notável Mestre e não lhe
faltaram boas e bons organistas. Recordo D. Maria Adelaide Silva (a D
Maria Mestra, professora Primária), D. Adelaide de Azevedo e Castro,
D. Maria Xavier, Francisco Xavier de Azevedo e Castro além de outros
mais. Na festa de Lourdes tocava o órgão o distinto organista Dr.
Garcia da Rosa e as suas exibições eram autênticos concertos.)</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> A
Matriz da Santíssima Trindade das Lajes do Pico, todos os anos vem
realizando, com esplendor próprio, as festas do Calendário
Litúrgico. Este ano e uma vez mais, cumpriu a solenidade de Cristo
Rei, com Missa cantada e homilia. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> Cristo
Vence! Cristo Reina! Cristo Impera! Aleluia!</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Lajes
do Pico, Capital da Cultura da Baleia,</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">27-XI-2017</span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Ermelindo
Ávila</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-13888780874170761392017-12-10T18:04:00.002-01:002017-12-10T18:04:28.531-01:00FESTAS NATALÍCIAS<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;">Notas
Soltas </span></span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Cheira
a Natal, dizem os mais antigos, que os novos vão-se entretendo em
outras actividades.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> O
Natal hoje é muito diferente. </span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> As
crianças esperavam ansiosas pela noite do Menino que lhes havia-de
deixar debaixo do travesseiro a sua oferta do Natal, e tão modesta
que por vezes era ela: um boneco de pano, um carrinho de bois de
madeira, uns rebuçados ou uns figos passados, que tudo era
apreciado, e de que maneira!</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Depois,
a vida foi-se modificando. A economia doméstica foi-se melhorando,
os pais puderam ter melhores possibilidades de compra, o comércio
passou a importar grandes quantidades de brinquedos, dos mais
sofisticados, desde o carro eléctrico aos aviões que se movem nos
ares. Não faltam as confecções, das mais artísticas e tecidos
ricos, os casacos de corte moderno, um sem número de vestuários das
mais variadas e ricas cores. Para uns, é o crédito que se utiliza e
se esgota, para outros é a riqueza e o luxo que se exibe. E, por
vezes, no comércio ficam as dívidas a aguardar que se saldem…</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Cedo
vêm os pantagruélicos almoços de compadres e comadres, de
conhecidos e amigos, de primos e outros familiares, que se tornaram
numa quase tradição de bons manjares e melhores beberes. </span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Felizmente
que ainda se guarda para o dia de Natal os repastos com os parentes
mais íntimos, onde continuam a aparecer a massa sovada e a carne de
caçoila, cuja tradição, felizmente, ainda se mantêm.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Quase
caíram em desuso as visitas aos parentes e amigos. </span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Os
serões vão desaparecendo e só restam bem poucos nas sociedades
culturais e recreativas para os respectivos associados.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> ***</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> O
mês de Dezembro tinha, em anos passados, um tom especial. Era o mês
do Natal. O mês da grande festa. Toda a gente se preparava, material
e espiritualmente, para as grandes celebrações litúrgicas.
Todavia, com as normas estabelecidas pelo Concílio Vaticano II, a
liturgia alterou-se bastante. O cerimonial simplificou-se de maneira
a não torná-lo muito prolongado, mantendo, no entanto, diversas
partes essenciais. </span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> As
principais festas eram normalmente precedidas de devoções
preparatórias, as Novenas cantadas e com pregação especial. Ainda
hoje, na Matriz das Lajes, são realizadas as Novena da festa de
Nossa Senhora de Lourdes. As do Natal e de Nossa Senhora da Conceição
há muito deixaram de se fazer. </span></span></span>
</div>
<h2 align="JUSTIFY" class="western" style="break-after: avoid; font-weight: normal; line-height: 115%; text-indent: 1.46cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">As novenas do Natal tinham liturgia
própria. Eram realizadas de madrugada, cantadas e com Missa solene. </span>
</h2>
<h2 align="JUSTIFY" class="western" style="font-weight: normal; line-height: 115%; text-indent: 1.46cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Os fiéis, levantavam-se de madrugada
para assistir à novena antes de irem para os seus trabalhos de
campo. Chegados ao adro, deixavam os seus casacos e utensílios de
trabalho rural e assistiam à Missa e cerimónia próprias das
Novenas. No final, no adro, substituíam os fatos e caminhavam, com
os respectivos utensílios agrícolas, para os seus trabalhos de
campo. Ao entardecer regressavam a suas casas e era então que
tomavam a refeição quente da noite. </span>
</h2>
<h2 align="JUSTIFY" class="western" style="font-weight: normal; line-height: 115%; text-indent: 1.46cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Era assim durante os nove dias que
precedia o Natal. Hoje a novena não é feita à noite e a frequência
não é tanta…Outros tempos…</span></h2>
<h2 align="JUSTIFY" class="western">
</h2>
<h2 align="JUSTIFY" class="western">
</h2>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Lajes do Pico,</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">3
de Dezº de 2017</span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Ermelindo
Ávila</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-134803411221370442017-12-10T18:03:00.002-01:002017-12-10T18:03:32.840-01:00O MÊS DAS TRADIÇÕES<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"><u><b>Respingos</b></u></span></span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">No
fim do mês, para não dizer em todo o mês, comem-se as castanhas,
acompanhadas do vinho novo. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">Chegámos
já ao penúltimo mês do ano. Desde longos tempos é o mês de
maiores tradições. Ontem, um ontem que vem de séculos, as pessoas
cumpriam, com seriedade, as diversas tradições do ano. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">Não
refiro o mês dos Santos nem dos Defuntos tão presentes nos costumes
populares que foram e continuam a ser respeitadas Daí o manter-se os
ditos e provérbios bastante antigos nas tradições mais populares,
que o povo sempre respeitou, como seja o dia de São Martinho, a 11
do mês: “</span></span><span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"><i>No
dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho</i></span></span><span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"><i>”.
</i></span></span><span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">Mas
há muitos mais que não padece serem repetidos. Fico-me apenas pelas
castanhas.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">O
castanheiro não se desenvolve em todas as zonas da ilha. É uma
árvore de difícil desenvolvimento e mesmo assim, só dá boa
produção para o Norte da ilha. É por isso que, no Outono, era
vulgar, grupos de moças da banda do Sul, muitas delas levando
sacolas de milho à cabeça, atravessavam a Serra, ou seja, iam das
bandas do Sul (Lajes, Ribeira do Meio, Almagreira, e Silveira), até
à Prainha do Norte, e naquela zona trocavam milho por castanhas. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">Algumas
castanhas vinham do continente para os estabelecimentos comerciais já
piladas, o que lhes dava um gosto de aperitivo muito apreciado. As
aqui produzidas e comidas, ao serão, eram cozidas na grelha ou
assadas nas brasas do lar, pois o fogão não era conhecido ainda. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"> Cada
fruto tinha a sua época e era com ele que se “celebravam” tempos
idos à maneira popular. Mesmo assim, quem não apreciava um punhado
de castanhas? Pois, se não havia outros pitéos (petisco ou
goludice)? Quem não apreciava as castanhas do mês de Novembro? </span></span><br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"> O
viver das nossas gentes quase só se limitava àquele que para cá
trouxeram os primeiros que aqui chegaram, e o mantiveram por largos
anos ou séculos. Viviam longe da Mãe-Pátria, sem comunicações
regulares e os veleiros que por aqui passavam, faziam-no de longe em
longe e sem escalas regulares. Só algum barco estrangeiro, as
baleeiras ou os veleiros que ligavam a Europa à América, do Norte
ou do Sul e que normalmente eram aproveitados para o conhecido
“embarcar de salto”, como aconteceu a tantos que nesse
rudimentares meios de transporte, sofriam sobretudo as brutalidades
dos oficiais e mestres. E quando chegavam àqueles inóspitos e
desconhecidos continentes,“punham-se ao fresco”e “iam por terra
dentro”... </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 0.18cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"> Volvidos
muitos anos sem que os pais tivessem notícias dos filhos ausentes,
voltavam... </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"> Vários
escritores açorianos, não muitos mas dos melhores, aproveitaram o
tempo do “Salto” para nos deixarem páginas literárias, das
melhores da nossa literatura insular. Recordo, v.g. o conto de Nunes
da Rosa, sobre o “Salto”, no “Gente das IIhas” que, nos
primeiros anos do seu passado, fez sucesso e foi muito apreciado.
Mais alguns mais tomaram a emigração de salto como tema das suas
produções literárias e não se saíram mal. Ainda hoje os seus
trabalhos não lidos, apreciados e até estudados pelos actuais
críticos literários, que os há em relativa abundância.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">Mas
quem não aprecia um punhado de boas e saborosas castanhas, daquelas
que os picoenses cultivam nas bandas do Norte?</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">É
bom não esquecer que a ilha, a segunda em área do Arquipélago, tem
as suas características especiais, nas produções diversas: os
cereais, as frutas, as vinhas. E aqui e ali vão aparecendo as
especialidades que, aliás, são o vinho verdelho, as laranjas, os
ananazes, os figos, e outras produções e que, esquecidos durante
alguns anos, voltam a ser produzidos e exportados.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">Para
os apreciadores não será de recusar um prato de castanhas e um
cálice (dos grandes) da velha “Angelica”.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">Estamos
no mês de isso experimentar. Bons apreciadores não faltarão. Figos
passados ao sol, castanhas cozidas ou assadas, angelica velha, vinho,
tinto ou branco de alguns anos e as velhas aguardentes de vinho ou de
figo, não se compram mas trazem-se da adega, pois lá estão meses
ou anos à espera do amigo que passa…</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">A
vida rural do lavrador do Pico, com suas alegrias e trabalheiras, não
tem quem a iguale. Não utilizo nem aprecio bebidas. Estarei, pois,
errado?</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">Vila
–Capital da Baleia.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">Novº
de 2017</span></span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: medium;">E.
Ávila</span></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-58077353761666905802017-11-20T12:02:00.002-01:002017-11-20T12:02:48.890-01:00PICO<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;"><u>Respingos</u></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.23cm;">
<span style="font-size: 16pt;">O Pico. A Ilha onde nasci, vivi
os primeiros anos e, depois, os anos mais que Deus me tem dado. Mas
nunca deixei de viver no Pico, quer estivesse ausente por dias,
semanas, meses ou anos. É uma ilha que está sempre presente no meu
espírito, no melhor do meu ser. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;"> Mesmo
ausente da terra, os seus projectos, os seus problemas, as suas
iniciativas, o seu progresso vivem comigo. Recordo os meus anos de
juventude, cujos estudos me afastaram meses seguidos da terra… Como
era enleante subir aquele magnífico monte que defende a cidade e ver
ao longe o pico do Pico. Que nostalgia… que saudades da terra. Que
desejos tinha de atravessar o mar imenso que nos separava e vir
somente, por um instante que fosse, pisar as “pedras negras “ do
Pico.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: 16pt;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-qb6QCs4K-0I/WhLSQhMouhI/AAAAAAAAWs4/iPo9P3GKpuQ0qS6Vc_3svXthmWeBL_vUgCLcBGAs/s1600/LP%2Bmanh%25C3%25A3%2B1.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://3.bp.blogspot.com/-qb6QCs4K-0I/WhLSQhMouhI/AAAAAAAAWs4/iPo9P3GKpuQ0qS6Vc_3svXthmWeBL_vUgCLcBGAs/s400/LP%2Bmanh%25C3%25A3%2B1.JPG" width="400" /></a></span></div>
<span style="font-size: 16pt;"> </span>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;"> Ainda
agora é a soberba montanha que, ao amanhecer, vigio da minha janela,
para que me indique o estado do tempo que vamos ter. E lá no alto,
no cimo do pico do Pico vejo a direcção das nuvens… os reflexos
do Sol nascente… as nuvens encapeladas… tudo indicativo do tempo
que vamos ter... E o poente do Astro Rei?!... </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;"> Deixem-me
que escreva, hoje, prosa solta, talvez sem nexo, somente para exaltar
a beleza maravilhosa deste Pico que um dia remoto, que a História
não registou, emergiu das salsas ondas para ficar no meio deste
Atlântico. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;"> O
marinheiro e o agricultor, de madrugada, quando saíam do leito e
espreitavam o tempo para um novo dia de trabalho, era pelo rodar das
nuvens ao redor da montanha, que sabiam o tempo que os esperava: </span><span style="font-size: 16pt;"><i>Lã
crameada, chuva grada; raivas no poente, coze massa e mete gente;
raivas no nascente, toca os bois e anda sempre.</i></span><span style="font-size: 16pt;">
E tantos mais que a sabedoria popular criou e utilizou durante tantas
décadas...</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;"> Mas
o Pico é mais do que o barómetro natural que os naturais sabem
observar e “ler”.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;"> É,
igualmente, inspiração poética para muitos que deixaram, ao redor
dos tempos, poemas maravilhosos que, ainda hoje, são o encanto de
quantos nele se inspiram.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;"> Recordo
Manuel de Arriaga (não discuto, por agora, a naturalidade, e podia
fazê-lo…</span><span style="font-size: 17pt;">)</span><span style="font-size: 16pt;">
amante do seu Pico, como tantos outros e lembro somente o saudoso
Doutor José Enes, </span>(1)<span style="font-size: 16pt;">
com o excelente poema ao Pico, que outro saudoso picoense, o maestro
Emílio Porto, inspiradamente musicou. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;"> Fico-me
pelos poentes outonais que os pintores estrangeiros e vários são os
que por aqui têm passado, aproveitam para deixar impressões em suas
telas artísticas.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;"> Nunca
subi à maravilhosa montanha. Um dia, por acaso, em que tive a
ventura de viajar num avião da SATA, ao aproximar-se do Pico, uma
hospedeira de bordo anuncia que o Comandante ia mostrar aos
passageiros um espectáculo inédito: O pico do Pico. E fê-lo de
maneira distinta fazendo o avião circular sobre o “eirado” e
dando a volva ao Pico. Naturalmente, nós os passageiros que
viajávamos da Terceira para o Faial, ficámos maravilhados com o
espectáculo que não mais se me foi dado apreciar. Ao longe, a
Terceira, e depois: a Graciosa, São Jorge, o Faial e o Pico…a
nossos pés. Noutra ocasião, e foi só, Minha Mulher, de saudosa
memória, e eu, viajávamos quase madrugada ainda, de São Miguel
para o Pico. Ao aproximar-se o avião (SATA) da Ponta da Ferraria,
quando se preparava para deixar S. Miguel e sobrevoar o Atlântico,
Minha Mulher chama-me a atenção para o que via no horizonte, a
Oeste: O Pico do Pico, um triângulo bem definido sobre o Oceano. Uma
maravilha que desapareceu quando a aeronave fez rumo à Terceira.
Depois só vim a descobrir entre nuvens o meu Pico, quando me
aproximava da minha ilha. Fenómenos maravilhosos!</span></div>
<div style="border-bottom: 1px solid #000000; border-left: none; border-right: none; border-top: none; margin-bottom: 0cm; padding-bottom: 0.04cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;"> Fenómenos que não se repetem…</span></div>
<div style="border-bottom: 1px solid #000000; border-left: none; border-right: none; border-top: none; margin-bottom: 0cm; padding-bottom: 0.04cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;">Lajes do Pico, Capital da
Cultura da Baleia</span></div>
<div style="border-bottom: 1px solid #000000; border-left: none; border-right: none; border-top: none; margin-bottom: 0cm; padding-bottom: 0.04cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;">10-Novembro- 2017</span></div>
<div style="border-bottom: 1px solid #000000; border-left: none; border-right: none; border-top: none; margin-bottom: 0cm; padding-bottom: 0.04cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;">E.Ávila</span></div>
<div style="border-bottom: 1px solid #000000; border-left: none; border-right: none; border-top: none; margin-bottom: 0cm; padding-bottom: 0.04cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>(1)<span style="font-size: 16pt;"><b>
“Montanha do meu destino”, José Enes</b></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Montanha do meu segredo</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Montanha do meu destino</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Tocaste-me com um dedo</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Imprimindo em mim um signo</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Quando me viste nascer</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Montanha da minha dor</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Montanha do meu chorar</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Olhaste-me com amor</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Com um fundo e puro olhar</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Quando me viste nascer</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Montanha dos meus desejos</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Da minha louca ambição</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Encheste-me a alma com beijos</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Do fogo do teu vulcão</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Quando me viste nascer</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Montanha da minha sorte</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Oh génio do meu viver</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Encomenda-me na morte</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Quando me vires morrer</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<br />
<div style="line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<br /><br />
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-10812254755619379732017-11-12T17:19:00.001-01:002017-11-12T17:19:43.553-01:00PÃO POR DEUS<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"><u>RESPINGOS</u></span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.26cm;">
<span style="font-size: small;">É um tema simpático para este início do chamado Ano
Litúrgico.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.26cm;">
<span style="font-size: small;">Outrora, todos os fiéis cristãos respeitavam os ciclos
litúrgicos estabelecidos pela Igreja, cumprindo as suas normas com
respeito e fidelidade. Com o desenvolvimento da Sociedade moderna,
tudo se modificou e hoje, nem todos estão dispostos a cumprir essas
normas que de mal nada tinham. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"> Apesar das
novas formas de vida, que alguns querem classificar de nova
civilização, há lugares e terras (núcleos habitacionais antigos)
que mantêm os costumes e os hábitos trazidos dos tempos, algo
distantes, de seus avós. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"> Felizmente
que isso acontece nalgumas terras destas ilhas, onde as antigas
tradições se conservam com respeito. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"> Ontem foi
dia de Finados. A Igreja Católica recorda, de modo particular,
aqueles de seus fiéis que já partiram para o Pai. Fê-lo, como
habitualmente, sufragando as almas dos mortos, com actos litúrgicos,
por cá bastante concorridos. E não deixou de visitar as campas dos
falecidos… </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"> No dia
anterior, foi o dia de PÃO POR DEUS. Um velho costume que as
crianças ainda trazem até hoje: Pão por Deus! Por amor de Deus!
Para as avós, eram elas que se dedicavam a esse trabalhinho, faziam
umas pequenas sacolas onde os miúdos recolhiam as dádivas: moedas,
doces, géneros (cambadas de milho, punhados de batatas), enfim, tudo
o que fosse útil para as crianças e até adultos. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"> Conheci
terras nos Açores em que algumas instituições criaram o sistema
de, ao sábado, destinar umas tantas moedas para os pobres mendigos
que lhes batiam à porta. Assisti um dia, casualmente, a um acto
desses e fiquei chocado com a maneira brusca como o pobre foi
recebido.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"> Por cá
ainda se mantém o pão por Deus. Um dia diferente que é lembrado e
respeitado. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"> Pouco ou
muito, todos dão e são vários os que pedem: alguns por
necessidade, outros para manter uma tradição. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"> Depois da
colheita, porta-a-porta, era a partilha pelos companheiros. Ninguém
refilava…</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"> Talvez,
outros tempos. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Vila-Capital
da Cultura Baleeira</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Nov. 2017</span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-size: small;">E. Ávila</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-51909791101710512392017-11-12T17:17:00.003-01:002017-11-12T17:20:58.871-01:00NA ÉPOCA DAS COLHETAS<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">RESPINGOS</span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> Não
havia estradas pelo lado Sul da Ilha do Pico. Os terrenos, os
melhores da ilha – diziam - eram explorados normalmente pelo
sistema braçal. Quando a colheita era maior utilizavam-se carros
“tirados”</span></span><sup><span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: small;"><a class="sdendnoteanc" href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4979248241533277583#sdendnote1sym" name="sdendnote1anc" sdfixed=""><sup>1</sup></a></span></span></span></sup><span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">
por um ou dois bovinos, no mês nas colheitas dos milhos. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Agradável
era o trânsito dos carros de dois bois, atravessando as ruas da vila
das Lajes, carregados, geralmente, de maçarocas de milho, das
colheitas das Terras de Baixo, Granja, Estreito, ou mesma da Canada
de Jorge Dutra, onde se situavam os melhores terrenos dos
proprietários da Silveira, Almagreira ou Ribeira do Meio, pois era
junto das respectivas habitações ou em terrenos próximos que
tinham as “casas de atafona” ou de albegoaria.</span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-BxlHhm25LbQ/WgiQ95AYHHI/AAAAAAAAWqA/c0ffAbiZwRs7YG-qkYy_cW5Ac_ZnBi0sgCLcBGAs/s1600/carro%2Bde%2Bbois%2B%25282010%2529.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1438" data-original-width="1600" height="287" src="https://4.bp.blogspot.com/-BxlHhm25LbQ/WgiQ95AYHHI/AAAAAAAAWqA/c0ffAbiZwRs7YG-qkYy_cW5Ac_ZnBi0sgCLcBGAs/s320/carro%2Bde%2Bbois%2B%25282010%2529.JPG" width="320" /></a></span></span></div>
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">E
era um gosto o passar dos carros, ao anoitecer, a chilrear, enquanto
a autoridade municipal não proibiu esse sistema, pois, diziam, era
incómodo principalmente para as pessoas doentes.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Quando
em 1943 foi inaugurada a estrada regional, a ligação entre a Vila
das Lajes e o centro da freguesia da Piedade passou a ser feita em
veículos motorizados, e </span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>“ficaram
para o lado” os carros de bois. Estes animais, “gado da porta”
como era conhecido, praticamente, era utilizado em atafonas e nos
trabalhos de lavoura nos prédios “da casa”. Hoje, praticamente
desapareceram </b></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">e
quase só existe o “gado de leite”. Trata-se, afinal, de um
sistema quase prejudicial, dado que se alterou substancialmente a
utilização do gado bovino e o sistema de praticar a antiga
agricultura.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Nas
casas do lavrador já não há, ao que creio, as noites de
desfolhada, como tão bem a descreveu o Escritor Júlio Dinis. Hoje,
se vivo fosse, outros assuntos encontraria para as suas saborosas
crónicas. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> Costumes
antigos, vindos de nossos avós, que não se repetem. E tantos eles
eram. Relacionavam-se entre si, constituindo “um todo” dos
hábitos e costumes das gentes antigas, aquelas que foram nossos
Avós. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> A
quase totalidade dos picoenses tinha cédula marítima para poder ir
ao mar, em qualquer barco de pesca: “chata”, lancha, embarcação
de pesca costeira, ou mesmo do mar alto, pescar o peixe para o
inverno ou, quando profissional, fazer a “soldada” para o
sustento da Família, pois esse seu quinhão, como também era
conhecido, era a “moeda de troca” dos géneros, tecidos, e o mais
necessário com que se mantinha a Família. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> O
Homem do Pico tanto exercia a profissão de agricultor de braço,
como à tarde ia às vejas, ao serão aos sargos, ou, na época
própria, ia ao “mar do limpo ”deitar o estremalho para apanhar o
chicharro que recolhia ao amanhecer. Nessa altura, feitas as
divisões, as mulheres levavam-no numa cesta até ao campo (aldeia
vizinha) para trocar por milho, batatas ou outros géneros. Não se
passava fome, muito embora houvesse épocas de algumas dificuldades.
E quem não se lembra da matança de porco e do dia alegre que
era?!...</span></span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">+</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Em
certos anos, era costume os barcos de pesca deslocarem-se para outras
ilhas e fazer ”pescas de fundo”, ou até mesmo nos bancos “Dom
João de Castro” e “Princesa Alice”. Preparavam-se com “bordas
falsas”- aumento do costado – e na companhia das Lanchas
“Lourdes” ou “Hermínia”. E por lá estavam cerca de uma
semana, se a pesca era boa. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> Quando
se deslocavam para os mares de S. Jorge, normalmente, iam para o
Norte Pequeno, outros para os Biscoitos da Terceira e outras mais
ilhas, onde o peixe abundava. Esse sistema terminou, creio, com a
pesca da albacora e a instalação de fábricas de conservas. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> Quando
a caça à baleia estava no seu auge os baleeiros lajenses eram
contratados como mestres ou trancadores pelos armadores e
aproveitavam as horas de vazio para a apanha de peixe para seu
sustento, da família que o acompanhava, ou para venda...</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> Hoje
tudo não passa de um sonho…</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Lajes
do Pico - Vila Capital da Cultura da Baleia,</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Ermelindo
Ávila.</span></span></div>
<br />
<div id="sdendnote1">
<div class="sdendnote" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<a class="sdendnotesym" href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4979248241533277583#sdendnote1anc" name="sdendnote1sym">1</a>Puxados,
(expressão popular)</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-88230562680431605052017-10-30T16:29:00.000-01:002017-10-30T16:29:14.302-01:00A VILA QUE TEMOS E QUE PODÍAMOS TER...<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"><u>Respingos</u></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Trago
há tempos em pensamento uma referência singular à organização
urbanística da vila, que foi capital da Ilha e ainda hoje, é
aquela que a possui em melhores condições, apesar de, ao longo dos
anos, diversos atropelos e fortes atrocidades do camartelo ter
sofrido…não lhe permitindo usufruir de melhores traçados urbanos.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Nem
sempre assim se tem entendido. Nem todos os gestores que têm passado
pela administração da Autarquia se hão apercebido dessa realidade.
E talvez por isso, atropelam ou destroem um património que muitos
desejariam possuir. Razão essa que, apesar de todas as vicissitudes,
não impede de estar presente, sempre que possível, neste obscuro
cantinho. </span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Muito
embora não esteja possuidor das potencialidades físicas que me
permitiriam trazer a esta nota o que julgo ser um dever de todos os
cidadãos, aqui estou, no entanto, a cumprir um singelo dever.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Bem
ou mal, pouco importa.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Quem
alguma vez teve a oportunidade, eu diria felicidade de sobrevoar a
avoenga vila picoense, ficou com uma impressão admirável do seu
aspecto urbanístico e, igualmente, das diversas muralhas que separam
a parte urbana do mar circundante. </span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;">Posso estar a
fantasiar um pouco, pelo muito que quero a esta terra que foi o meu
berço natal. Não Importa. A responsabilidade é somente do escriba.
</span></span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Até
meados do século dezanove a vila não possuía muralhas de defesa.
Estava sujeita ao mar e às suas tempestades ciclónicas. Na memória
de alguns ainda se mantem o ciclone de 1893, com as suas vítimas e
desastres materiais. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> A
vila ficou em desastroso estado e a partir daí as entidades tiveram
de fazer algumas obras de defesa. Uma delas, se não erro, foi uma
muralha por cima do lajido, que foi iniciada, mas não continuada,
porque os marítimos julgaram que era prejudicial à defesa da Vila e
provocaria, em ocasião de temporal, o enchente da Lagoa e a
impossibilidade do escoamento das águas. As obras foram suspensas e
o início do alicerce lá está há mais de cem anos.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;">Nos primeiros anos do
século passado, o Historiador Lacerda Machado apresentou na Câmara
Municipal um projecto para a “modernização da Vila”, com a
respectiva memória descritiva. O projecto foi aprovado e, depois de
exposto alguns anos na sala das sessões, deixou de ser visto. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Em
1936, um violento ciclone derrubou o muro da Lagoa, entre as casas
dos botes do Ribeira do Meio, ou “degráus do José da Emília” e
a Rua Nova. Os técnicos e dirigentes da Direcção Distrital de
Obras Publicas (Engenheiro Angelo Corbal) receberam instruções
imediatas e as obras foram iniciadas. Um ano depois estavam
concluídas, incluindo o alteamento, regularização do piso e
aumento da plataforma exterior, onde agora está o monumento ao
Baleeiro, até à zona do antigo Juncal - aplicação alvitrada pelo
General Lacerda Machado - espaço que esteve muitos anos a servir de
lixeira e “pasto” da ratazana, com graves prejuízos para a saúde
publica, até que foi ocupado, com algum custo, pelo campo de jogos.
Transferido este para outro local, o campo, transformado em “Jardim
da Baleia”, está em conclusão com os anexos: Recepção do
Turismo e outros imóveis. Quando ficará concluido (apesar de
inaugurado…) e integrado na CAPITAL DA CULTURA DA BALEIA, ao
serviço do público?! </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;">Vila
das Lajes, Outº. 2017</span></span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;">E.Ávila</span></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-24883611681060716872017-10-19T12:11:00.003+00:002017-10-19T12:11:11.732+00:00ANTIGOS VIVERES<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"><u>Respingos</u></span></span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> </span></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> “</span></span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"><i>No
período bucólico, duma simplicidade bíblica, os primeiros
povoadores viveram uma página tocante de Júlio Verne, procurando
soluções, improvisando, suprindo tudo quanto o isolamento que lhes
negava.</i></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"><i>À </i></span></span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"><i>falta
de forno, cozeram na lage o pão rudimentar das suas refeições
frugais, e mais tarde o bolo, como já descrevi em outra obra,
assavam a carne no borralho, o funcho substituiu a hortaliça que
ainda não houvera tempo de cultivar, ou de que faltavam sementes,
uso que ainda subsiste, posto que raramente, inventaram molhos gratos
ao paladar, para suprir a falta de azeite de oliveira, tardia em
frutos, costume que perdura, pois só recentemente se começou a
tentar a sua cultura.”(</i></span></span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;">1)</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> O
que é certo, porém, é que durante alguns séculos a alimentação
dos povos açorianos foi muito frugal. Utilizavam-se os produtos da
terra, quando ela os produzia, pois nem adubos existiam para os
fertilizar. Os terrenos eram adubados com os ”adubos” retiradas
das pocilgas dos animais, de cinzas e águas extraídas das
cisternas, quando muito. Continuava-se a colher das paredes e muros
dos quintais os funchos e as salsas, as malaguetas, alhos e açaflor,
para uso culinário. Os caldos eram temperados com gordura ou banha
de animais domésticos (suínos) e algumas vezes acompanhados de
carne de frango, de vaca ou de caça. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> O
sal começou a ser utilizado depois de extraído das salinas
domésticas, Recolhida a água do mar em pocilga que ficava até à
evaporação, solidificando-se até poder ser utilizado, em estado
sólido (pedra), para a conservação dos géneros e tempero dos
alimentos. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Em
1702, a produção da Ilha era de mil moios de trigo e 20.000 pipas
de vinho. Já em 1826 compareceu “um grande conjunto de povo, desta
jurisdição, do lugar da Ribeirinha, Piedade, Calheta, Ribeiras,
Vila e São João (praticamente de todo o concelho) a querer impedir
que saísse milho para fora das ditas freguesias.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> No
Relatório de 23 de Dezembro de 1867 informa o Governador Santa Rita
que havia no Pico várias espécies de gado bovino, e que havia
imensos teares de panos de lã, algum linho, e algodão. Diversos
moinhos de vento e de água, atafonas de boi e numerosas de mão.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Quando
do início do povoamento, faltou, porém, um ferreiro. Os chefes de
família, que não ultrapassavam 45 em toda a ilha, foram obrigados a
contribuir para a vinda de um mestre, mediante o pagamento de uma
tença. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Decorridos
alguns séculos o citado Governador Santa Rita escreve no seu
relatório que, em 1871, havia 2 fornos de cal, moinhos de vento e de
água, muitas atafonas de boi, numerosas de mão, teares de pano de
lã, algum linho e algodão, chapéus de palha e vários outros
utensílios. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Presentemente,
não se corta lenha para fogões e lareiras, nem se caçam baleias,
toninhas, ou golfinhos para extrair óleo de iluminação, como
antigamente, quando o petróleo era caro e as candeias abundavam. Há
gás e electricidade para os utensílios domésticos (luz, fogões,
lareira, etc). </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"> Tudo
se modernizou. A Vida do homem tornou-se mais facilitada. Já não se
vêem alparcas de coiro de boi, de pele de porco, ou de bandas de
pneus estragados. As roupas dos trabalhadores rurais deixaram de ser
de lã de ovelha. Os homens do Pico já não se distinguem dos demais
açorianos: nem no falar, no trajar, ou no frequentar os café, os
restaurantes ou “casas de pasto”, como diziam os Irmãos </span></span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"><i>Bullar,
em “Um Inverno nos Açores e Um Verão no Vale das Furnas“-
1838.</i></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 200%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;"><i>_________</i></span></span></div>
<ol>
<li><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Lacerda
Machado – Historia do Concelho das Lajes,-1936 –pag.78</span></div>
</li>
</ol>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Lajes
do Pico, Out. 2017-10-13</span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-size: medium;">E
Ávila</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-47503423916603350792017-09-16T22:23:00.005+00:002017-09-16T22:23:53.037+00:00ARRAIAL…<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<u><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">NOTAS
DO MEU CANTINHO<o:p></o:p></span></u></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Um <i>arraial</i> que é uma vergonha e continua, sem que haja quem lhe dê uma
solução razoável. Até quando, não sabemos, mas não deixa de ser um verdadeiro
escárnio para as Lajes e até para quantos nos visitam, e já são bastantes, principalmente
nesta quadra de estio em que o calor se faz sentir já em demasia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Há dias deram-me a oportunidade
de dar um pequeno passeio pela muralha do Caneiro, que circunda a Lagoa
interior do porto das Lajes. Estava esta cheia de embarcações de recreio que
são aquelas que agora ali mais abundam, principalmente nesta época de verão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">E são as locais, algumas de
outros portos e até estrangeiras que ali estacionam. O espaço está praticamente
ocupado e algumas das embarcações estão junto a outras, por falta de espaço de
amarração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Mais fora está a lagoa formada
pelo molhe que aqui há anos foi construído para defesa da Vila e que tem dado
bons resultados, apesar de ir perdendo o coroamento com as vagas que o atingem,
deixando-o todo “dentado”. No entanto, não deixa de ser chocante ver as bandeirolas
ali colocadas em pequenos mastros a sinalizar os montículos submersos que<b> </b>estão<b> </b>espalhados naquele espaço, indicativos do perigo que é deles se
aproximarem as embarcações que demandam o porto. E já houve arrombamentos… <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 148.85pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Pouco
custará meia dúzia de velas de dinamite que destruam aqueles obstáculos,
permitindo a circulação segura da navegação e acabando com o espectáculo, algo
ridículo, do “arraial” que representam. Será necessário abrir subscrição para a
aquisição de tão diminuta quantidade de material explosivo?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 148.85pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 148.85pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Sem
grandes custos prestava-se, no modesto entendimento do articulista, uma boa
ajuda ao serviço portuário. Estarei certo ou o que venho de expor não passa de
uma opinião ultrapassada? E por aqui fico. Outros melhor informados, tratarão
deste caso. O que não deixa de ser uma realidade é que a navegação de recreio tem
dificuldades em demandar o porto pelos vários cabeços submersos que evitam o
livre trânsito naquele espaço.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 148.85pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 148.85pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Lajes
do Pico<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 148.85pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">26-Julho-2017<o:p></o:p></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-85993625713670221522017-09-16T22:21:00.003+00:002017-09-16T22:21:50.185+00:00Pequenas notas…<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<u><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Notas do meu cantinho<o:p></o:p></span></u></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Volto a este meu cantinho … Nem sei se os leitores deram
pela sua falta. Pouco importa. No entanto, vou deixando as minhas singelas
notas que outros, tempos passados, poderão aproveitar para os seus trabalhos e
estudos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Estamos, aqui no Pico, nas chamadas “festas de verão”.
Tiveram início, no dia 22 de Julho, com as festas de Santa Maria Madalena,
padroeira do mais novo concelho picoense. No decorrer dos anos, as Festas da
Padroeira têm beneficiado de tratamentos vários. Recordo, v.g., “Os Maiores Dias
da Vila da Madalena”, em que se comemorou, naquele concelho, em 1960, o “Duplo
Centenário” do culto da excelsa titular da Paróquia, Santa Maria Madalena. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Mais tarde, a solenidade da Padroeira tomou novo
incremento com a declaração oficial do dia 22 de Julho como feriado municipal.
A Câmara promoveu grandes festejos externos com uma brilhante iluminação que
esteve a cargo de um artista angrense, creio que Fausto Cristóvão. A partir de
então as festas externas em honra da Padroeira tomaram esplendor maior. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Logo a seguir, a paroquial de São Mateus celebra a
solenidade do Bom Jesus Milagroso, no dia 6 de Agosto, precedida de novenário
solene e com pregação a cargo de oradores consagrados. Até há uns anos
passados, eram às dezenas os sermões votivos, o que obrigava, por vezes, o
mesmo orador a pronunciar dois e três seguidos, sistema que, creio,
desapareceu. Há muitos devotos que, em cumprimentos de votos, se deslocam a pé,
todos os dias a S. Mateus para assistirem às novenas solenes e com pregação por
oradores convidados das ilhas ou do continente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Sobre a festa do Bom Jesus escreveu Dom João Paulino, ao
tempo vice-reitor do Seminário Diocesano, no antigo “Peregrino de Lourdes”, de
Angra, o seguinte: <i>Em 1882 no mês de Agosto,
passava pela freguesia de S. Mateus da ilha do Pico, por ocasião da festa que
anualmente ali se celebra no dia 6 de Agosto em honra do Bom Jesus, um
sacerdote da vila das Lajes da mesma ilha. Viu e admirou o entusiasmo religioso
da imensa multidão de fiéis que de todos os pontos da ilha e de fora dela ali
haviam concorrido impelidos pela devoção à imagem do Senhor Ecce Homo que sob
aquela invocação se venera na Igreja da freguesia.”<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> No dia 15 de Agosto, realizam-se em algumas paróquias
picoenses festas litúrgicas em honra de Nossa Senhora. É o caso da paróquia da
Silveira que, desde longa data, soleniza de maneira brilhante, a Mãe de Deus.<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> As festas religiosas normalmente constavam de Missa da
Comunhão Geral, Missa Solene, cantada, de três padres e procissão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Presentemente, deixou de haver a Missa da Comunhão Geral,
pois em todas as Missas se distribui a Sagrada Comunhão, uma vez que o actual
Direito Canónico, promulgado depois do Concílio Vaticano II, estabelece no
cânone 919 que o jejum, de comida ou bebida, só deve observar-se por espaço de
uma hora antes, excepto água ou remédios.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> No último<b> </b>domingo
de Agosto celebra-se na Matriz da Santíssima Trindade das Lajes do Pico a Festa
de Nossa Senhora de Lourdes. Vem de 1883, ano em que chegou às Lajes a Imagem
da Virgem aparecida na Gruta de Massabielle.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Num dos seus brilhantes artigos publicados no citado
jornal terceirense escreve ainda D. João Paulino;<i>”Festa de tamanho luzimento jamais fora vista dentro dos muros daquele templo
desde que ressurgiu dentre os escombros a que o reduzira um pavoroso incêndio aí
por 1830.”</i> E “<i>a festa</i> <i>teve lugar não na igreja Matriz, à qual fora
ofertada a imagem, mas na igreja do extinto convento de Sã Francisco, por esta,
em consequência da sua situação, forma arquitectónica e estado de conservação,
poder dar maior realce aos simpáticos festejos.”<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Escreve ainda D. João Paulino, no artigo de 20 de Julho
de 1889<i>:<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> “A ornamentação do templo dirigida
por um hábil armador expressamente chamado da ilha Terceira, - a música executada
pela capela da Matriz e por alguns músicos de fora acompanhada a instrumental –
a boa execução das cerimónias religiosas, - o entusiasmo piedoso dos fiéis, - a
novidade da festa - tudo dava aos actos religiosos uma grandeza e majestade
nunca dantes ali presenciada pelos filhos da actual geração.”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> A Imagem foi adquirida nesse ano por vinte e sete
paroquianos, da lista fazendo parte uma armação baleeira “<i>de que era gerente Amaro Adrião de Azevedo e Castro</i>”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os
lajenses, no final do mês de Agosto que se aproxima, vão, uma vez mais,
celebrar as grandiosas festas em honra de Nossa Senhora de Lourdes. Ainda é
cedo para mais adiantar…<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Lajes do Pico, Julho de 2017<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ermelindo Ávila<o:p></o:p></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-23539780527378907032017-09-16T22:20:00.000+00:002017-09-16T22:20:27.349+00:00DE NOVO, O TURISMO<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><u><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Notas do meu
cantinho</span></u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="tab-stops: 7.1pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Trata-se,
afinal, de um assunto que está na “ORDEM DO DIA”. Interessa dele falar porque
nessa actividade se encontra, presentemente, a base da economia local, uma vez
que outras actividades económicas não existem por cá, nem se descobrem
iniciativas para as instalar, que não deixa de ser uma mazela perniciosa para o
progresso e desenvolvimento desta terra, que já foi uma das mais progressivas
desta ilha açorianas, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">O
“Posto de Turismo”<b> </b>foi há anos, nem
sei há quantos, instalado no antigo forte de Santa Catarina, imóvel declarado
oficialmente de “Interesse Público”. No qual se fizeram algumas adaptações,
embora as menos aconselháveis. Desapareceram algumas ameias do lado do Mar e
conservou-se o forno, construído em 1885 para funcionar como forno da cal, que
ali esteve instalado, colocando-se uma cúpula em plástico para desvio das águas
das chuvas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">No
actual “Posto de Turismo” funciona uma pequena livraria, quase toda de edição
municipal ou com títulos patrocinados pela Câmara Municipal, o que não deixa de
ser importante, já que não existe estabelecimento congénere no comércio
local. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Com
a construção de um novo edifício na praça do Museu dos Baleeiros, é motivo para
perguntar: o que vai acontecer ao antigo Castelo? Não será de preservá-lo,
embora voltando um pouco à sua traça primitiva, e fornecendo aos visitantes um
pequeno historial, que não será difícil de organizar?<o:p></o:p></span></div>
<h1 style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">“<i><span style="font-weight: normal;">No antigo posto de Santa Catarina, ao norte da Vila das Lajes, foi
construído o castelo ou forte, em cumprimento da ordem régia que mandava
edificar fortalezas em todas as ilhas, como precaução contra as invasões dos
Exércitos de Napoleão. Decorria o ano de 1792. A Revolução Francesa havia
acontecido em 1789. Estava iminente a invasão de Portugal pelos exércitos
franceses.”</span></i></span><a href="file:///C:/Users/Jos%C3%A9%20Avila/Desktop/Notas%20do%20meu%20cantinh-de%20novo%20o%20turismo.doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; font-weight: normal; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a></h1>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">É
tempo de dar solução à construção iniciada. Os turistas vão aumentando e tem de
haver alguém, convenientemente preparado, que os saiba orientar e conduzir na
Vila das Lajes. Não é somente o <i>whale whatching</i>
que interessa. A Vila, a mais antiga e de interesse turístico melhor aspecto
arquitectónico e com variado tem de ser patente aos visitantes na sua realidade
cultural e histórica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Vila
das Lajes, 7 de Agosto de 2017<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Ermelindo
Ávila<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Jos%C3%A9%20Avila/Desktop/Notas%20do%20meu%20cantinh-de%20novo%20o%20turismo.doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
ÁVILA, Ermelindo. FIGURAS & FACTOS (Notas Históricas), 1993</div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4979248241533277583.post-37372846668554547372017-09-16T22:17:00.000+00:002017-09-16T22:17:45.380+00:00AS GRANDES FESTAS DOS LAJENSES<div class="MsoNormal">
<u><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 115%;">Notas do
meu cantinho<o:p></o:p></span></u></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 70.8pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Não são de ontem nem de hoje.
Celebram-se poucos anos após o grandioso acontecimento das Aparições da Virgem
na Gruta de Massabielle, em França, no dia 11 de Fevereiro de 1858. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">As festas iniciaram-se aqui, junto ao
porto da vila, quando os baleeiros, regressando de uma arriada, se viram
impedidos de atravessar a entrada por ciclónicas vagas do mar alteroso. O povo,
que não somente os familiares dos baleeiros, porque nesses momentos de angústia
há uma solidariedade entre as gentes do Mar que a todos une em preces
fervorosas, clamando alto, invocou a Virgem aparecida alguns anos antes à
Vidente (hoje canonizada) Bernardete. Isso nos narra o lajense, ao tempo
Vice-Reitor do Seminário, Dr. João Paulino de Azevedo e Castro que viria a ser
mais tarde Bispo de Macau.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Decorridos alguns instantes, o tempo
melhorou, o mar acalmou e os botes puderam entrar calmamente no porto sem
qualquer dado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Mais do que o autêntico
“milagre”, estava instituída a devoção pública a Nossa Senhora e, por assim
dizer, inauguradas as festas anuais em honra de N<b>ossa Senhora de Lourdes.</b> Isto que toda a gente sabe, convém aqui
repetir, para que os novos, se este arrazoado lerem, se apercebam que a Festa
de Lourdes, integrada na Semana dos Baleeiros, não <i>nasceu</i> nos últimos anos, com a chamada <b>Semana dos Baleeiros, </b>mas já conta 134 anos de celebração, dentro
do autêntico espírito cristão que a anima, muito embora os festejos externos,
uma verdadeira homenagem de filial respeito tributado pelo baleeiros à sua padroeira,
venham do início das solenidades promovidas em 1883.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">A primeira festa teve
lugar na Igreja de S. Francisco, “por esta, em consequência da sua situação,
forma arquitectónica e estado de conservação, poder dar maior realce aos
simpáticos festejos.” <a href="file:///C:/Users/Jos%C3%A9%20Avila/Desktop/NOTAS%20DO%20MEU%20CANTINHO-As%20grandes%20festas%20dos%20lajenses.doc#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">“Festa de tamanho
luzimento jamais fora vista dentro dos muros daquele templo desde que ressurgiu
dentre os escombros a que o reduziu um pavoroso incêndio, aí por 1830”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">“A ornamentação do
templo dirigida por um hábil armador expressamente chamado da ilha Terceira, -
a música executada pela capela da Matriz e por alguns músicos de fora,
acompanhada a instrumental (…) – tudo dava aos actos religiosos uma grandeza e
magestade nunca dantes ali presenciada pelos filhos da actual geração! “<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">A festa tem lugar na 4.ª
Dominga de Agosto, “dia em que a igreja reza do Imaculado Coração de Maria”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">“Durante o dia da festa
e na véspera, as proximidades da igreja acham-se vistosamente embandeiras, e na
noite dum destes dias, conforme o tempo permite, tem lugar uma bonita iluminação
chinesa que atrai concurso imenso de espectadores.” (…) “O espectáculo que
oferece a iluminação – sempre de bonito efeito de qualquer parte que seja
observada.”<span class="MsoFootnoteReference"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">(A iluminação chinesa ou
veneziana, era feita com balões em armações de folha de Flandres forradas de
papel transparente de multicores, onde era colocada uma vela de estearina.
Hilariante era, por vezes, quando o vento inclinava os balões e o fogo consumia
a cobertura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">A partir do surgimento
da electricidade desapareceu a iluminação à veneziana e passou-se a fazer
artísticas iluminações, sendo para o efeito contratado um artista terceirense,
o que agora deixou de acontecer…) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"> Com a celebração do centenário, os festejos
externos tomaram grande desenvolvimento, estendendo-se por uma semana a que se
denominou “Semana dos Baleeiros”. Apesar da actividade baleeira ter
desaparecido, a denominação da Semana festiva continua com o mesmo entusiasmo e
brilhantismo. Aliás, como vem acontecendo por estas ilhas açorianas. Pena que
dos programas tivessem desaparecido as conferências proferidas durante a
“Semana” por ilustres literatos e cientistas, alguns deles Professores
Universitários, que aqui se deslocavam com muito agrado, tendo sempre a
escutá-los uma larga assistência que muito os apreciava. Nunca é tarde para
recomeçar, pois os encargos eram diminutos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Estamos chegados, uma
vez mais, às tradicionais festas de Nossa Senhora de Lourdes, as maiores que
por estas ilhas se realizam em honra e louvor da Senhora Aparecida em Lourdes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">A procissão pára na
Pesqueira (Porto), tem sermão votivo, colocando-se o Orador na proa de um
antigo bote baleeiro; depois, a Veneranda Imagem percorre todos os outros botes
de velas enfunadas, onde os velhos baleeiros,
aqueles que ainda existem, se postam em gesto de homenagem à sua Padroeira,
enquanto estrugem dúzias de foguetes, não tantos como outrora, quando as
baleias eram o sustento e o amparo de
muitas famílias picoenses.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">As festas continuam.
Hoje é a Semana dos Baleeiros. E continuará, embora algo diferente, mas sempre
em louvor da Virgem que há 135 anos (1882) aqui foi invocada publicamente, pela
primeira vez, em terras açorianas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Lajes
do Pico,13-Agosto-2017</span><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"> Ermelindo Ávila<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 7.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Jos%C3%A9%20Avila/Desktop/NOTAS%20DO%20MEU%20CANTINHO-As%20grandes%20festas%20dos%20lajenses.doc#_ednref1" name="_edn1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Estas e as restantes citações são de crónicas de Dom João Paulino de Azevedo e
Castro publicadas no jornal “Peregrino de Lourdes”, Julho, 1889.</div>
<div class="MsoEndnoteText">
<br /></div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0