Alguns foram os Missionários naturais da ilha do Pico que andaram por terras de África, da Índia e do Oriente “ dilatando a Fé e o Império”.
Não foram cantadas as “memórias gloriosas” desses bravos homens de Deus que um dia, abandonaram as suas casas e as famílias, as terras pacatas destas ilhas e os amigos do coração e partiram, no desejo ardente de espalhar por toda a parte os sentimentos de fé e de patriotismo que lhes ardia no peito. E foram vários. Chegaram a nossos dias e não muitos, ainda podem dar testemunho das suas vivências nas terras longínquas do Sol nascente.
No principio do século XX partiu do Pico o primeiro Bispo de Macau, Dom João Paulino. Fez-se acompanhar, como seu secretário do então seminarista, José da Costa Nunes. E a corrente missionária não mais se quebrou até que um dia, os ventos da História soprando em tempestuosas procelas, fizeram afastar os que ainda restavam dessa pleiade ilustre de Bispos e Sacerdotes, que nessas terras longínquas gastaram saúdes e vidas e aqui chegaram materialmente “de mãos vazias”, embora enriquecidos de uma experiência de anos de trabalhos e sacrifícios feita.
Por Macau andaram, além do Bispo lajense, Dom João Paulino de Azevedo e Castro, o Bispo, depois Patriarca de Goa e finalmente Cardeal Dom José da Costa Nunes e, aquele que o último foi da “dinastia picoense”, Dom Arquimínio Rodrigues da Costa, felizmente entre nós.
Dom Jaime Garcia Goulart, picoense, primeiro Bispo de Timor, aqui chegou abalado da saúde, depois de uma actividade memorável, ainda hoje recordada por aquelas paragens.
Por Cochim e Goa andou o Patriarca Dom José Vieira Alvernaz que, depois de uma acção missionária memorável, sofreu o vexame de ser abandonado e proscrito pelo Governo de Portugal.
Mas não somente os Distintos Bispos , cuja obra grandiosa está recolhida em vinte e oito volumes pelo Padre Tomás Bettencourt Cardoso, ele que foi o último Missionário de Macau.
Nesta pleiade de Missionários ilustres, é de lembrar o arcediago Raúl Camacho, que foi para Macau como secretário do Bispo Dom José da Costa Nunes, e ali foi professor no Seminário diocesano. Regressou aos Açores em 1940, sendo aqui Pároco das Bandeiras e Ouvidor do concelho da Madalena.
Recordo o Deão José Maria Fernandes, que foi, além de capitular da Sé e de Professor, Governador do Bispado aquando da transferência de Dom José da Costa Nunes para Patriarca de Goa.
E os Missionários, Cónego Dr. Fernando Herberto Leal Maciel, que viveu a sua infância nesta vila, onde veio a ser ordenado pelo Bispo Dom José da Costa Nunes e aqui celebrou a Missa Nova. Foi Deão e Pároco da Sé de Macau, professor e reitor do Seminário e professor do Liceu daquela cidade.
O Dr. Áureo de Castro, distinto maestro, com o curso do conservatório de Lisboa, distinto compositor, professor e maestro.
O Pe. José Pereira da Silva Brum , formado no seminário de Macau, onde foi ordenado em 1942, e para onde fora ainda jovem, missionário em Macau, e em Timor, onde foi professor. Para aqui veio, aquando da ocupação daquele território pela Indonésia, pobre como Job e ainda trazendo sete dos seus alunos , alguns ainda em Portugal.
O Cónego António Maria Nunes da Costa, natural da Candelária (1920) foi cónego e arcediago da Sé, professor do Seminário e director do Boletim da Diocese. Voltou ao Pico em 1960, por falta de saúde, onde veio a falecer em 1984. Aqui dedicou-se à investigação histórica, cujos trabalhos ficaram inéditos, desconhecendo-se o paradeiro.
O Padre João Machado e o Padre António de Simas Machado, este regressado a Portugal doente e que veio a falecer na sua casa de Santa Bárbara, ao cuidado da Família.
O Padre Isidoro Alves, Missionário em Timor, onde exerceu a sua actividade missionária e de professor (foi professor do primeiro Presidente da República de Timor, Xanana Gusmão) e que abandonou após a invasão do território.
E, ainda, o Padre José Maria das Neves. Ordenado em 1040, foi professor do Seminário de Angra e depois, em 1941 acompanhou como secretário, Dom José Vieira Alvernaz, eleito Bispo de Cochim. Em 1950 Esteve como Missionário em Lourenço Marques e em 1953 como secretário de Dom José, já então Patriarca das Indias, e Arcebispo de Goa, Damão e Dio. Foi Capelão do Exército Português na India, de 1954 a 1961 e em 1962 voltou a Portugal onde exerceu os cargos de Director Nacional das Obras Católicas de Emigração, Assistente Nacional das Obra dos Soldados e Capelão da TAP. Em 1966 voltou à Diocese de Angra, onde exerceu diversos cargos na Cúria, vindo a falecer em 1980.
Nos Estados Unidos há uma pleiade ilustre de Missionários picoenses, a começar pelo Padre João Inácio de Azvedo Encarnação, natural da Piedade (1841).
Há ainda Mons. Manuel Vieira Alvernaz, nascido na Ribeirinha em 1917, Padre Manuel da Costa Nunes, nascido na Califórnia, filho de pais picoenses, (era sobrinho de D. José da Costa Nunes) e por último o Padre João Vieira Serpa, natural de S.ta Luzia (1941) e a paroquiar em Toronto onde é muito querido da comunidade picoense.
As memórias de todos estes abnegados e sacrificados missionários não pode ser esquecida. Importa perpetuá-la para que os vindouros a conheçam e a respeito. É por isso que está em formação o MUSEU MISSIONÁRIO. Importa que a iniciativa vá em frente, onde os espólios abençoados desses herói da fé, sejam recolhidos e convenientemente acautelados.
Lajes do Pico, Maio de 2004-05-27
Não foram cantadas as “memórias gloriosas” desses bravos homens de Deus que um dia, abandonaram as suas casas e as famílias, as terras pacatas destas ilhas e os amigos do coração e partiram, no desejo ardente de espalhar por toda a parte os sentimentos de fé e de patriotismo que lhes ardia no peito. E foram vários. Chegaram a nossos dias e não muitos, ainda podem dar testemunho das suas vivências nas terras longínquas do Sol nascente.
No principio do século XX partiu do Pico o primeiro Bispo de Macau, Dom João Paulino. Fez-se acompanhar, como seu secretário do então seminarista, José da Costa Nunes. E a corrente missionária não mais se quebrou até que um dia, os ventos da História soprando em tempestuosas procelas, fizeram afastar os que ainda restavam dessa pleiade ilustre de Bispos e Sacerdotes, que nessas terras longínquas gastaram saúdes e vidas e aqui chegaram materialmente “de mãos vazias”, embora enriquecidos de uma experiência de anos de trabalhos e sacrifícios feita.
Por Macau andaram, além do Bispo lajense, Dom João Paulino de Azevedo e Castro, o Bispo, depois Patriarca de Goa e finalmente Cardeal Dom José da Costa Nunes e, aquele que o último foi da “dinastia picoense”, Dom Arquimínio Rodrigues da Costa, felizmente entre nós.
Dom Jaime Garcia Goulart, picoense, primeiro Bispo de Timor, aqui chegou abalado da saúde, depois de uma actividade memorável, ainda hoje recordada por aquelas paragens.
Por Cochim e Goa andou o Patriarca Dom José Vieira Alvernaz que, depois de uma acção missionária memorável, sofreu o vexame de ser abandonado e proscrito pelo Governo de Portugal.
Mas não somente os Distintos Bispos , cuja obra grandiosa está recolhida em vinte e oito volumes pelo Padre Tomás Bettencourt Cardoso, ele que foi o último Missionário de Macau.
Nesta pleiade de Missionários ilustres, é de lembrar o arcediago Raúl Camacho, que foi para Macau como secretário do Bispo Dom José da Costa Nunes, e ali foi professor no Seminário diocesano. Regressou aos Açores em 1940, sendo aqui Pároco das Bandeiras e Ouvidor do concelho da Madalena.
Recordo o Deão José Maria Fernandes, que foi, além de capitular da Sé e de Professor, Governador do Bispado aquando da transferência de Dom José da Costa Nunes para Patriarca de Goa.
E os Missionários, Cónego Dr. Fernando Herberto Leal Maciel, que viveu a sua infância nesta vila, onde veio a ser ordenado pelo Bispo Dom José da Costa Nunes e aqui celebrou a Missa Nova. Foi Deão e Pároco da Sé de Macau, professor e reitor do Seminário e professor do Liceu daquela cidade.
O Dr. Áureo de Castro, distinto maestro, com o curso do conservatório de Lisboa, distinto compositor, professor e maestro.
O Pe. José Pereira da Silva Brum , formado no seminário de Macau, onde foi ordenado em 1942, e para onde fora ainda jovem, missionário em Macau, e em Timor, onde foi professor. Para aqui veio, aquando da ocupação daquele território pela Indonésia, pobre como Job e ainda trazendo sete dos seus alunos , alguns ainda em Portugal.
O Cónego António Maria Nunes da Costa, natural da Candelária (1920) foi cónego e arcediago da Sé, professor do Seminário e director do Boletim da Diocese. Voltou ao Pico em 1960, por falta de saúde, onde veio a falecer em 1984. Aqui dedicou-se à investigação histórica, cujos trabalhos ficaram inéditos, desconhecendo-se o paradeiro.
O Padre João Machado e o Padre António de Simas Machado, este regressado a Portugal doente e que veio a falecer na sua casa de Santa Bárbara, ao cuidado da Família.
O Padre Isidoro Alves, Missionário em Timor, onde exerceu a sua actividade missionária e de professor (foi professor do primeiro Presidente da República de Timor, Xanana Gusmão) e que abandonou após a invasão do território.
E, ainda, o Padre José Maria das Neves. Ordenado em 1040, foi professor do Seminário de Angra e depois, em 1941 acompanhou como secretário, Dom José Vieira Alvernaz, eleito Bispo de Cochim. Em 1950 Esteve como Missionário em Lourenço Marques e em 1953 como secretário de Dom José, já então Patriarca das Indias, e Arcebispo de Goa, Damão e Dio. Foi Capelão do Exército Português na India, de 1954 a 1961 e em 1962 voltou a Portugal onde exerceu os cargos de Director Nacional das Obras Católicas de Emigração, Assistente Nacional das Obra dos Soldados e Capelão da TAP. Em 1966 voltou à Diocese de Angra, onde exerceu diversos cargos na Cúria, vindo a falecer em 1980.
Nos Estados Unidos há uma pleiade ilustre de Missionários picoenses, a começar pelo Padre João Inácio de Azvedo Encarnação, natural da Piedade (1841).
Há ainda Mons. Manuel Vieira Alvernaz, nascido na Ribeirinha em 1917, Padre Manuel da Costa Nunes, nascido na Califórnia, filho de pais picoenses, (era sobrinho de D. José da Costa Nunes) e por último o Padre João Vieira Serpa, natural de S.ta Luzia (1941) e a paroquiar em Toronto onde é muito querido da comunidade picoense.
As memórias de todos estes abnegados e sacrificados missionários não pode ser esquecida. Importa perpetuá-la para que os vindouros a conheçam e a respeito. É por isso que está em formação o MUSEU MISSIONÁRIO. Importa que a iniciativa vá em frente, onde os espólios abençoados desses herói da fé, sejam recolhidos e convenientemente acautelados.
Lajes do Pico, Maio de 2004-05-27
1 comentário:
Fiquei muito feliz ao ler sua matéria sobre os Missionários Picoenses, pois foi lembrado meu tio(irmão de meu pai), o Monsenhor Manuel da Costa Nunes, nem sempre lembrado apesar de ter devotado sua vida inteira igreja e ao direito canonico. Fez um trabalho muito bonito na California. Faz muita falta a todos nós.
O Cardeal Dom José da Costa Nunes, também meu tio(irmão de meu avô) também é muito amado, apesar do tempo, faz muita falta. O senhor não imagina a felicidade que tenho ao serem lembrados. Imensamente Grata, Fatima Regina da Costa Nunes. Rio de Janeiro - Brasil.
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