terça-feira, 2 de maio de 2017

AS FESTAS

A MINHA NOTA

                                              

         Todos os anos, aqui ou ali, nesta ou naquela freguesia, têm lugar as Festas em louvor da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. E não se trata de um acontecimento só próprio da Ilha do Pico.
         As Festas são de todos os açorianos que as realizam por tradição ou em cumprimento de votos em terras da Diáspora. E não somente os residentes nas ilhas que, anualmente e principalmente nas domingas a seguir à Páscoa e, normalmente, até ao domingo da Trindade, cumprem a tradição, ou votos feitos em ocasiões críticas.
         Por estas bandas do Sul, as festas começam no presente ano, no lugar das Terras, no primeiro domingo a seguir à Páscoa e há quem “leve a Coroa” todos os domingos, durante os domingos seguintes, e até durante o ano, conforme as promessas feitas, algumas delas na hora da partida para as terras de imigração.
         É uma tradição simpática que os picoenses sempre respeitaram e que outras ilhas, passados anos de silêncio, vão recuperando. E ainda bem que assim acontece.
         Na ilha do Pico, não se trata propriamente de dar jantar aos pobres, que sempre os houve, mas de se manifestar publicamente a devoção à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade renovada pelas suas gentes, quando das erupções vulcânicas de 1718 e 1729 e posteriormente. Mas, se iniciaram nessa época de calamidades tremendas, pois sabido é que essa devoção para aqui haja sido trazidas muito antes, quando os primeiros habitantes aqui chegaram.
         Afinal, trata-se de uma devoção muito portuguesa, iniciada quando a Rainha Santa fez coroar o mais pobre dos assistentes com a coroa do Rei sendo cantado o Veni Creator, na capela real de Alenquer, no dia de Pentecostes (1)
          E escreve ainda o Dr. Hélder Fonseca Mendes, que venho de citar: Todos, porém, são concordes em que tiveram por fundadores, em Portugal, Dona Isabel de Aragão, a rainha santa, quando, em 1288, veio casar com D. Dinis, rei de Portugal (1279-1325), edificando uma igreja ao Espírito Santo na vila de Alenquer e erigindo nela a primeira confraria em louvor do Espírito Santo, a que fizeram liberais doações. (2).
Em Alenquer mantém-se a igreja mas não se realizam, ao que sei, nem coroações nem jantares.
         E como se diz, nas suas expressões de devotos:
         Viva o Senhor Espírito Santo!
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1)       Mendes, Hélder Fonseca, “Do Espírito Santo à  Trindade”.pág. 20/21.
2)       ibidem

   Domingo de Páscoa de 2017

  Ermelindo Ávila 

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