NOTAS DO MEU CANTINHO
Está
anunciada, nos órgãos de Comunicação Social, a vinda de voos
charters da Holanda para ilha do Pico. A notícia, a confirmar-se, é
bastante satisfatória para esta ilha, pois vai fazê-la melhor
conhecida dos meios internacionais e representa uma nota bastante
agradável para os picoenses.
Há
muito que se vem escrevendo que o Turismo é a indústria do futuro.
A ilha do Pico pouco mais tem para vender ou exportar além das suas
belezas paisagísticas, do seu bom clima, da calma e sossêgo das
suas gentes. Não contam ou não devem influenciar os casos raros de
natureza judiciária que acontecem por esse mundo, com maior
intensidade e agressividade. Aqui toda a gente é bem recebida e
tratada. Esses poucos que, principalmente na época estival, nos
visitam, andam por aí despreocupadamente e até tem um sorriso
cativante para com as pessoas com quem se cruzam nas suas andanças.
E não
vêm cá somente para vigiar baleias e golfinhos, muito embora a baía
das Lajes seja o “santuário” privilegiado para esses cetáceos
serem apreciados no seu deambular despreocupado nos mares que nos
rodeiam. Mas há muito mais.
E isso
prova os encontros que já tivemos com alguns casais que percorrem a
ilha, descem aos lugares mais afastados dos povoados, como sejam a
Manhenha, o Calhau, a Engrade, e aí eles preferem andar pelos
atalhos e veredas ou trilhos, e por cima desses calhaus que afastam
a terra do mar.
Há
muitos anos que o turismo me preocupa como actividade industrial.
Desde os tempos da antiga da Comissão de Planeamento da qual fiz
parte, integrado no Grupo de Turismo. Certo é que nada consegui, mas
isso não me impede de estar novamente aqui, como já o fiz em outras
ocasiões, a pugnar pela organização da indústria do Turismo
nesta Ilha. E essa organização não se limita ao agora chamado
“turismo rural” que já funciona em várias localidades
picoenses.
Com o
desenvolvimento dessa actividade, torna-se indispensável a criação
de outros estabelecimentos hoteleiros, pois sabe-se que os existentes
são insuficientes para receber, no futuro, quantos desejem visitar a
ilha e nela permanecer, em repouso reconfortante, que sejam
somente horas.
Desenvolvendo-se
o turismo aparecem, necessariamente, outras actividades comerciais e
industriais, criam-se novos postos de trabalho e, dest`arte, evita-se
o desemprego e a saída da juventude para os sítios onde possa
encontrar trabalho.
Bons
restaurantes, além dos que já existem, felizmente, que ofereçam
pratos regionais, que aqui se produzem dos melhores, cómodas
instalações, pessoal habilitado, e - importa que se diga – a
preços acessíveis. Não se julgue que o industrial do turismo pode
enriquecer de um dia para o outro. Tudo deve ser programado,
orientado e executado com inteligência e competência.
E já
agora, uma referência. E volto ao esquecido campo de golfe. Porque
não conclui-lo e pô-lo em actividade? Não será um elemento em
certo modo atractivo para aqueles que escolhem o Pico para repousar?
E, depois, seguir-se-iam as naturais competições. Mas isso é já
para o futuro...
Julgo
que em breve se iniciará na vila das Lajes a construção de uma
unidade hoteleira. Nem sei com quantas estrelas irá ser
classificada. Indispensável que o seja, pouco importando o número,
pois é sabido que o turista, normalmente, não vem para residenciais
ou pensões, como antigamente. Hoje é mais exigente. Importa
satisfazê-los.
Referindo
a viagem aérea da Holanda para a Ilha do Pico, no jornal “Tribuna
das Ilhas”, donde respigo com a devida vénia esta notícia,
escreve MJS : Operada pela “TUI”, esta
operação abrirá mais uma porta de entrada na região, nomeadamente
nas ilhas do Triângulo, beneficiando não só da proximidade entre
elas, mas também das condições de transporte marítimo já
disponíveis entre estas três ilhas”.
E
porque não táxis aéreos? Será utopia da minha parte?
Que a
“TUI” venha e continue com os voos entre a Holanda e o Pico é o
que mais importa. O Aeroporto do Pico e igualmente os picoenses têm
condições para os receber. Mal seria se influências estranhas
procurassem desviar os aviões holandeses para outras paragens.
Lajes do
Pico,
18 de
Outubro de 2015
Ermelindo
Ávila
1 comentário:
Campo de golfe??
Tenha santa paciência.
Tem recursos para tal extravagancia? Hídricos e financeiros? E a questão ambiental?
E que tem o golfe a ver com os Açores?
Vão ficar enterrados no meio do lixo que a marabunta aí fizer. E depois vão dizer que é o preço a pagar pelo progresso...
Não cuidem disso como deve ser e depois choram!
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