Notas do meu cantinho
Na vila das Lajes nasceu
o Pe. José Garcia Pedro. Em 1925, foi para o Seminário de
Angra, completando o curso, em 1936, e nesse ano foi ordenado,
celebrando a Missa Nova a 26 de Julho. De seguida, foi nomeado pároco
da Calheta de Nesquim. Decorrido um ano é colocado nas Velas de São
Jorge, onde exerceu os cargos de vigário e ouvidor até 1978, ano em
que passou à situação de manência. Cerca de quatro dezenas de
anos depois, veio residir para a sua casa nesta vila. Faleceu,
subitamente, no domingo de Páscoa, 30 de Março de 1986. Na vila
das Velas, onde era muito querido e estimado, além de Pároco e
Ouvidor, foi director e professor do Externato Cunha da Silveira,
desde a sua fundação até à vinda para esta vila.
Podemos registar aqui o
Pe. Dr. Fernando Herberto Leal Maciel que, embora não
tendo nascido nas Lajes, mas na Horta, aqui viveu, com a família,
desde a adolescência. Iniciou os estudos secundários no Seminário
de Angra e depois transferiu-se para o Seminário de S. José de
Macau. Licenciou-se em Filosofia na Universidade Gregoriana de Roma.
Na Igreja de São Francisco das Lajes do Pico foi ordenado pelo então
Bispo de Macau, Cardeal Costa Nunes e celebrou a Missa Nova. Faleceu
em Macau.
Padre Dr. Manuel da
Rosa Quaresma nasceu na
Ribeira do Meio, subúrbio desta Vila, em 7 de Outubro de 1937. Fez
o curso do Seminário de Angra e foi ordenado sacerdote, em 4 de
Junho l961 e, a seguir, celebrou a Missa Nova na igreja de S.
Francisco desta vila. Depois seguiu para Roma e na Universidade
Gregoriana licenciou-se em Filosofia e Direito Canónico. Decorria o
Concílio Vaticano II e o Dr. Manuel da Rosa tomou parte, como
secretário do Cardeal picoense Dom José da Costa Nunes.
Depois seguiu para os
Estados Unidos onde foi professor da Universidade Católica de
Washington. Além disso, era igualmente um artista, deixando na sua
residência pessoal, em Washington, numerosas obras dignas de museu
sobretudo peças de mobília artística e originalmente elaboradas.
Faleceu, a 30 de
Outubro de 2011, naquela cidade norte-americana.
Aquando do
seu falecimento escreveu o antigo colega, Doutor Caetano Valadão
Serpa1:
Era um filósofo genuíno (o Doutor Manuel da Rosa) que nunca se
cansava de salientar, com mestria, aspectos da filosofia clássica e
moderna ou contemporânea. Sempre muito bem informado e enquadrado na
problemática de uma visão actual. Realmente um intelectual de
calibre pela sua maneira de ser e de carácter pessoal se manteve
bastante isolado. Dotado de uma memória prodigiosa, recitava de cor
grande parte dos Lusíadas e outros poemas de poetas de sua
preferência. Mesmo antes de entrar na Universidade tinha seus
filósofos preferidos que declamava com gosto, sendo estes os seus
momentos mais extrovertidos que até lhe mereceram o cognome de
“Descartes”.
*
E termino estas notas
com uma referência especial ao Diácono Pedro Aguiar. Nasceu
nas Lajes do Pico, a 27 de Novembro de 1989. Fez o curso
secundário na Escola Secundária das Lajes do Pico e, no ano lectivo
de 2009-2010, ingressou no curso teológico do Seminário de Angra.
Foi ordenado Diácono, em 8 de Dezembro de 2014, e será ordenado
sacerdote, em 21 de Junho próximo. Tem calendarizada a Missa Nova
para o dia doze de Julho na Matriz desta Vila.
É o primeiro
sacerdote da Paróquia da Matriz da Santíssima Trindade a
ordenar-se no presente século XXI.
Auguramos-lhe as maiores
felicidades materiais e espirituais.
*
Por último uma
referência devida aos Ouvidores que, brilhantemente, exerceram sua
actividade jurisdicional neste concelho.
A Ouvidoria das Lajes do
Pico foi criada pelo Bispo D. Frei Jorge Santiago, 3º Bispo da
Diocese (1552-1561), o qual criou também as ouvidorias de Vila
Franca, Ponta Delgada, Vila do Porto, Angra, Praia, S. Cruz da
Graciosa, Velas, Horta, e Santa Cruz das Flores. (Em parêntesis
registo que só a das Lajes mereceu ser extinta!...)
O último Ouvidor foi o
falecido Vigário das Lajes do Pico, P. Manuel Pereira Garcia,
aquando da sua transferência para S. Caetano. Ingloriamente, deixou
de ser provida de sacerdote titular. Um erro crasso que em nada
serviu para glorificar o Senhor, de quem, talvez, nem sempre teve o
discernimento necessário para administrar uma diocese dispersa por
nove ilhas no meio do Atlântico...
Lajes do Pico
16-2-2015
Ermelindo Ávila
1
Jornal “Portuguese Times”, edição de 16 de Novembro
de 2011
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