domingo, 23 de novembro de 2014

NOVAS LEIS DE EMIGRAÇÃO

NOTAS DO MEU CANTINHO


A dar crédito ao que anuncia a comunicação social, o Canadá vai modificar as suas leis de imigração, no sentido de dar maiores facilidades à fixação de técnicos especializados no País. Um sistema novo para atrair a juventude que sai das universidades de outros países e que neles não encontra colocações para as especialidades obtidas. Um novo sistema de atrair os jovens formados de outros países sem que tenha concorrido para a sua formação. Como é o caso de Portugal.
Afinal a nova legislação canadiana vem de encontro ao que aqui há tempos passados aconselhava um dirigente político português: que a juventude formada e desempregada emigrasse!
O aviso, ou “conselho” mal pensado encontrou, no entanto, eco nos nossos jovens que, rapidamente, abalaram para os países onde encontraram colocação, deixando o País mais pobre e envelhecido, entregue à chamada “terceira idade”!
As famílias que, tendo investido, largamente, na formação dos filhos, vêem-se agora privadas da sua presença e assistência física, encaminhando-se alguns dos seus membros, forçadamente, para os lares da terceira idade; instituições outrora desconhecidas mas que, mesmo assim, vêm colmatar situações precárias em que alguns dos seus utentes viviam.
Não haverá um sistema mais humano que resolva a situação dos jovens desempregados?
Nada tenho contra a emigração. Aprecio e respeito os emigrantes que, mais por melhoria do futuro dos filhos do que pela sua, abandonam famílias e bens para se fixarem em outros países onde o futuro dos seus é assegurado, como foi o caso da emigração que se deu a meados do século XX. Louvo mesmo a coragem que tiveram e aprecio as vivências que adoptaram, nunca esquecendo as terras de origem que, quando as posses lhes permitem, visitam com alguma frequência. E, nas terras onde se fixaram, procuram manter a educação que receberam na juventude, a religião que lhes transmitiram os pais, as tradições sociais, por vezes modestas e simples, mas nobres e dignas.
Basta ver, principalmente, nos Estados Unidos e Canadá, as numerosas sociedades fraternais onde convivem e se entreajudam. É o caso das “Casas dos Açores”, organizações semi-oficiais que hoje encontramos instaladas em diversas comunidades açorianas da Diáspora.
Grandiosas são as igrejas católicas que ergueram as festividades que anualmente realizam, recordando aquelas que são tradicionais nas suas terras de origem, como sejam as solenidades do Divino Espírito Santo as devoções ao Santo Cristo e aos santos Padroeiros.
A cultura do espírito não é esquecida. Hoje há jovens açorianos com cursos universitários a exercer, nas estranhas terras, cargos da maior responsabilidade política, económica e social. Alguns estão nas profissões liberais: médicos, advogados, professores e outras mais. Outros celebrizaram-se na agricultura, no comércio e na indústria.
Aquilo que podiam exercer nas suas terras de origem estão a desempenhar nas terras de acolhimento. E alguns desejavam, mesmo, voltar ao torrão natal e colocar as suas aptidões culturais e profissionais ao serviço dos seus concidadãos, se lhes dessem essa oportunidade.
Os governos têm de implementar e desenvolver uma política de acolhimento dos emigrantes para que retornem às terras de origem: distribuindo-lhes terras, apoiando a instalação de indústrias, e outras iniciativas atractivas para que estas ilhas rejuvenesçam e se desenvolvam, e não fiquem despovoadas em futuro mais próximo do que se possa imaginar.
Deixo-lhes o apelo.

Lajes do Pico,
3-XI-2014

Ermelindo Ávila

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