NOTAS
DO MEU CANTINHO
A
dar crédito ao que anuncia a comunicação social, o Canadá vai
modificar as suas leis de imigração, no sentido de dar maiores
facilidades à fixação de técnicos especializados no País. Um
sistema novo para atrair a juventude que sai das universidades de
outros países e que neles não encontra colocações para as
especialidades obtidas. Um novo sistema de atrair os jovens formados
de outros países sem que tenha concorrido para a sua formação.
Como é o caso de Portugal.
Afinal
a nova legislação canadiana vem de encontro ao que aqui há tempos
passados aconselhava um dirigente político português: que a
juventude formada e desempregada emigrasse!
O
aviso, ou “conselho” mal pensado encontrou, no entanto, eco nos
nossos jovens que, rapidamente, abalaram para os países onde
encontraram colocação, deixando o País mais pobre e envelhecido,
entregue à chamada “terceira idade”!
As
famílias que, tendo investido, largamente, na formação dos filhos,
vêem-se agora privadas da sua presença e assistência física,
encaminhando-se alguns dos seus membros, forçadamente, para os lares
da terceira idade; instituições outrora desconhecidas mas que,
mesmo assim, vêm colmatar situações precárias em que alguns dos
seus utentes viviam.
Não
haverá um sistema mais humano que resolva a situação dos jovens
desempregados?
Nada
tenho contra a emigração. Aprecio e respeito os emigrantes que,
mais por melhoria do futuro dos filhos do que pela sua, abandonam
famílias e bens para se fixarem em outros países onde o futuro dos
seus é assegurado, como foi o caso da emigração que se deu a
meados do século XX. Louvo mesmo a coragem que tiveram e aprecio as
vivências que adoptaram, nunca esquecendo as terras de origem que,
quando as posses lhes permitem, visitam com alguma frequência. E,
nas terras onde se fixaram, procuram manter a educação que
receberam na juventude, a religião que lhes transmitiram os pais, as
tradições sociais, por vezes modestas e simples, mas nobres e
dignas.
Basta
ver, principalmente, nos Estados Unidos e Canadá, as numerosas
sociedades fraternais onde convivem e se entreajudam. É o caso das
“Casas dos Açores”, organizações semi-oficiais que hoje
encontramos instaladas em diversas comunidades açorianas da
Diáspora.
Grandiosas são as igrejas católicas que ergueram as
festividades que anualmente realizam, recordando aquelas que são
tradicionais nas suas terras de origem, como sejam as solenidades do
Divino Espírito Santo as devoções ao Santo Cristo e aos santos
Padroeiros.
A
cultura do espírito não é esquecida. Hoje há jovens açorianos
com cursos universitários a exercer, nas estranhas terras, cargos da
maior responsabilidade política, económica e social. Alguns estão
nas profissões liberais: médicos, advogados, professores e outras
mais. Outros celebrizaram-se na agricultura, no comércio e na
indústria.
Aquilo que
podiam exercer nas suas terras de origem estão a desempenhar nas
terras de acolhimento. E alguns desejavam, mesmo, voltar ao torrão
natal e colocar as suas aptidões culturais e profissionais ao
serviço dos seus concidadãos, se lhes dessem essa oportunidade.
Os
governos têm de implementar e desenvolver uma política de
acolhimento dos emigrantes para que retornem às terras de origem:
distribuindo-lhes terras, apoiando a instalação de indústrias, e
outras iniciativas atractivas para que estas ilhas rejuvenesçam e se
desenvolvam, e não fiquem despovoadas em futuro mais próximo do que
se possa imaginar.
Deixo-lhes
o apelo.
Lajes do
Pico,
3-XI-2014
Ermelindo
Ávila
Sem comentários:
Enviar um comentário