sábado, 6 de novembro de 2010

REIVINDICANDO...

Anunciou a Empresa de Electricidade dos Açores que ia transferir para a ilha do Pico dois engenhos de produção eólica existentes na ilha do Faial, aumentando assim a capacidade de produção de energia eléctrica da Ilha do Pico.

Ao tomar essa decisão a EDA continua a ignorar (ou desprezar)a energia hidroeléctrica que não é aproveitada na ilha, muito embora esteja de posse do projecto ( e projecto é mais do que simples estudos..) do aproveitamento da Lagoa do Paul, há bastantes anos realizado e, por razões várias, “posto de parte”.

Já tantas vezes, desde há muitos anos, que trago o assunto a estas colunas, que não vale a pena mais referir.O futuro encarregar-se-á de julgar o ou os responsáveis.

E trazendo ao pretório o tema da electricidade, vale perguntar que destino vai ter, depois de quase três décadas de abandono, o antigo edifício da extinta central eléctrica desta vila. Nos outros concelhos os respectivos edifícios tiveram aplicação imediata. O desta vila aguarda pelas calendas gregas para ser utilizado por um serviço de interesse social ou público.

Um pouco além existe ainda o grande edifício da antiga fábrica de conservas de peixe, uma parte do qual foi ocupada pelo antigo matadouro, hoje dispondo, felizmente, de instalações adequadas e modernas.

Mas aqueles espaço, tal como o da central , deve ter uma utilização de interesse público. Há anos constou que ali seria instalado um estabelecimento hoteleiro. Mas, ao que se vê, não passou da intenção. E que importante e necessário é que a Vila possua urgentemente de um hotel, qualquer que seja o número de “estrelas” com que seja classificado, pois é sabido que o turismo está a procurar o Pico, principalmente agora que a nossa Montanha foi considerada uma das sete maravilhas de Portugal.

E por aqui não pode ficar a vila das Lajes, estagnada no seu desenvolvimento. Com a construção do novo campo de jogos em Santa Catarina, hoje considerada uma verdadeira zona comercial e industrial, importa dar um aproveitamento utilitário à zona marinha, principalmente a que foi ocupada pelo antigo campo de jogos.

O antigo jornal “AS LAGES”, no numero 13, de 15 de Outubro de 1914 – são decorridos noventa e seis anos! – referia uma planta de modernização da Vila, apresentada à Câmara pelo então capitão Francisco Soares de Lacerda Machado, na qual se indicava o aproveitamento da zona ” construindo uma avenida junto ao muro que circunda a vila”. E o autor do projecto, no nº 15 do mesmo periódico, em artigo intitulado “A Modernização da Vila”, escreve:

Desde já podia-se fazer muito: marcando-se o alinhamento da avenida marginal e a sua ligação com as ruas transversais, o que não custa dinheiro, pôr-se-iam em hasta pública os terrenos disponíveis. Os arrematantes seriam obrigados a tapa-los convenientemente, Ficaria, assim delimitadas as novas vias, restando apenas a cargo da câmara os pavimentos”.

Os terrenos, na posse de particulares, poderiam ser ocupados por construções urbanas, evitando-se a fuga para zonas periféricas da população, como vem acontecendo.

Agora que o grande espaço está devidamente regularizado, parece que é a ocasião apropriada para se dar execução à planta que o dedicado lajense, General F. S. Lacerda Machado apresentou à Câmara em 1914 e que durante muitos anos esteve exposta, em quadro, na sala nobre do Município.


Vila das Lajes,

Outº 2010

Ermelindo Ávila

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