Ainda me lembro da fundação da organização da NATO, ou OTAN como inicialmente era conhecida essa nova sociedade, que veio após a segunda Grande Guerra de 1939-45. E parece que tudo ficaria por aí. Havia o exemplo da antiga Sociedade das Nações, que igualmente surgira após o termo da Guerra 1914-1918 e que não deixará de ser um verdadeiro fracasso.
Mas não bastou a NATO. Depois veio a ONU e, mais tarde, a União Europeia.
E se estão circunscritos os conflitos armados, principalmente ao Afeganistão, e ao qual a NATO tem prestado a maior atenção, - Portugal lá tem um contingente militar - há outros não menos devastadores que estão a alterar constantemente as estruturas sociais e económicas das Nações.
Foi interessante ver a chegada dos representantes das Nações à Praça das Nações, em Lisboa. Para Portugal não deixou de ser um momento prestigiante e dignificante, que trouxe à antiga capital do histórico Império, as personalidades mais distintas do Mundo Político, deste a Rússia, a Alemanha, aos Estados Unidos da América.
Dizia-se que, nesta cimeira, seria deliberada a extinção da NATO. Depois, que isso só se verificaria mais tarde. Afinal, uma confusão de ideias e de interesses que está longe de encontrar uma solução pacífica e promotora de paz, de progresso, de desenvolvimento económico e social, de bem-estar das pessoas, a braços com uma crise de que não há memória. O que é certo é que a NATO saiu reforçada com o novo acordo estratégico. E ficou assente que a Aliança vai trabalhar no sentido de reduzir as armas nucleares.
Os portugueses, apesar de tudo, vivem horas amargas. São os salários e ordenados que diminuem. São os impostos que aumentam. São as regalias sociais que praticamente desaparecem.
É desolador escutar as notícias que diariamente nos trazem os meios de comunicação social. Não vislumbramos um futuro de paz e de bem-estar. Parece que voltámos aos tempos recuados em que os anos da fome atormentavam todos os povos.
Não deixaram de ser deselegantes as manifestações hostis contra a NATO, que o mesmo é contra os Representantes das Nações, que se encontravam em Lisboa, promovidas por forças políticas que pouco parece interessarem-se com os problemas nacionais.
Estou no ocaso da vida. O futuro que me espera é pouco risonho. Já não faço projectos nem tenho aspirações. Mas, em certa medida, não deixa de preocupar-me o futuro dos meus netos e bisnetos. Horas amargas com certeza os esperam. Infelizmente. A menos que o mundo dê uma volta grande e os homens que o governam tenham a consciência da responsabilidade que lhes cabe na preparação do futuro.
E, como diziam os velhos almanaques:
Deus super omnia!
Vila das Lajes,
Novº 2010.
Ermelindo Ávila
1 comentário:
VELHOS SÃO OS TRAPOS!
EIS AQUI UM PENSAMENTO LÚCIDO DUM SENHOR A ABEIRAR OS 100!!!
QUE BELO EXEMPLO NOS CONTINUA A DAR. OPINAR NÃO É SÓ DIZER MAL DE TUDO, É TER A LUCIDEZ NECESSÁRIO PARA EXPRIMIR CORRECTAMENTE O NOSSO PENSAMENTO.
SEMPRE FOI ASSIM NA VIDA DESTE QUERIDO ANCIÃO.
QUE DEUS TE CONSERVE POR MUITOS ANOS, QUERIDO "EREMITA"
UM BEIJO TERNO.
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