domingo, 7 de novembro de 2010

QUANDO CHEGARÁ A NOSSA VEZ ?

Quando foi instalado o primeiro Governo dos Açores, a Secretaria Regional do Turismo, de então, promoveu a aquisição de parcelas de terreno nas vilas das Lajes e da Madalena, para a construção de unidades hoteleiras.

Na vila das Lajes foi adquirida uma parcela do antigo “Serrado de S. Pedro”, serrado esse mais tarde comprado pelo Município, que nele instalou o Parque de Campismo.

A parcela de terreno da SRT ( ainda será pertença da Região?) nunca foi aproveitada para o fim a que era destinada, tendo sido lá colocado um campo de jogos (com piso de areia), só utilizado no Verão e que pode ser instalado em qualquer outro local...

Serve ainda o espaço para parque de embarcações de recreio que ali estacionam na época de Inverno.

No terreno destinado ao Parque foram plantadas algumas árvores e arbustos, para maior conforto dos utilizadores, que, na época do estio, vindos principalmente do estrangeiros, lá montam suas tendas. Mesmo assim, o espaço, de dois ou três milhares de metros quadrados, nunca é totalmente ocupado.

Vem-se reclamando há muito a construção, na vila das Lajes, de uma unidade hoteleira. Isso, para além das “Residenciais” que já existem, pois nem todos os visitantes nelas se instalam, preferindo ir algumas vezes para outros hotéis da ilha, depois de estar ocupado o “Aldeia da Fonte”, único hotel existente, embora distante da Vila cerca de cinco quilómetros.

Há quem pense na construção de uma unidade hoteleira, (não importa o número de estrelas, já o dissemos várias vezes), mas tudo isso não passa de intenções ou projectos mal conseguidos ou nunca apoiados.

Conheço terras em que os Municípios tomaram a iniciativa de construir hotéis que, depois, alugaram ou venderam a particulares e eles continuam a funcionar com proveito para quem os explora e para as próprias localidades que desses estabelecimentos usufruem.

Além de representar um elemento de progresso e desenvolvimento económico para a terra, dado que a indústria de turismo é a única com futuro na Região; - agora que a ilha, ou melhor a Montanha que lhe dá o nome, foi considerada uma das sete maravilhas naturais de Portugal, que não somente do Arquipélago; - considerando que na Vila das Lajes está em franca actividade o “Whale Watching”, atraindo inúmeros visitantes para desfrutarem do excelente espectáculo de ver baleias no seu próprio ambiente – santuário das baleias, como já foi classificado; - há que atrair a

juventude, dando-lhe postos de trabalho, com a garantia da sua estabilidade económica.

Sabe-se que o momento que passa é de contenção financeira, mas há investimentos que não devem ser protelados sob pena do asfixiamento total das respectivas localidades. O espaço, que acima refiro, está livre. É localizado em zona agradável, tendo em fundo um dos mais belos panoramas da Ilha: a Montanha com toda a sua grandeza, o mar com uma enseada onde se tomam os banhos – e são muitos os que no verão lá se recreiam -, e o encanto incomparável dos poentes, mesmo em fundo, que são o deleite dos artistas e dos sensíveis à beleza estética da natureza.

É pois tempo de se pensar a sério, projectar sem delongas e promover a construção do Hotel de São Pedro, para que a Vila das Lajes, capital mundial da baleação artesanal, como há dias foi brilhantemente classificada, não pare no seu desenvolvimento e se proporcione, aos seus jovens, postos de trabalho eficientes e duradoiros, já que outras actividades não se vislumbram de momento.

Parar é morrer, diz o velho adágio...


Vila das Lajes,

26 de Outubro de 2010

Ermelindo Ávila

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