Há muitos anos que os Serviços da CGD funcionavam neste concelho, tal como nos restantes do País, anexos à Tesouraria da Fazenda Pública. E, funcionando como estabelecimento bancário, era o único onde os cidadãos podiam fazer as suas transacções bancárias, depositando e levantando as suas modestas economias.
Na Ilha do Pico somente existia a Caixa Económica Picoense, fundada na Vila da Madalena em 12 de Junho de 1904. Tinha sucursais nos concelhos de S. Roque e Lajes e o capital social era de l1.000$ escudos, moeda insulana ! Na década de cinquenta do século passado veio a ser adquirida pelo Banco Português do Atlântico, que a transformou em sua Agência privativa. Depois, surgiram na ilha outras dependências bancárias, que, apesar das nacionalizações operadas após a Revolução de Abril, se têm mantido.
Hoje estão estabelecidas na vila das Lajes agências do Banco BANIF – Açores, da Caixa Agrícola e da Caixa Económica do Montepio Geral, além da Caixa Geral de Depósitos.
No concelho existem ainda agências do Montepio e do BANIF, situadas na freguesia da Piedade.
Além das Agências da Caixa Geral de Depósitos, em S. Roque do Pico estão sedeadas as agências dos Bancos BANIF e da Caixa Económica do Montepio Geral; e, na Vila da Madalena, a Caixa Económica da Misericórdia de Angra, e os Bancos BANIF, Santtander Totta, e Espírito Santo dos Açores.
Ao que é de supor, dada a situação económica da Ilha, não devem as referidas dependências ter depositantes com grandes volumes de capital, resultantes de aforros domésticos, quase sempre diminutos, uma vez que não existem as Grandes Indústrias e Comércio e não se vislumbram fortunas individuais.
Têm, todavia. o mérito de facilitar o crédito a Pequenos industriais, a particulares e até às entidades públicas. Um serviço de apreciável valia que os picoenses jamais deixarão de apreciar.
A Caixa Geral de Depósitos inaugura hoje a sua nova sede nesta vila. Trata-se de um edifício moderno, embora de linhas sóbrias, condizente com os rédios que lhe ficam à ilharga, o que só merece louvores. Foi construído de raiz na rua principal da vila e tem o mérito de contribuir para o embelezamento urbanístico do burgo, ao mesmo tempo que as novas instalações proporcionarão um melhor serviço de atendimento ao público e de conforto aos respectivos funcionários.
Sabemos que o País atravessa um momento difícil e preocupante, com uma economia débil e a provocar a derrocada financeira quer do próprio Estado, quer das empresas e até dos particulares. Ninguém sabe qual será o dia de amanhã.
O desgaste da economia, - quem a provocou?, resta saber - faz cair as famílias na pobreza tornando Portugal num País do Terceiro Mundo.
Nem sabemos o que nos espera. A meados do século dezanove, houve por aqui aquilo que o povo classificou de “Ano da fome”. Comiam os pobres, que quase era toda a população, excepção a duas ou três casas morgadias, raízes de fetos e outras plantas.
O Pico passou muitas calamidades, com as erupções vulcânicas e abalos sísmicos, vendavais e ciclones que provocaram, em épocas diversas, a carência de cereais. Foi essa uma das razões que levaram os picoenses a emigrar, de “salto” para os Estados Unidos . Para os Brasis, como diziam, foram dezenas de cais, que representaram centenas de indivíduos.
Sinceros parabéns aqui deixamos aos gestores da CGD e aos próprios lajenses e picoenses pela inauguração das novas instalações do acreditado e valioso estabelecimento de crédito. Para os dedicados funcionários as melhores felicitações pelo magnífico ambiente de trabalho que lhes é proporcionado.
Vila das Lajes,
5-11-2010
Ermelindo Ávila
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