sábado, 4 de abril de 2009

A minha nota - Dois esquecidos

Nas buscas que tenho por hábito (ou vício...) fazer sobre vultos e factos históricos desta Ilha, embora esse trabalho nada represente no panorama literário dos Açores, deparei-me com duas personalidades picoenses, falecidas na primeira metade do século passado e que foram vultos notáveis das ciências e das letras.
Vale a pena trazê-los a estas insípidas Notas .
1) António da Costa Torres, nasceu em S. Roque do Pico a 17 de Maio de 1896. Fez o curso do Liceu, na Horta e, no Liceu Passos Manuel em Lisboa. Depois foi professor das Escolas Móveis. Licenciou-se em Farmácia na Universidade de Coimbra e em 1922 ingressou no Quadro Farmacêutico Permanente do Exército. Foi promovido a Tenente Coronel dois meses antes de falecer, em 31 de Maio de 1954.
Como jornalista colaborou em diversos jornais e publicou as seguintes obras: História da Deontologia e Legislação Farmacêutica em Portugal, Questões Farmacêuticas, Breve notícia de Tomé Pires, Tomé Pires da intimidade, A Farmácia dos Lusíadas , Camilo Castelo Branco e as Boticas de Eusébio Macário e Traços a Giz. Tomou parte em diversos Congressos, era sócio de diversas colectividades e foi sócio-fundador da Sociedade de Língua Portuguesa.

2) Raul da Costa Torres, irmão do anterior, nasceu igualmente em S. Roque do Pico a 1 de Novembro de 1885.
Depois de fazer o curso secundário em Ponta Delgada e, depois de fazer o curso de preparatórios na Escola Politécnica, ingressou na Escola do Exército onde fez o curso de infantaria, sendo promovido a alferes em 1910. Em 1921 licenciou-se em Filosofia e História na Universidade de Lisboa e em 1923 fez o curso da Escola Normal Superior passando a exercer o magistério secundário. Foi professor da Escola Normal Superior da Universidade de Lisboa e, em 1930 foi nomeado vogal do Conselho Superior da Instrução Pública e da Comissão de Modificação dos Programas.
Em 1923 publicou: Localização do Ensino Secundário numa Reforma Geral do Ensino. Em 1933, Filosofia da Religião. Problema Epistomológico; em 1943, A Arquitectura dos Descobrimentos e o Renascimento Ibérico; em 1953, Tratado de Lógica; e, no ano de 1954, um ano antes do seu falecimento, Notas e Comentários sobre Lógica.
Dois picoenses de distinta craveira intelectual que, em terras estranhas, souberam enaltecer e prestigiar, pelo seu valor cultural esta Ilha onde nasceram e fizeram a sua infância e adolescência.
Gratamente aqui os recordo, pois fazem parte da plêiade notável dos Filhos da Ilha do Pico.
(Para a organização deste pequeno trabalho, servi-me, com a devida vénia, da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, edição de 1947.)

Vila das Lajes,
14 de Março de 2009-
Ermelindo Avila

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