quarta-feira, 16 de julho de 2014

AS FÉRIAS QUE SE APROXIMAM

Notas do meu cantinho



Para a juventude que está ausente durante o ano lectivo, Julho é sempre um mês esperado com grande ansiedade. É o início das férias depois de um ano de trabalho escolar, para alguns trabalho exaustivo e cansativo, pois sem trabalho não é possível obterem-se as classificações que permitam atingir um futuro promissor e auspicioso.
Vêm, pois, aí as férias. Os estudantes estão a chegar. As famílias recebem-se com alegria, muito embora na época actual, os estudantes não estejam ausentes todo o ano lectivo como acontecia há meio século, em que se aproveitava a lancha “Calheta” ou os iates do Pico, para regressar, rapidamente, após o encerramento das aulas.
Hoje as facilidades de comunicações, quer nos meios de transporte, quer nos descontos que, por vezes, são concedidos, permitem que os alunos venham a casa mais do que uma vez: nas férias de Natal e Páscoa e até em outras ocasiões nas dispensas que acontecem durante o ano escolar. E só refiro os que estudam nas escolas açorianas porque os que foram obrigados a frequentar escolas do Continente, e alguns são, para esses as deslocações tornam-se mais difíceis pelos custos que acarretam.
Estão a chegar os estudantes. As famílias aguardam-nos com ansiedade e alegria. Alguns vêm de escolas superiores, já com rumos escolhidos. Todavia, e mercê da situação precária que se atravessa, outros por lá ficam a aguardar que as oportunidades de emprego surjam rapidamente.
Certo que, com todas as facilidades de ensino que hoje se oferecem, permitindo a escolha de áreas mais apetecíveis e concernentes com as aptidões ou vocações dos estudantes, há todavia um número razoável de alunos que se vê compelido a ingressar em áreas de ensino que não são aquelas que sempre idealizaram e desejaram mas que têm de aceitar para não ficarem privados de prosseguir os estudos, para que possam conseguir um futuro risonho e feliz.
Os nossos estudantes estão a chegar. Recebamo-los com amizade, carinho e proporcionemos-lhes umas férias agradáveis.
Interessemo-los pelos nossos problemas, pelas nossas festas, pelas nossas actividades sociais e recreativas. Façamos-lhes participar, activamente, na vida colectiva, para que eles se julguem úteis e capazes de uma colaboração activa, eficiente e útil. A inactividade nas férias a ninguém aproveita e “corta” o ritmo do trabalho a que se está habituado, se é que se tomou a sério a área escolar que se escolheu. O descanso intelectual não evita que o estudante se ocupe em outros misteres, diferentes embora, mas que servem para se manter em actividade contínua as faculdades intelectuais.
E há por aí tanta coisa a fazer. Não as indico pois não tenho já condições intelectuais e materiais para algo fazer. O meu tempo terminou...
Saúdo com amizade e carinho os estudantes que chegam. É uma ocasião muito interessante para se reviverem épocas passadas: a infância e a juventude. Se renovarem os afectos familiares e se preparar o futuro que se aproxima a passos velozes. E é também o tempo para se interessarem pelos problemas da terra, pelo seu desenvolvimento económico porque não?! – pelo seu futuro, pois a terra, com todos os seus problemas, dificuldades e atrasos, será sua.
Verdade porém e infelizmente, que por falta de estruturas, a terra não pode proporcionar a todos um futuro condigno. Daí a debandada que ultimamente se vem verificando e que tornou a terra despovoada e envelhecida com as graves consequências que daí advêm.
Aqui ou onde quer que se fixem, onde quer que se encontrem, os jovens de hoje, serão os mestres do ensino, os profissionais, os dirigentes da política, os comerciais e industriais, actividades que não vêm longe mas que se aproximam a passos largos.

Lajes do Pico,
Junho de 2014
Ermelindo Ávila


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