NOTAS DO MEU CANTIMNHO
É
a palavra moderna que se utiliza em todo o mundo, mesmo nos países
mais industrializados, como é o caso dos Estados Unidos da América.
Em qualquer cidade americana, mesmo as mais modestas, encontramos os
mais modernos estabelecimentos hoteleiros, quer seja em New Bedford,
ou New York, quer em San Francisco ou Tulare.
A
Europa também possui grandes e luxuosos hotéis. Mas a par desses,
há outros de inferior categoria e qualidade, alguns classificados de
hotéis, única classificação que o Turismo geralmente aceita, mas
que mais parecem as antigas pensões portuguesas. E que excelentes
são os hotéis das nossas antigas colónias, ou de Hong-Kong e
Macau.
Isto
somente para referir que a indústria do Turismo, que importa ser
implantada urgentemente nesta ilha, não pode ignorar nem esquecer
que, para aqui se desenvolver o turismo, e importa que se o
desenvolva urgentemente como única actividade capaz de promover o
progresso desta ilha, não se pode proceder a sistemas improvisados,
como seja o chamado “turismo rural”, que visitantes estrangeiros,
principalmente do Norte da Europa, mais aceitam.
Verdade
que há um ou outro caso em que esse sistema é aceite, mas somente à
falta de melhor. Para os franceses isso pode acontecer, pois muitos
dos seus estabelecimentos hoteleiros, classificados de hotéis, como
atrás referi, são bastante precários para uma cidade como Paris.
Mas por lá não há somente o turista endinheirado, como igualmente
o imigrante refugiado, ou o jovem à procura de emprego.
E
deslocados há-os em todas as cidades do Mundo. Se, em Portugal, são
os “sem-abrigo”, nos Estados Unidos são os “Tramps” que
vivem no mesmo sistema de infortúnio e miséria. Mas isso não é
Turismo. Quando muito degradação social, miséria de que,
infelizmente, o mundo está cheio.
Mas
voltemos ao que importa: Necessitamos atrair as divisas dos turistas.
Eles apreciam estas ilhas, o seu clima ameno, as suas paisagens, o
verde luxuriante das encostas, os montes e, sobretudo o pico do Pico,
quer esteja coberto de neve no inverno ou esplendoroso no verão. E
nesse aspecto temos algo que “vender”. Saibamos aproveitar.
Aqui
há anos um casal estrangeiro, refugiado das guerras do Norte de
África, instalou-se na vila das Lajes, depois de percorrer outras
vila do Pico e dos Açores. Quando interrogado sobre a escolha, a
resposta foi simples, mas precisa: a água, a excelência da vossa
água. A canalização havia sido montada e utilizava-se
exclusivamente a água do “furo” da Silveira e da fonte do
Lendroal. Não necessita de mais explicações.
Importa
explorar a indústria do Turismo, mas com frontalidade e segurança,
para que não resulte em fracasso, o que bem pior seria. Não será
de esquecer o turismo rural, e as residenciais e, em sua
substituição, arranjar estabelecimentos hoteleiros com o mínimo de
condições de salubridade, higiene, conforto, sem se caminhar para
luxos escusados que, desnecessariamente, elevam o custo da
exploração.
Estabelecimentos
hoteleiros que atraiam, quer pelo ambiente, quer pelo custo, aqueles
que escolham esta ilha para as suas férias ou momentos de lazer.
Falando
em momentos de lazer, não se devem descurar as diversões
folclóricas, que agradam a muitos turistas. E deixo para trás
qualquer referência ao defunto
campo de golfe, que
morreu à nascença, depois de tanto entusiasmo se ter desenvolvido à
sua volta...
Muito
sumariamente: julgo que o turismo
é a indústria do futuro mas quando preparada e instalada com os
requisitos de modernidade sádia e séria.
Estarei
errado? O futuro o dirá.
Vila
Baleeira
28-4-2014.
Ermelindo
Ávila
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