quinta-feira, 15 de maio de 2014

POR TODO O MUNDO FALA-SE EM TURISMO

NOTAS DO MEU CANTIMNHO


É a palavra moderna que se utiliza em todo o mundo, mesmo nos países mais industrializados, como é o caso dos Estados Unidos da América. Em qualquer cidade americana, mesmo as mais modestas, encontramos os mais modernos estabelecimentos hoteleiros, quer seja em New Bedford, ou New York, quer em San Francisco ou Tulare.
A Europa também possui grandes e luxuosos hotéis. Mas a par desses, há outros de inferior categoria e qualidade, alguns classificados de hotéis, única classificação que o Turismo geralmente aceita, mas que mais parecem as antigas pensões portuguesas. E que excelentes são os hotéis das nossas antigas colónias, ou de Hong-Kong e Macau.
Isto somente para referir que a indústria do Turismo, que importa ser implantada urgentemente nesta ilha, não pode ignorar nem esquecer que, para aqui se desenvolver o turismo, e importa que se o desenvolva urgentemente como única actividade capaz de promover o progresso desta ilha, não se pode proceder a sistemas improvisados, como seja o chamado “turismo rural”, que visitantes estrangeiros, principalmente do Norte da Europa, mais aceitam.
Verdade que há um ou outro caso em que esse sistema é aceite, mas somente à falta de melhor. Para os franceses isso pode acontecer, pois muitos dos seus estabelecimentos hoteleiros, classificados de hotéis, como atrás referi, são bastante precários para uma cidade como Paris. Mas por lá não há somente o turista endinheirado, como igualmente o imigrante refugiado, ou o jovem à procura de emprego.
E deslocados há-os em todas as cidades do Mundo. Se, em Portugal, são os “sem-abrigo”, nos Estados Unidos são os “Tramps” que vivem no mesmo sistema de infortúnio e miséria. Mas isso não é Turismo. Quando muito degradação social, miséria de que, infelizmente, o mundo está cheio.
Mas voltemos ao que importa: Necessitamos atrair as divisas dos turistas. Eles apreciam estas ilhas, o seu clima ameno, as suas paisagens, o verde luxuriante das encostas, os montes e, sobretudo o pico do Pico, quer esteja coberto de neve no inverno ou esplendoroso no verão. E nesse aspecto temos algo que “vender”. Saibamos aproveitar.
Aqui há anos um casal estrangeiro, refugiado das guerras do Norte de África, instalou-se na vila das Lajes, depois de percorrer outras vila do Pico e dos Açores. Quando interrogado sobre a escolha, a resposta foi simples, mas precisa: a água, a excelência da vossa água. A canalização havia sido montada e utilizava-se exclusivamente a água do “furo” da Silveira e da fonte do Lendroal. Não necessita de mais explicações.
Importa explorar a indústria do Turismo, mas com frontalidade e segurança, para que não resulte em fracasso, o que bem pior seria. Não será de esquecer o turismo rural, e as residenciais e, em sua substituição, arranjar estabelecimentos hoteleiros com o mínimo de condições de salubridade, higiene, conforto, sem se caminhar para luxos escusados que, desnecessariamente, elevam o custo da exploração.
Estabelecimentos hoteleiros que atraiam, quer pelo ambiente, quer pelo custo, aqueles que escolham esta ilha para as suas férias ou momentos de lazer.
Falando em momentos de lazer, não se devem descurar as diversões folclóricas, que agradam a muitos turistas. E deixo para trás qualquer referência ao defunto campo de golfe, que morreu à nascença, depois de tanto entusiasmo se ter desenvolvido à sua volta...
Muito sumariamente: julgo que o turismo é a indústria do futuro mas quando preparada e instalada com os requisitos de modernidade sádia e séria.
Estarei errado? O futuro o dirá.

Vila Baleeira
28-4-2014.

Ermelindo Ávila

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