A MINHA NOTA
Quando
os picoenses falam em sopas vêm logo à memória as tradicionais
“Sopas do Espírito Santo”. Mas, actualmente, embora a confecção
desse apreciado manjar seja o mesmo, as sopas são utilizadas para
diversos fins.
Lugares
há em que os “banquetes” dos casamentos, se é que ainda hoje se
fazem, têm como prato principal as “sopas”.
E
basta referir somente esse designativo que logo se sabe que se trata
das tradicionais sopas do Espírito Santo.
Presentemente,
cozinham-se as sopas, e só especialistas o sabem fazer, para
celebrar ou promover os jantares das funções
do
Espírito Santo ou desses outros que agora vão aparecendo, como
sejam as “sopas de solidariedade”, se realizam com diversos fins,
sobretudo para a angariação de fundos para obras comunitárias.
De
qualquer forma, não deixa de ser aceitável e até louvável a
organização dos almoços de sopas do Espírito Santo. Acontece
mesmo que, em alguns lugares, leva-se a Coroa do Divino Paráclito à
Igreja, para a celebração da Eucaristia que antecede os almoços.
Noutros fica-se somente pelas sopas...
Apesar
de tudo há, nos almoços com as sopas, algo de meritório que convém
destacar. Refiro o comunitarismo que esses almoços proporcionam. São
uma maneira simpática de as pessoas se juntarem e de
confraternizarem de maneira amena. Com o isolamento social que hoje
se verifica, quantos deles só se encontram nessas ocasiões!
E
as iniciativas picoenses já passaram, ao que consta, a outras ilhas.
Hoje realizam-se almoços com sopas para angariar fundos para a
realização de melhoramentos nas igrejas, nas sedes sociais e para
outros fins de interesse colectivo. É a verdadeira solidariedade que
se põe em prática e que constitui uma maneira fácil de se
realizarem obras sociais que, sem essas ajudas, dificilmente se
poderiam concretizar.
Em
todos os tempos os jantares, ou hoje almoços do Espírito Santo,
tiveram uma característica profundamente caritativa. Presentemente,
não se trata de caridade propriamente dita mas de um novo sistema de
auxiliar quem desse auxílio carece. E o Pico que, creio, foi a
primeira ilha onde se promoveram os almoços de sopas, deu um grande
exemplo de inter-ajuda e solidariedade que merece os melhores
louvores. Aqui os deixo com muita sinceridade.
Vila
das Lajes do Pico,
Janeiro
de 2014.
Ermelindo
Ávila
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