segunda-feira, 18 de outubro de 2010

BUSTOS E MONUMENTOS - V

25 – Estátua de D. Dinis - Para comemorar o Duplo Centenário da Independência e Restauração de Portugal, foi destinada ao Pico a estátua de D. Dinis, oferecida pela Câmara Municipal de Lisboa. Discutiu-se ao tempo onde a mesma deveria ser colocada e a grande maioria opinava pelo concelho das Lajes visto o primeiro povoador se ter fixado na zona que hoje é a Vila das Lajes. e onde existe ainda a primeira igreja dedicada a S. Pedro. Actualmente é, como sempre foi, o mais antigo templo da Ilha. O Coronel Linhares de Lima, vice-presidente da Comissão Nacional das Comemorações, não aceitou as razões que lhe foram apresentadas e determinou que a estátua ficasse na sua terra natal. E assim aconteceu. À cerimónia da inauguração da Estátua de D. Dinis, junto ao antigo porto do Cais do Pico, que teve lugar no dia 16 de Agosto de 1940 presidiu o Governador do Distrito, tendo a presença de todas as autoridades concelhias, além de numeroso público.

26 - Cruzeiro da Independência e Restauração - Uma vez que a estátua de Dom Dinis, destinada à Ilha do Pico, fora colocada em S. Roque, o Presidente da Comissão Distrital das Comemorações atribuiu ao Município Lajense um subsídio para a construção de um cruzeiro - monumento para assinalar na vila das Lajes o Duplo Centenário da Independência e Restauração de Portugal. O projecto foi de António Garcia, ao tempo desenhador da Junta Autónoma das Estradas, que fazia parte do departamento de fiscalização da estrada Lajes - Piedade, em construção. A obra de pedreiro foi dirigida pelo hábil Mestre Manuel Macedo Bettencourt e executada pelos pedreiros da sua Companhia. A inauguração realizou-se no dia 1 de Dezembro de 1940, e, numa das faces do cunhal, foi colocada uma lápide em mármore com a indicação do acontecimento; placa que foi retirada há poucos anos, sem qualquer explicação pública. Todavia o Cruzeiro, uma obra grandiosa, continua no largo principal da Vila a assinalar o faustoso acontecimento.

27 - Padrão Henriquino - Em 1960 Portugal celebrou o V centenário da Morte do Infante de Sagres. O acontecimento revestiu-se de grandes solenidades pelo Continente e Ilhas. O ex-distrito da Horta marcou pelos actos oficiais que realizou para recordar D. Henrique, aquele que promoveu de forma assombrosa o descobrimento e povoamento destas ilhas. O concelho das Lajes do Pico assinalou não só o V Centenário do Falecimento de Dom Henrique como associou ainda o V. Centenário do povoamento da Ilha, promovendo uma sessão solene e a inauguração dum monumento, (embora de contextura algo diferente e um pouco deslocado do primitivo local), ao lado da Maré, frente ao penedo negro onde desembarcou o primeiro povoador, Fernão Alvares Evangelho. O Padrão lá está, no que hoje é denominado Largo de S. Pedro, pois ao lado fica a primitiva Igreja, dedicada ao Apóstolo que dera o nome ao primeiro Pároco, Frei Pedro Gigante. No topo do monumento duas datas existem: l460 – 1960. Na ocasião da inauguração o orador de então afirmou: “Este padrão...não constitui um monumento qualquer a embelezar o local. Na sua matéria bruta encerra o sentimentos patriótico de todos os picoenses, homenageando a memoria do Infante, cujo centenário a Nação entusiasticamente vem de comemorar: e assinalando o local aonde aportou o primeiro povoador. Igualmente presta homenagem ao sacrifício, valentia e heroicidade daqueles que, num esforço assombroso, desbravaram a terra, levantaram as habitações, povoaram a ilha e a integraram nos bens do Reino de Portugal”.

28 - Monumento aos Baleeiros – Trata-se de um monumento em homenagem aos baleeiros de toda a Ilha. Aqueles que praticaram a actividade, a partir da época de cinquenta, do século passado, têm seus nomes gravados nas placas de mármore que cobrem o monumento, obra do artista Pedro Cabrita dos Reis, de renome internacional. A inauguração oficial teve lugar no dia 28 de Agosto de 2001, integrada na ”Semana dos Baleeiros” e foi bastante concorrida. A extensa placa do cais exterior do porto das Lajes, onde foi implantado o monumento, encontrava-se repleta de assistentes e de antigos baleeiros. Nas duas faces do Monumento estão gravados os nomes dos baleeiros e a denominação das armações respectivas, os nomes dos construtores e dos botes e lanchas de reboque que construíram e, numa das faces do pórtico, encontra-se a seguinte inscrição: Sendo impossível reunir todos os nomes daqueles que, durante mais de um século, fizeram da baleação a sua actividade principal, inscrevem-se neste monumento os nomes dos homens, Sociedades e património que constam dos registos oficiais a partir do ano de 1954. Uma homenagem justíssima àqueles que, durante mais de um século, tanto contribuíram com os seus trabalhos e canseiras, e alguns com as próprias vidas, para o desenvolvimento de uma actividade industrial que muito beneficiou a economia local.


Vila das Lajes,

29 – Setº - 2010

Ermelindo Ávila


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