Julguei que não voltaria a esta sala com a incumbência de “botar palavra”.
No entanto, novamente aqui estou para colaborar, apenas, no lançamento de um livro que fala de baleias e que aqui é trazido para apreciação dos lajenses, aqueles que foram baleeiros, e poucos são e aqueles outros que não sendo baleeiros, viveram e vivem ainda intimamente essa actividade que tanto prestigiou esta Vila Baleeira.
Também não fui baleeiro mas tive familiares baleeiros. Meu avô, Ermelindo dos Santos Madruga, foi um baleeiro em terras americanas e aqui igualmente. Para cá trouxe, no sangue e na alma, a arriscada faina de apanhar baleias. Ajudou a fundar a Companhia das Senhoras, cujo nome oficial era “União Lajense, Limitada”. A sede ou “casa dos botes” é aquela que, incorporada neste Museu, fica junto da oficina de ferreiro. E tive tios e primos e, porque não, bons e excelentes amigos e até afilhados que desde a juventude se dedicaram à caça da baleia. Foi até um deles que, contra todas as determinações oficiais, apanhou a última baleia que deu entrada neste porto lajense, e a última caçada nas diversas ilhas do Arquipélago. – Refiro Manuel Macedo Portugal de Brum.
Este livro, pelo documentário fotográfico que contem, é já um livro histórico. Nele se encontram pessoas, as canoas, as baleias, um conjunto de elementos que já constituem peças do passado, passado do qual nos orgulhamos e vangloriamos.
“BALADA DAS BALEIAS” é lançado no Museu dos Baleeiros. Está no lugar certo. O Museu onde nos encontramos, é a instituição mais rica e histórica da Ilha do Pico. Aqui se arquiva e revive o Passado, de saudosa memória. Um passado de que, repito, todos os lajenses e picoenses, se devem orgulhar.
Razão tinha quando, em l6 de Fevereiro de 1969 (artigo que o diário “Açores” então publicou) escrevi: “Hoje, a caça à baleia, a indústria baleeira, melhor dito, vive os derradeiros momentos”. E terminava o texto: “E quando a actividade fosse apenas histórica notícia, dísticos descritivos serviriam para elucidar os visitantes, das designações e utilidades dos diversos apetrechos e palamenta, porque então o MUSEU BALEEIRO (assim o designei) seria, realmente uma atracção turística. Não valeria a pena pensar-se a sério no Museu, antes que tantos valores artesanais se percam ou vão enriquecer os museus doutras terras? – Salvemos enquanto é tempo, o nosso património histórico”. (1)
Felizmente que alguém ouviu o meu grito de alarme. O Museu dos Baleeiros – a beneficiar de uma ampla ampliação - (e não o museu baleeiro, que isso pouco importa), é uma realidade a enriquecer o património cultural e histórico desta que, jamais deixará de ser a Vila Baleeira.
A cerca de quarenta anos de distância, cá nos encontramos todos dentro destas paredes históricas a celebrar um acontecimento que não deixa de ser igualmente histórico e enriquecedor do Património lajense.
No entanto, novamente aqui estou para colaborar, apenas, no lançamento de um livro que fala de baleias e que aqui é trazido para apreciação dos lajenses, aqueles que foram baleeiros, e poucos são e aqueles outros que não sendo baleeiros, viveram e vivem ainda intimamente essa actividade que tanto prestigiou esta Vila Baleeira.
Também não fui baleeiro mas tive familiares baleeiros. Meu avô, Ermelindo dos Santos Madruga, foi um baleeiro em terras americanas e aqui igualmente. Para cá trouxe, no sangue e na alma, a arriscada faina de apanhar baleias. Ajudou a fundar a Companhia das Senhoras, cujo nome oficial era “União Lajense, Limitada”. A sede ou “casa dos botes” é aquela que, incorporada neste Museu, fica junto da oficina de ferreiro. E tive tios e primos e, porque não, bons e excelentes amigos e até afilhados que desde a juventude se dedicaram à caça da baleia. Foi até um deles que, contra todas as determinações oficiais, apanhou a última baleia que deu entrada neste porto lajense, e a última caçada nas diversas ilhas do Arquipélago. – Refiro Manuel Macedo Portugal de Brum.
Este livro, pelo documentário fotográfico que contem, é já um livro histórico. Nele se encontram pessoas, as canoas, as baleias, um conjunto de elementos que já constituem peças do passado, passado do qual nos orgulhamos e vangloriamos.
“BALADA DAS BALEIAS” é lançado no Museu dos Baleeiros. Está no lugar certo. O Museu onde nos encontramos, é a instituição mais rica e histórica da Ilha do Pico. Aqui se arquiva e revive o Passado, de saudosa memória. Um passado de que, repito, todos os lajenses e picoenses, se devem orgulhar.
Razão tinha quando, em l6 de Fevereiro de 1969 (artigo que o diário “Açores” então publicou) escrevi: “Hoje, a caça à baleia, a indústria baleeira, melhor dito, vive os derradeiros momentos”. E terminava o texto: “E quando a actividade fosse apenas histórica notícia, dísticos descritivos serviriam para elucidar os visitantes, das designações e utilidades dos diversos apetrechos e palamenta, porque então o MUSEU BALEEIRO (assim o designei) seria, realmente uma atracção turística. Não valeria a pena pensar-se a sério no Museu, antes que tantos valores artesanais se percam ou vão enriquecer os museus doutras terras? – Salvemos enquanto é tempo, o nosso património histórico”. (1)
Felizmente que alguém ouviu o meu grito de alarme. O Museu dos Baleeiros – a beneficiar de uma ampla ampliação - (e não o museu baleeiro, que isso pouco importa), é uma realidade a enriquecer o património cultural e histórico desta que, jamais deixará de ser a Vila Baleeira.
A cerca de quarenta anos de distância, cá nos encontramos todos dentro destas paredes históricas a celebrar um acontecimento que não deixa de ser igualmente histórico e enriquecedor do Património lajense.
Por aqui fico. Desculpai-me a pobreza do dizer e a evocação de um passado que só a minha avançada idade podia permitir .
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1) Ávila, Ermelindo, in “Crónicas da Minha Ilha” – 1995, pág.127.
Vila Baleeira, Museu dos Baleeiros, 28 de Março de 2008
Ermelindo Ávila
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1) Ávila, Ermelindo, in “Crónicas da Minha Ilha” – 1995, pág.127.
Vila Baleeira, Museu dos Baleeiros, 28 de Março de 2008
Ermelindo Ávila
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