quinta-feira, 3 de abril de 2008

CEM ANOS!

No dia 25 de Março, corrente, celebrou a linda idade de cem anos, a Senhora D. Maria da Encarnação Bettencourt, natural das Lajes do Pico e actualmente residente na cidade da Horta, com sua filha, D. Antónia Bettencourt Xavier.
Presentemente encontra-se recolhida a casa, mas conservando a maior lucidez de espirito. Uma relíquia que muito consideramos e respeitamos desde os recuados tempos da nossa adolescência e juventude.
D. Maria da Encarnação residiu na sua casa da Ribeira do Meio, desta Vila enquanto a saúde lho permitiu.
Foi uma senhora de assinaladas qualidades artísticas. Como alguém me dizia há dias, quando lembrava o centenário de tão distinta lajense, D. Maria da Encarnação tinha umas mãos de ouro. Tudo fazia com gosto artístico e aprimorada beleza. Fabricava primorosamente flores artificiais, as mais variadas, com muita arte. Com elas se adornavam as igrejas, como era habitual até ao principio do século passado. E o requinte artístico era tão esmerado que até as rosas, das mais variadas espécies, eram perfumadas, o que lhes dava a sensação de serem naturais. Os arranjos de flores, para noivas, festas religiosas ou funerais eram de aprimorado feitio e gosto. Pintava a carvão, retratos ou paisagens, com elegância e beleza artística. Além de outros trabalhos manuais.
Tudo sabia executar com arte e perfeição.
Como mestras teve a antiga professora D. Maria de Lourdes e a artista D. Virgínia de Lacerda.
Era conhecida por Maria Caxetinha e foi casada com Manuel Bettencourt. É mãe do Engenheiro José Maria Bettencourt e de D. Antónia Bettencourt Xavier, viuva do Engº Tec. Raúl Pedro Xavier.
Falar de D. Maria da Encarnação Bettencourt é recordar Alguém que, nesta vila, era muito querida e estimada pelos seus dotes morais e intelectuais. Uma Senhora que todos respeitavam e admiravam. Com o marido emigrou há anos para os Estados Unidos, onde tinha familiares muito chegados. Depois regressou a Portugal, na década de 90, esteve alguns anos em Lisboa, com o filho, Eng. José Maria. Algum tempo depois, voltou aos Açores e fizou residência na Horta, em casa da filha, D.António, onde vive, presentemente, rodeada do carinho e desvelados cuidados da filha e netas.

Deixámos de a ver e de com ela contactar mas a sua Figura distinta não mais nos esqueceu. Recordamo-la com muito respeito e aquela amizade que nasce na juventude e nunca mais esquece. Valeu-me, porém, para este escrito, a amiga comum, Dra Luisa Machado Rodrigues, que sei, vai estar também presente no centenário da nossa querida e venerável conterrânea.
Não desejo exagerar as qualidades invulgares de D. Maria da Encarnação Bettencourt. Estou somente a lembrar uma Lajense que marcou uma época artística na nossa terra, e que agora celebra cem anos de existência. Um acontecimento invulgar para a maioria dos mortais.
E neste recordar de tantos anos passados, presto aqui a minha homenagem sentida e amiga a tão distinta Senhora que, apesar das suas extraordinárias qualidades e valências artísticas, sempre viveu recolhida e como que apagada, não passando para alguns de uma simples mas exemplar esposa e mãe.
Sei que os filhos, D. Maria Antónia Brum Xavier e Engenheiro José Maria Bettencourt, Netos e mais familiares, se sentem orgulhosos do Pai, da Mãe e dos Avós que tiveram. Nesta hora jubilar, junto da Mãe e Avó, recebem por isso dos parentes, amigos e conhecidos, efusivas felicitações por tão faustoso acontecimento.
Parabéns, por este dia, à Veneranda Aniversariante e aos respeitáveis Filhos e Netos, com os votos de que o Senhor Ressuscitado, conserve , para alegria de todos, a D. Maria da Encarnação Bettencourt.
Vila das Lajes,
25 de Março de 2008
Ermelindo Ávila

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