Quando Portugal aderiu à CEE sempre duvidámos que os resultados dessa nova convenção seriam benéficos para os Países de fracos recursos económicos, pois estavam longe de poderem competir com as chamadas Grandes Potências Económicas Europeias - E é isso que, infelizmente, está a acontecer.
Se os grandes potentados económicos lucraram pelas ajudas que receberam da Comunidade para a reestruturação das suas empresas, já o mesmo não aconteceu nem acontece com as economias pequenas ou domésticas que são incapazes de competir com os preços dos produtos que invadem Portugal, beneficiando da isenção dos direitos alfandegários. Hoje o que acontece? Os supermercados estão inundados de produtos hortícolas, de excelente aparência mas que não são de paladar igual aos produzidos em Portugal e principalmente nas Ilhas.
No entanto as políticas de apoio financeiro ao ressurgimento das produções hortícolas, frutícolas, piscícolas, aproveitando potencialidades endógenas locais, são ainda a grande receita para o nosso desenvolvimento económico e social. E talvez razão da nossa sustentabilidade no futuro.
Dizem os historiadores americanos que os açorianos, imigrantes nos anos da depressão económica dos anos 30 do século passado, foram aqueles que melhor resistiram à crise, pois estavam habituados aos processos da economia de subsistência. E deste saber de experiência feito nestas ilhas açorianas, surgiu muito desenvolvimento americano.
Temos que voltar a produzir os nossos produtos, com apoios e sem directivas castradoras.
Acontece que os prédios que outrora foram de pão, como dizia o povo, estão a transformar-se em autenticas matas selvagens, ocupadas por todo o género de vegetação sem qualquer interesse económico. Basta olhar para as ladeiras que circundam a vila das Lajes pelo leste, para se ter a confirmação, triste e angustiosa, do que venho de dizer. E não levará muito tempo, nem anos sequer, para que as matas bravias invadam os quintais e jardins das residências que ficam no sopé desses montes.
Incrementou-se a lavoura e concederam-se subsídios aos jovens para renovação das manadas e desenvolvimento das pastagens.
Deram-se até casos em que os avós e pais tiveram de transferir para netos e filhos, as respectivas pastagens para que eles pudessem usufruir dos subsídios concedidos pela CE aos jovens agricultores.
Depois, estabeleceram-se as quotas leiteiras e aqueles que as excederem sujeitam-se a pesadas multas
Para que serviram o arrotear e melhorar das pastagens e das manadas? Por que não se deixaram livres as actividades agrícolas e industriais? Teme a CE que os picoenses e açorianos possam competir com os industriais europeus? Não será uma utopia ?
Tudo é proibido. Ontem foram as toninhas e as baleias. Agora chegou o peixe e as quotas da apanha. Do goraz por exemplo--- até a lapa é contrabando. O polvo só importado. O chicharro desapareceu com a aproximação do cachalote dos antigos “limpos” onde ele se desenvolvia. E as outras espécies vão sendo apanhadas, artificialmente, pelos barcos que, outrora, eram considerados estrangeiros e que hoje são pertença dos Países da CE e como tal com direitos adquiridos para virem para cá das duzentas milhas que eram consideradas zonas privativas dos territórios adjacentes.
Quando acabarem as obras públicas que estão em curso, da responsabilidade das Câmaras Municipais e da Região, que vai acontecer aos empreiteiros, aos operários especializados e aos trabalhadores indiferenciados? É que todos vão sofrer a crise da falta de trabalho. O Fundo do Desemprego não suportará muitas mais inscrições, ao que dizem. A CE está a terminar com subsídios aos países subdesenvolvidos. Naturalmente que voltarão os anos da fome porque, emigrar, quem terá idade para o fazer e para onde?
Tanto que havia a trazer hoje a esta nota…Fiquemos por aqui.
Algures, nos Açores,
3 de Agosto de 2006
Ermelindo Ávila
Se os grandes potentados económicos lucraram pelas ajudas que receberam da Comunidade para a reestruturação das suas empresas, já o mesmo não aconteceu nem acontece com as economias pequenas ou domésticas que são incapazes de competir com os preços dos produtos que invadem Portugal, beneficiando da isenção dos direitos alfandegários. Hoje o que acontece? Os supermercados estão inundados de produtos hortícolas, de excelente aparência mas que não são de paladar igual aos produzidos em Portugal e principalmente nas Ilhas.
No entanto as políticas de apoio financeiro ao ressurgimento das produções hortícolas, frutícolas, piscícolas, aproveitando potencialidades endógenas locais, são ainda a grande receita para o nosso desenvolvimento económico e social. E talvez razão da nossa sustentabilidade no futuro.
Dizem os historiadores americanos que os açorianos, imigrantes nos anos da depressão económica dos anos 30 do século passado, foram aqueles que melhor resistiram à crise, pois estavam habituados aos processos da economia de subsistência. E deste saber de experiência feito nestas ilhas açorianas, surgiu muito desenvolvimento americano.
Temos que voltar a produzir os nossos produtos, com apoios e sem directivas castradoras.
Acontece que os prédios que outrora foram de pão, como dizia o povo, estão a transformar-se em autenticas matas selvagens, ocupadas por todo o género de vegetação sem qualquer interesse económico. Basta olhar para as ladeiras que circundam a vila das Lajes pelo leste, para se ter a confirmação, triste e angustiosa, do que venho de dizer. E não levará muito tempo, nem anos sequer, para que as matas bravias invadam os quintais e jardins das residências que ficam no sopé desses montes.
Incrementou-se a lavoura e concederam-se subsídios aos jovens para renovação das manadas e desenvolvimento das pastagens.
Deram-se até casos em que os avós e pais tiveram de transferir para netos e filhos, as respectivas pastagens para que eles pudessem usufruir dos subsídios concedidos pela CE aos jovens agricultores.
Depois, estabeleceram-se as quotas leiteiras e aqueles que as excederem sujeitam-se a pesadas multas
Para que serviram o arrotear e melhorar das pastagens e das manadas? Por que não se deixaram livres as actividades agrícolas e industriais? Teme a CE que os picoenses e açorianos possam competir com os industriais europeus? Não será uma utopia ?
Tudo é proibido. Ontem foram as toninhas e as baleias. Agora chegou o peixe e as quotas da apanha. Do goraz por exemplo--- até a lapa é contrabando. O polvo só importado. O chicharro desapareceu com a aproximação do cachalote dos antigos “limpos” onde ele se desenvolvia. E as outras espécies vão sendo apanhadas, artificialmente, pelos barcos que, outrora, eram considerados estrangeiros e que hoje são pertença dos Países da CE e como tal com direitos adquiridos para virem para cá das duzentas milhas que eram consideradas zonas privativas dos territórios adjacentes.
Quando acabarem as obras públicas que estão em curso, da responsabilidade das Câmaras Municipais e da Região, que vai acontecer aos empreiteiros, aos operários especializados e aos trabalhadores indiferenciados? É que todos vão sofrer a crise da falta de trabalho. O Fundo do Desemprego não suportará muitas mais inscrições, ao que dizem. A CE está a terminar com subsídios aos países subdesenvolvidos. Naturalmente que voltarão os anos da fome porque, emigrar, quem terá idade para o fazer e para onde?
Tanto que havia a trazer hoje a esta nota…Fiquemos por aqui.
Algures, nos Açores,
3 de Agosto de 2006
Ermelindo Ávila
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