NOTA
DO MEU CANTINHO
A
Ilha do Pico tem diversas capelas dedicadas aos mais diversos santos
da devoção dos seus habitantes. E vem de longe essa devoção.
A
primeira que ainda existe e foi a Paroquial dedicada a São Pedro,
talvez porque esse era o nome do capelão que acompanhou os
povoadores, Frei Pedro Alvarez Gigante, ainda se conserva e hoje é
considerada imóvel de interesse nacional. (Falta-lhe, porém, a
placa indicativa).
Frei
Diogo das Chagas, o mais antigo historiador açoriano, embora a sua
obra se tivesse conservado quase inédita até 1989, regista no
“Espelho Cristalino em Jardim de Várias
Flores”, escrito por volta de 1646, indica,
que a ilha do Pico possuía já treze freguesias das quais quatro
eram curatos: “Santa Luzia, Boa Nova nas Bandeiras, Nossa Senhora
da Candelária e São João em que administra um dos dois Curas que
havia nas Lagens.”
No
Relatório de 1867, o governador civil Santa Rita, refere as ermidas
com confrarias: Imaculada Conceição, no Cabo Branco; Santa Ana, no
lugar do Pesqueiro; Benditas Almas, no lugar dos Toledos.
Nas
Bandeiras, também havia três ermidas: Nossa Senhora do Desterro, no
Cais do Mourato; Nossa Senhora dos Milagres, no Cachorro; e S.
Caetano, no Cabeço Chão. Na Criação Velha, uma dedicada a N.ª
Senhora do Rosário, ”que dá nome ao sítio
onde está edificada”.
Na
Candelária, havia duas ermidas: uma dedicada a Nª Senhora da
Conceição, no porto e outra à Senhora da Boa Nova, no porto do
Guindaste.
A
paróquia de S. Mateus possuía três ermidas: Nª Senhora da
Conceição, junto ao porto; de S. Jerónimo, ao pé do porto, e S.
Caetano, no porto da Prainha do Galeão.
Nas
Lajes havia a igreja da Misericórdia, já caída, a de S. Pedro e a
dos Remédios, já bastante deteriorada, como refere o relatório.
Na
Silveira, a de S. Bartolomeu; a de S. Sebastião, na Ribeira do Meio
e a de Santa Catarina. Não faz referência à igreja ou ermida de Nª
Senhora da Conceição por estar anexa ao convento franciscano, onde
já funcionavam as repartições públicas.
Em
São João exista, e recentemente foi completamente restaurada, a
ermida de Santo António, que serviu de paroquial após as erupções
vulcânicas de 1720. Havia uma outra ermida por fora da qual foi
construída a actual igreja paroquial, começada em 1829.
Nas
Ribeiras havia as ermidas do Bom Jesus, actual igreja paroquial de
S.ta Cruz e a de Nossa Senhora do Socorro, em S.ta Bárbara.
Na
Calheta não existia qualquer ermida, enquanto na Piedade havia
três: a de S. Tomé, na Manhenha, de Santo Antão, na Ribeirinha,
hoje igreja paroquial, e a da Conceição da Rocha, no sítio do
Calhau.
S.
Roque possuía duas ermidas: S. Miguel Arcanjo e Nossa Senhora das
Dores. Além da paroquial tinha a igreja de São Pedro de Alcântara,
anexa ao extinto convento franciscano. Existia a ermida da
Misericórdia em completa ruína e que há muito desapareceu.
Em
Santo Amaro não existiam ermidas. A Prainha tinha três ermidas: A
da Senhora das Dores, na Areia do Mouro, a da Prainha de Cima e a de
S. Pedro no lugar de S. Pedro.
Em
Santo António a ermida de Santa Ana, situada no lugar do mesmo
nome; a de S. Domingos, no lugar das Almas; a de S. Vicente, situada
no Ginjal; a da Madre de Deus, erguida no Areal.
Em
Santa Luzia registou a ermida da Senhora da Pureza, no sítio do
Lajido e a de São Mateus, no sítio do Cabrito.
Uma
parte das ermidas situava-se em lugares de veraneio, tinha
património próprio e como protectores certos titulares da antiga
nobreza.
Algumas
das ermidas desapareceram e outras foram construídas como é o caso
da ermida da Almagreira, dedicada à Rainha S.ta Isabel; a do
Coração de Maria, edificada no lugar das Terras; a Nª. Senhora de
Fátima nas Pontas Negras; a de S. João, na Ribeira Grande; a de
S.to António, nos Fetais da Piedade; a de Nª Senhora da Boa Viagem
no caminho de Baixo; nas Ribeiras, e uma outra com a mesma invocação
no Caminho de Baixo das Ribeiras. A de São João Paulo II, da
Engrade, do Cais do Galego, na Piedade, e de S. Pedro, na Baixa, na
Ribeirinha.
No sitio da
Mirateca foi há anos construída uma Capela dedicada a S. Nuno
Alvares Pereira; e, em S. Mateus foi também construída uma ermida,
no lugar das Relvas, dedicada a Nª Senhora da Alegria.
Lajes do
Pico,
25 de Agosto
de 2015
Ermelindo
Ávila
Sem comentários:
Enviar um comentário