segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Turismo, próspera indústria da actualidade

A  minha nota

Quem viveu o século vinte assistiu, após a segunda guerra mundial, a uma evolução industrial notável, principalmente no sector turístico, indústria até então quase desconhecida.
Na vila das Lajes existia somente a Pensão da Maria José e era nela que se hospedavam os caixeiros viajantes que anualmente visitavam as diversas ilhas dos Açores, o cocheiro, condutor do carro da mala do correio entre a Madalena e Lajes e, anualmente, a Junta de Recrutamento Militar e pouco mais.
Idênticas situações existiam nas outras vilas picoenses e até nos Açores. Na Madalena mais tarde apareceu a do Estevão e, no Cais do Pico, a Gomes, e depois a do Garcia, em edifício próprio. Nesta os magistrados que eram colocados na comarca, cuja sede era no Cais do Pico, não se hospedavam porque o proprietário era funcionário judicial…
No princípio do século, foi fundada em Ponta Delgada, a sociedade Terra Nostra que assumiu a construção do Hotel das Furnas e a Pensão Terra Nostra na cidade.
Em Angra existia, salvo erro, a Pensão Lisboa, junto ao Cais da Alfandega e a Pensão Lourenço, em frente ao Jardim Público.
Na Horta, havia o Hotel Fayal que após legislação especial passou a denominar-se Pensão Continental – Antigo Faial Hotel.
A meados do século XX foi criada a Comissão Regional de Planeamento constituída por diversos grupos de trabalho. E lá surgiu o grupo de Trabalho de Turismo, do qual faziam parte e “pontificavam” os vogais das Comissões Distritais de Turismo. Uma maneira hábil de fazer vingar os seus projectos. 
Foi construído, na Horta, o Hotel Faial com a ajuda do Governo, embora, para o efeito, se fundasse uma sociedade por quotas ou semelhante. 
Na ilha do Pico o próprio governo veio a construir o Hotel Caravelas, na Vila da Madalena e por aí ficou.
Presentemente, o Pico possui alguns estabelecimentos hoteleiros embora não aqueles que necessita e que há muito vem reclamando.
Temos o hotel “Aldeia da  Fonte”, mas distante do  centro da Vila. 
Nas Lajes existe o Hotel do armador de whale-watching, Serge Viallele, mas praticamente destinado aos visitantes das baleias e o Alojamento Bela Vista, pertencente ao armador Camilo Simões 
Pela Ilha vai surgindo com alguma intensidade o agora denominado Turismo rural que está a ser bastante aproveitado pelo turismo estrangeiro. No verão vale aos jovens, principalmente em grupos, que aqui aparecem, o Parque de Campismo que presta óptimos serviços. Igualmente de assinalar a Pousada da Juventude instalada, acertadamente, no antigo convento franciscano, no Cais do Pico. Mas tudo isso não basta. 
Importa cultivar um turismo de qualidade, chamo-lhe assim, e para isso construir edifícios próprios para hotéis nas localidades centrais. Sem os hotéis centrados nas vilas picoenses o turismo não vingará nem será indústria do futuro.
Lajes do Pico, 8-9-2015
Ermelindo Ávila


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