NOTAS DO MEU CANTINHO
É na
generalidade um mês triste. Embora a meio do Outono, já faz sentir
a proximidade do Inverno. Mas, para além dessa situação
meteorológica, aqueles que professam a religião católica, recordam
neste mês aqueles familiares que já partiram para a Eternidade.Daí
ser conhecido como o mês das almas, o
mês da saudade...
Logo no
primeiro dia, a Igreja Católica recorda todos os santos, aqueles
que, gozando da visão beatífica, não subiram aos tronos dos
altares das igrejas. Segundo um teólogo moderno, “Pela filiação
divina o cristão torna-se membro da família de Deus. Tem garantia
de um Pai, o Senhor, a certeza de um irmão, a pessoa de Jesus
Cristo, e um apoio constante na inspiração do Espírito Santo.”
O segundo
dia de Novembro é dedicado aos fiéis defuntos. Diz um comentarista
: “As comemorações dos fiéis defuntos, no dia 2 de Novembro,
tiveram origem no mosteiro beneditino de Cluny (França). O Papa
Bento XV (1914-1922), por altura da Primeira Guerra Mundial, chegou a
conceder que todos os sacerdotes pudessem celebrar três Missas neste
dia”.
Com as
determinações do Concílio Vaticano II, essa faculdade estende-se a
todos os sacerdotes e em diversas circunstâncias, como acontece
presentemente àqueles que têm a direcção de três paróquias. É
o caso da ilha do Pico...
No dia de
todos os santos a
Igreja veste-se de branco, sinal de regozijo. No dia 2 as vestes,
anteriormente, eram pretas, a manifestar a sua dor pelos que
partiram e se encontram ainda a aguardar a entrada na mansão
celeste. Hoje, pela reforma litúrgica operada pelo Concílio, os
paramentos pretos foram substituídos pelos roxos, que também não
deixam de expressar dor e sentimento de angústia pelos defuntos e
cujas almas se encontram em estado de purificação.
Num
documento da Santa Sé pode ler-se: “Nos
ritos fúnebres pelos seus filhos, a Igreja celebra com fé o
Mistério pascal, com a confiante esperança de que os que pelo
baptismo se tornaram membros de Cristo morto e ressuscitado, passem
com Ele, através da morte para a vida. É necessário, porém, que
as suas almas sejam purificadas antes de serem acolhidas no Céu,
junto dos santos e dos eleitos (...) A oração pelos defuntos é uma
tradição da Igreja.”
Novembro é
um mês triste. Um mês de saudades muito intrínsecas daqueles que
o Senhor chamou a Si antes de nós, mas que continuam presentes e
que jamais poderão ser esquecidos. É quase um mês de dor contínua
e permanentemente sentida.
Mas haja
esperança. Como diz a Antífona de entrada da Primeira Missa do dia
dos fiéis defuntos, “Se
em Adão todos morrem, em Cristo todos voltarão à vida”..
Não
estranhe algum leitor este escrito. Num jornal da Igreja, julgo,
está dentro dos parâmetros que a regem.
Vil
das Lajes,
Novº.
de 2012
Ermelindo
Ávila
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