segunda-feira, 17 de outubro de 2011

AMARGURAS DA HORA PRESENTE


Portugal atravessa um dos momentos mais cruciais da sua secular existência Dia-a-dia surgem noticias alarmantes da situação económica do País e, consequentemente. da falta de trabalho, dos despedimentos, do “apertar do cinto” da maioria dos

Portugueses e muito mais que não importa recordar agora.

Inventou-se a “Troika” para justificar as medidas de austeridade que os governantes vão tomando com reflexos perniciosos nas classes mais baixas, aquelas que têm de “comer o pão com o suor do seu rosto”

E em tudo se mistura uma política de desagregação, seja das chamadas direita ou esquerda.

Creio que nunca se explicou à Nação se a crise económica que se atravessa é resultante de uma má administração dos negócios públicos ou da carência de receitas provenientes das contribuições e dos impostos, que no entanto já são avantajados.

Não quero penetrar no âmbito da análise política da situação portuguesa porque só interessa àqueles que vivem da Política ou para a Política. Talvez melhor dito da política de Bordalo Pinheiro...

A crise está instalada, não só em Portugal mas em outras nações mais, principalmente uma parte das que formam a União Europeia. E alguns dos seus dirigentes privilegiados já anunciam que nações há que vão perder parte da sua soberania, como se fosse possível ter uma meia ou limitada independência.

No primeiro quartel do século XX um tresloucado apossou-se da governação da grande nação que sempre foi a Alemanha. Passados três quartos de século surgem os novos senhores da Europa a tomar medidas de repressão e fiscalização de outras nações como se os direitos dos povos permitissem pacificamente a sujeição dos mais fracos aos mais poderosos.

No meio de todo o barulho que se instalou na Europa, um problema há que parece não ser equacionado e, muito menos, resolvido satisfatoriamente.

Os trabalhadores não diferenciados deixaram de ser considerados. A sua situação agrava-se com a falta de trabalho. Portugal não possui as industrias e outras actividades económicas que sejam capazes de absorver a mão-de-obra que excede por toda a parte. Há jovens que possuem cursos universitários que não conseguem emprego, mesmo como serventes em qualquer actividade. Basta ler o que nos trás a comunicação social. É desolador ver uma jovem, entre tantas, com a licenciatura em história – v.g. - que nem consegue o lugar de empregada doméstica, ou criada de servir como antes se dizia. “G.M é licenciada em Românicas.-. Estava empregada numa empresa há oito anos. Foi despedida pelos novos proprietários. Está desempregada. Decidiu, entretanto, colocar um anúncio no site olx.pt., onde se oferece para qualquer tipo de trabalho, desde empregada doméstica ou motorista a acompanhante de crianças e idosos.” (Visão, nº 933,de 26-01-2011) Este um caso entre tantos gv. E pior será quando o Estado e as Autarquias deixarem de investir ou executar totalmente obras de interesse social, privando as populações da sua utilização e, simultaneamente, o que é mais grave, lançando para o desemprego milhares de trabalhadores. E quem diz desemprego pode referir a fome, a miséria e, depois, o crime nos mais variados aspectos: o roubo, os assaltos, a droga, como vai acontecendo por esse mundo fora.

Hoje fico por estas reflexões amargas...


29-09-2011


Ermelindo Ávila


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