Se há turistas que procuram esses alojamentos, e alguns deles, ao que consta, são bastante cómodos e asseados, nem todos os visitantes que aqui chegam desejam ir para eles mas antes procuram os hotéis. Nem mesmo as residenciais ou pensões são procuradas pois essas designações ou classificações não existem nos dicionários dos idiomas estrangeiros. É pena que os industriais investidores nessa actividade não procurem adaptar-se ao regime internacional. Seria uma mais valia para eles próprios e para a ilha, uma vez que as divisas estrangeiras vêm, normalmente, desses visitantes.
Enquanto nas ilhas açorianas o turismo baixou na última época, parece que a ilha do Pico fez excepção, pois a procura de camas foi superior à das épocas anteriores. Houve estabelecimentos que, no princípio da época passada, já estavam totalmente ocupados até ao final do verão. E isso de facto aconteceu.
Se o turismo é a indústria do futuro, e será através da entrada de divisas, vindas desses visitantes estrangeiros ou mesmo nacionais, que a economia da Região se equilibrará, importa ter em consideração esse facto e estar atento ao seu desenvolvimento.
A indústria do Turismo não se reduz àquela que é praticada nas casas rurais e nos Parques. Esse é um turismo que, embora deva ser acolhido com carinho e atenção, não é suficiente para a promoção da Região e, consequentemente das suas parcelas, as ilhas. Importa estar atento e preparar a ilha com as estruturas suficientes e capazes de acolherem todas as classes de turistas, que aqui chegam, seja para percorrer a ilha pelo seu interior, utilizando as veredas e os trilhos, seja para visitar as baleias ou para gozar alguns dias de lazer.
A vila das Lajes carece imediatamente de um estabelecimento turístico classificado de hotel de duas, três ou quatro estrelas. Mas situado no interior da zona urbana. E, igualmente, de um restaurante, visto que, aquele que possuía e que de boa qualidade era, incompreensivelmente, ao que consta, acaba de encerrar as portas. Afinal um prejuízo grave para a vila das Lajes pois o “Lagoa” gozava de prestígio nacional e internacional.
Importa criar um estabelecimento congénere e estar acautelado para novas investidas que em nada prestigiam a terra.
E se não houver quem tome a iniciativa, impõe-se à Câmara Municipal, à semelhança de outros organismos congéneres por esse País fora, assumir prioritariamente, esse encargo, associando-se a outros investidores ou, depois de concluído o/os empreendimentos, associar-se ou trespassá-los em condições condignas a quem se comprometa explorá-los, quer individualmente quer em sociedade. Repito: Não será novo o sistema. Trata-se de uma iniciativa de promoção e de desenvolvimento, comercial e laboral da terra e do seu futuro. “Cruzar os braços”, como soe dizer-se, ante tão precária situação, é promover o aniquilamento, e não só, da terra lajense.
Estou uma vez mais a repisar um assunto já aqui tratado bastas vezes. Não importa. Como diz o adágio: água mole em pedra dura..
Vila das Lajes, Nov.2009
Ermelindo Ávila
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