A Ilha do Pico vai saindo do seu marasmo de incultura. Aqui e ali vai promovendo, manifestações artísticas e de boa formação intelectual. É agradável isso assinalar. E, fazendo-o, apoiamo-nos, principalmente, nos vários jornais que têm surgido ao longo de quase dois séculos e que hoje estão representados pelos semanários “O Dever” na Vila das Lajes, já no 92º ano de publicação ininterrupta; na Vila da Madalena, o “Ilha Maior”, no 21º ano ; e o “Jornal do Pico”, da Vila de São Roque, a ultrapassar o 5º ano de publicação. E não aludimos os vários boletins paroquiais e, ainda, os que publicam as Escolas do Ensino Secundário.
O movimento bibliográfico é notável para uma ilha de 15 mil habitantes. São vários os escritores picoenses da actualidade. Alguns deles de notável craveira intelectual. Uns da lei da morte se foram libertando ; mas há ainda aqueles que estão na pujança do seu talento e da sua cultura e vem publicando obras, de géneros vários, que honram e dignificam a cultura açoriana e continental.
Mais de três centenas de títulos arquivo nas minhas modestas estantes, de autores picoenses. E eles são naturais de todas as freguesias da ilha. Desde o conto, a poesia, o romance, o ensaio, a história... Dá gosto compulsá-los de vez em quando e deleitarmo-nos com a sua leitura.
Diz o conhecido Cónego Pereira no seu magnifico trabalho “Padres Açorianos –Bispos -Publicistas - Religiosos”, Angra, 1939, que Fr. João da Fé – picoense – que viveu no século dezoito, professou na Ordem de S. Francisco e foi Lente e Guardião do Convento da Horta, logo que o mesmo foi construído. Depois passou a Provincial da sua Ordem, nos Açores. Publicou: “Panegírico ao muito alto e Poderoso Rei de Portugal, D. João V, pregado na festa da sua gloriosa aclamação que celebrou a fidelíssima ilha do Faial, aos 25 de Abril de 1707. "
Trata-se, pois, do primeiro trabalho impresso, que se conhece, da autoria de um picoense. E tantos outros se seguiram...
No dia 14 de Novembro de 1958 – ocorreram ontem cinquenta anos - faleceu em Angra o Dr. Francisco Garcia da Rosa, que foi vigário da Paróquia da Conceição, daquela cidade , Cónego da Sé e professor do Seminário. Era natural da freguesia de São João Baptista, desta Ilha.
Sobre o erudito picoense, diz o Cónego José Augusto Pereira, no seu trabalho já citado, que o Dr. Garcia da Rosa publicou em “A União” (5 –Agosto - 1937) um trabalho sobre A Restauração Artística de uma Igreja Notável, referindo-se à Igreja de São Sebastião da Ilha Terceira. Desenvolvendo o mesmo assunto, apresentou ao Congresso Açoriano em Lisboa (realizado em Lisboa em 1938), um trabalho intitulado Uma velha igreja gótica na Ilha Terceira. E publicou a conferência, que em 1939, pronunciara no Teatro Micaelense, a quando da deslocação do Orfeão de Angra, sob o título: Origem, decadência e Restauração da Polifonia Sacra. E diversos estudos históricos no Boletim do I.A.C. Em 1943, publicou a Oração de Sapiência, intitulada “Maria Santíssima e as Belas Artes", proferida na abertura solene do Seminário de Angra no ano lectivo de 1942-43.
O Dr. Garcia da Rosa faleceu há precisamente cinquenta anos. No entanto é justo que, nesta ocasião, lhe preste a minha sincera homenagem, pois trata-se de uma figura que sempre me dispensou grande amizade e que muito respeitei mas que, infelizmente, anda esquecida.
Outros há que merecedores são de igual lembrança, porém, ela não cabe na crónica de hoje. Mas, nunca os esquecerei.
O movimento bibliográfico é notável para uma ilha de 15 mil habitantes. São vários os escritores picoenses da actualidade. Alguns deles de notável craveira intelectual. Uns da lei da morte se foram libertando ; mas há ainda aqueles que estão na pujança do seu talento e da sua cultura e vem publicando obras, de géneros vários, que honram e dignificam a cultura açoriana e continental.
Mais de três centenas de títulos arquivo nas minhas modestas estantes, de autores picoenses. E eles são naturais de todas as freguesias da ilha. Desde o conto, a poesia, o romance, o ensaio, a história... Dá gosto compulsá-los de vez em quando e deleitarmo-nos com a sua leitura.
Diz o conhecido Cónego Pereira no seu magnifico trabalho “Padres Açorianos –Bispos -Publicistas - Religiosos”, Angra, 1939, que Fr. João da Fé – picoense – que viveu no século dezoito, professou na Ordem de S. Francisco e foi Lente e Guardião do Convento da Horta, logo que o mesmo foi construído. Depois passou a Provincial da sua Ordem, nos Açores. Publicou: “Panegírico ao muito alto e Poderoso Rei de Portugal, D. João V, pregado na festa da sua gloriosa aclamação que celebrou a fidelíssima ilha do Faial, aos 25 de Abril de 1707. "
Trata-se, pois, do primeiro trabalho impresso, que se conhece, da autoria de um picoense. E tantos outros se seguiram...
No dia 14 de Novembro de 1958 – ocorreram ontem cinquenta anos - faleceu em Angra o Dr. Francisco Garcia da Rosa, que foi vigário da Paróquia da Conceição, daquela cidade , Cónego da Sé e professor do Seminário. Era natural da freguesia de São João Baptista, desta Ilha.
Sobre o erudito picoense, diz o Cónego José Augusto Pereira, no seu trabalho já citado, que o Dr. Garcia da Rosa publicou em “A União” (5 –Agosto - 1937) um trabalho sobre A Restauração Artística de uma Igreja Notável, referindo-se à Igreja de São Sebastião da Ilha Terceira. Desenvolvendo o mesmo assunto, apresentou ao Congresso Açoriano em Lisboa (realizado em Lisboa em 1938), um trabalho intitulado Uma velha igreja gótica na Ilha Terceira. E publicou a conferência, que em 1939, pronunciara no Teatro Micaelense, a quando da deslocação do Orfeão de Angra, sob o título: Origem, decadência e Restauração da Polifonia Sacra. E diversos estudos históricos no Boletim do I.A.C. Em 1943, publicou a Oração de Sapiência, intitulada “Maria Santíssima e as Belas Artes", proferida na abertura solene do Seminário de Angra no ano lectivo de 1942-43.
O Dr. Garcia da Rosa faleceu há precisamente cinquenta anos. No entanto é justo que, nesta ocasião, lhe preste a minha sincera homenagem, pois trata-se de uma figura que sempre me dispensou grande amizade e que muito respeitei mas que, infelizmente, anda esquecida.
Outros há que merecedores são de igual lembrança, porém, ela não cabe na crónica de hoje. Mas, nunca os esquecerei.
(crónica lida no programa da RDP-Açores MANHÃS DE SÁBADO).
Ver também o trabalho de Ermelindo Ávila, sobre o mesmo tema publicado em Figuras & Factos, vol.I pag 69.
Vila das Lajes, 15 de Novembro de 2008 Ermelindo Ávila
Vila das Lajes, 15 de Novembro de 2008 Ermelindo Ávila
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