Há vinte e cinco anos (1883), celebrando o centenário da Festa de Nossa Senhora de Lourdes, foi instituída nesta vila a “Semana dos Baleeiros”, embora esse designativo viesse a aplicar-se somente alguns anos mais tarde. Antes era a “Semana de Nossa Senhora de Lourdes”.
Nesse ano e para a celebração desse acontecimento a Vila das Lajes preparou-se com afã e entusiasmo: alindaram-se as respectivas moradias, melhoraram-se arruamentos, deu-se um ar de festa ao burgo que, assim preparado, celebrou com entusiasmo o faustoso acontecimento.
Foi organizado o Grupo Coral das Lajes do Pico, sob a direcção social e artística do Maestro Manuel Emílio Porto, grupo que tantas noites de glória tem trazido, neste quarto de século, a esta terra.
No corrente ano, como aliás já disse em anteriores textos publicados neste jornal, ocorrem dois factos notáveis e que merecem e devem ser devida e convenientemente lembrados pelos lajenses. Refiro os cento e cinquenta anos das Aparições da Virgem em Lourdes e os cento e vinte e cinco anos da celebração da primeira festa da Virgem Aparecida, nesta Vila das Lajes, hoje designada também por Vila Baleeira. E a Festa é das Lajes. Foram os lajenses que a criaram. São os lajenses que sempre a têm realizado ao longo destes cento e vinte e cinco anos.
Cabe, pois, a todos os Lajenses – Autoridades concelhias e população – celebrar esse duplo acontecimento com dignidade, brilho e entusiasmo, mantendo uma tradição que já vem dos nossos avós. Tem de continuar com a mesma fé e entusiasmo, não só pelos lajenses como até dos picoenses que sempre tiveram uma devoção especial pela Senhora de Lourdes das Lajes. Convêm não esquece-lo. Tanto mais que, nestes dias, está presente em tantas famílias lajenses a memória dos seus antepassados que foram baleeiros, que sempre foram os entusiastas promotores das celebrações anuais. Mas, felizmente, ainda há lajenses que foram baleeiros e que, na ocasião da Procissão, estão presentes no largo da Pesqueira, para homenagear com sentimento e emoção Aquela senhora que os salvou em ocasiões de perigo.
Embora se trate de um duplo acontecimento religioso que muito dignifica a alma do povo picoense, as festividades externas realizam-se desde os primeiros instantes, embora ao jeito dos tempos. E os anteriores não menos dispendiosos eram dos que agora se levam a efeito.
Os arraiais nocturnos com iluminação “à veneziana”, para o qual se trabalhava com semanas de antecedência, concertando as armações e forrando as lanternas com papel de cores diversas; fazendo os muitos arcos de verdura que engalanavam as ruas, presos em rijos mastros, encimados por coloridas bandeiras. Não faltava o fogo preso, com artísticas peças fabricadas por pirotécnicos de Angra e, mais tarde, desta ilha. E para não falar no alojamento gratuito, em casas particulares, dos membros das filarmónicas vindas, normalmente do Faial e, alguns anos, da Ilha de São Jorge.
Hoje a ilha do Pico possui magníficas Filarmónicas e os transportes terrestres permitem deslocações rápidas, sem necessidade de alojamentos. A menos que se recebam filarmónicas de outras ilhas ou do continente, como por vezes acontece.
Mas as festas externas tomaram outra feição e já não se dispensam os artistas de fados e canções, os conjuntos musicais escolhidos e contratados no continente e outras atracções mais.
E, fazendo parte do programas da “Festas Cívicas”, há uma componente cultural que já fez tradição e que é sempre muito apreciada por um escol de lajenses e de visitantes, que fez tradição. Refiro as sessões culturais, com conferências, lançamento de livros e/ou exibições de grupos artísticos, incluindo o nosso Grupo Coral.
Estamos, praticamente a dois meses da realização da Festa de Nossa Senhora de Lourdes. Igualmente da “Semana dos Baleeiros”, que já faz parte do calendário turístico da Região, embora por vezes de forma “apagada”. Naturalmente que a Associação Cultural Terra Baleeira e o Município das Lajes do Pico já tem o programa das festas organizado. Mas importa que os lajenses também colaborem, alegrando as respectivas moradias e dando à vila aquele aspecto festivo que é indispensável para o êxito da Festa de Nossa Senhora de Lourdes e Semana dos Baleeiros, a Festa por excelência dos lajenses.
Neste ano muito especial, deixo aqui, muito singelamente, esse apelo.
Vila Baleeira,
Junho de 2008
Ermelindo Ávila
Nesse ano e para a celebração desse acontecimento a Vila das Lajes preparou-se com afã e entusiasmo: alindaram-se as respectivas moradias, melhoraram-se arruamentos, deu-se um ar de festa ao burgo que, assim preparado, celebrou com entusiasmo o faustoso acontecimento.
Foi organizado o Grupo Coral das Lajes do Pico, sob a direcção social e artística do Maestro Manuel Emílio Porto, grupo que tantas noites de glória tem trazido, neste quarto de século, a esta terra.
No corrente ano, como aliás já disse em anteriores textos publicados neste jornal, ocorrem dois factos notáveis e que merecem e devem ser devida e convenientemente lembrados pelos lajenses. Refiro os cento e cinquenta anos das Aparições da Virgem em Lourdes e os cento e vinte e cinco anos da celebração da primeira festa da Virgem Aparecida, nesta Vila das Lajes, hoje designada também por Vila Baleeira. E a Festa é das Lajes. Foram os lajenses que a criaram. São os lajenses que sempre a têm realizado ao longo destes cento e vinte e cinco anos.
Cabe, pois, a todos os Lajenses – Autoridades concelhias e população – celebrar esse duplo acontecimento com dignidade, brilho e entusiasmo, mantendo uma tradição que já vem dos nossos avós. Tem de continuar com a mesma fé e entusiasmo, não só pelos lajenses como até dos picoenses que sempre tiveram uma devoção especial pela Senhora de Lourdes das Lajes. Convêm não esquece-lo. Tanto mais que, nestes dias, está presente em tantas famílias lajenses a memória dos seus antepassados que foram baleeiros, que sempre foram os entusiastas promotores das celebrações anuais. Mas, felizmente, ainda há lajenses que foram baleeiros e que, na ocasião da Procissão, estão presentes no largo da Pesqueira, para homenagear com sentimento e emoção Aquela senhora que os salvou em ocasiões de perigo.
Embora se trate de um duplo acontecimento religioso que muito dignifica a alma do povo picoense, as festividades externas realizam-se desde os primeiros instantes, embora ao jeito dos tempos. E os anteriores não menos dispendiosos eram dos que agora se levam a efeito.
Os arraiais nocturnos com iluminação “à veneziana”, para o qual se trabalhava com semanas de antecedência, concertando as armações e forrando as lanternas com papel de cores diversas; fazendo os muitos arcos de verdura que engalanavam as ruas, presos em rijos mastros, encimados por coloridas bandeiras. Não faltava o fogo preso, com artísticas peças fabricadas por pirotécnicos de Angra e, mais tarde, desta ilha. E para não falar no alojamento gratuito, em casas particulares, dos membros das filarmónicas vindas, normalmente do Faial e, alguns anos, da Ilha de São Jorge.
Hoje a ilha do Pico possui magníficas Filarmónicas e os transportes terrestres permitem deslocações rápidas, sem necessidade de alojamentos. A menos que se recebam filarmónicas de outras ilhas ou do continente, como por vezes acontece.
Mas as festas externas tomaram outra feição e já não se dispensam os artistas de fados e canções, os conjuntos musicais escolhidos e contratados no continente e outras atracções mais.
E, fazendo parte do programas da “Festas Cívicas”, há uma componente cultural que já fez tradição e que é sempre muito apreciada por um escol de lajenses e de visitantes, que fez tradição. Refiro as sessões culturais, com conferências, lançamento de livros e/ou exibições de grupos artísticos, incluindo o nosso Grupo Coral.
Estamos, praticamente a dois meses da realização da Festa de Nossa Senhora de Lourdes. Igualmente da “Semana dos Baleeiros”, que já faz parte do calendário turístico da Região, embora por vezes de forma “apagada”. Naturalmente que a Associação Cultural Terra Baleeira e o Município das Lajes do Pico já tem o programa das festas organizado. Mas importa que os lajenses também colaborem, alegrando as respectivas moradias e dando à vila aquele aspecto festivo que é indispensável para o êxito da Festa de Nossa Senhora de Lourdes e Semana dos Baleeiros, a Festa por excelência dos lajenses.
Neste ano muito especial, deixo aqui, muito singelamente, esse apelo.
Vila Baleeira,
Junho de 2008
Ermelindo Ávila
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