Estão a chegar ao fim, pelo que nos é dado observar, os trabalhos de construção da futura marina – porquê, somente “porto de recreio” ? -- do porto das Lajes do Pico. Tudo faz crer que aquele espaço, conquistado à lagoa interior, com óptimo resultado, poderá ser utilizado pela navegação de recreio ainda no corrente ano, o que não deixa de ser uma excelente valia para a Vila Baleeira dos Açores.
Está também a concluir-se a ampliação do Museu dos Baleeiros, que vai trazer àquele instituição melhores condições de funcionalidade.
Mas, para que o turismo se possa implantar nesta terra e venha a ser um factor económico de assinalada valia, importa que outros empreendimentos se realizem com brevidade, pois só assim, todo o conjunto estrutural poderá ser convenientemente utilizado e ser um forte elemento de progresso e desenvolvimento a renovar a economia local.
Interessante o que no Pico se tem feito no sector hoteleiro, principalmente no chamado turismo rural e nas residenciais, já que os hotéis, infelizmente, andam daqui arredados, (propositadamente?) evitando que até as entidades regionais daqui se afastem pela carência de camas condizentes com a categoria dos ocupantes…
Porque se tem protelado a construção do Hotel previsto para o Mistério? Porque se evitou a construção de um estabelecimento hoteleiro junto do parque de campismo?
Um parque jamais poderá substituir um hotel. Demais os ocupantes, durante o verão, são grupos de estudantes, nacionais ou estrangeiros, ou outros visitantes de recursos económicos limitados e que pouco contribuem para a economia local.?!
Afastar qualquer construção de interesse público do meio urbano da vila é contribuir para o seu atrofiamento e aniquilamento. É preciso que isso se compreenda e se tenha em consideração, sem prejuízo do seu património artístico e da sua classificação de zona urbana histórica.
Todavia o turismo não exige somente bons hotéis, devidamente classificados e equipados, servidos por profissionais experientes e simpáticos.
O Whale Watching é uma atracção de comprovados êxitos, mal grado a concorrência de que vai sofrendo. Mas até esses que vêm para observar baleias e outros animais marinhos que aqui, na nossa frente, estacionam meses e anos, pouco se demoram, ou raramente pernoitam, na sua quase totalidade por falta de hotel nas Lajes. Isto sem esquecer a “Aldeia da Fonte”, algo desviada.
O turista deseja, também, ocupar os chamados tempos livres. Aqui recorda-se uma vez mais a necessidade de concluir o campo de golfe. A propósito, chega-nos a notícia de que a empresa “Picogolfe” encontrou novo proprietário que adquiriu “uma participação na Picogolfe com vista ao desenvolvimento de um campo de golfe e um Resort nas Lajes do Pico…”
Mas não há somente que providenciar sobre os momentos de lazer. Algo mais há que ter em atenção, como ainda há dias diziam os intervenientes no programa semanal da RTP, “Prós e Contras”. Cada ilha deve dispor de serviços de saúde capazes de atenderem não somente os casos resultantes de sinistros ocasionais como de outras doenças que surjam ao visitante durante a sua estadia na ilha. E esses serviços não devem ficar simplesmente pela transferência, (embora rápida), em transporte adequado, para uma das ilhas “capitais”. Isso não aceita o visitante estrangeiro, habituado a ter junto da residência a assistência imediata para qualquer caso de doença que lhe surja.
Tudo isso deve ter-se em consideração, se queremos promover as ilhas da Região e nela explorar um turismo eficiente e positivamente promotor de melhoria económica.
A Ilha do Pico, com um potencial turístico enorme, que quase desconhecido e mal aproveitado anda, tem de ser considerada com medidas, embora de excepção, eficientes e rápidas, se não desejamos ver passar ao largo um bem que à Ilha pertence.
Sabemos que “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, mas cruzar os braços perante um potencial que, noutras bandas, seria avaramente aproveitado, não deixa de nos causar pena e angústia. Há quantos anos estamos a alertar os Poderes Públicos, sem que haja alguém que nos dê atenção!
Saibamos “vender” por bom preço aquilo que é nosso, que muito é e muito vale: as paisagens, dominadas pela alta montanha, os pôr de sol, o ar que respiramos, a água que bebemos e usamos, o clima ameno e confortável, as frutas deliciosas que mal aproveitadas são, esses mairoços que se espalham pelas terras e que são um testemunho eloquente dos muitos penares e canseiras dos nossos avós que tanto lutaram para nos deixarem os campos verdejantes, as vinhas e as pastagens que ainda desfrutamos… afinal, esse extraordinário património que aí está, agora mal aproveitado e quase abandonado.
Todavia chega-nos a notícia de que o Pico é a 5ª Ilha Mundial em potencialidades turísticas. Será por isso que investidores estrangeiros estão a adquirir terrenos na ilha, por interpostos compradores? Ao menos consta…
Vila Baleeira dos Açores,
Abril de 2008
Ermelindo Ávila
Está também a concluir-se a ampliação do Museu dos Baleeiros, que vai trazer àquele instituição melhores condições de funcionalidade.
Mas, para que o turismo se possa implantar nesta terra e venha a ser um factor económico de assinalada valia, importa que outros empreendimentos se realizem com brevidade, pois só assim, todo o conjunto estrutural poderá ser convenientemente utilizado e ser um forte elemento de progresso e desenvolvimento a renovar a economia local.
Interessante o que no Pico se tem feito no sector hoteleiro, principalmente no chamado turismo rural e nas residenciais, já que os hotéis, infelizmente, andam daqui arredados, (propositadamente?) evitando que até as entidades regionais daqui se afastem pela carência de camas condizentes com a categoria dos ocupantes…
Porque se tem protelado a construção do Hotel previsto para o Mistério? Porque se evitou a construção de um estabelecimento hoteleiro junto do parque de campismo?
Um parque jamais poderá substituir um hotel. Demais os ocupantes, durante o verão, são grupos de estudantes, nacionais ou estrangeiros, ou outros visitantes de recursos económicos limitados e que pouco contribuem para a economia local.?!
Afastar qualquer construção de interesse público do meio urbano da vila é contribuir para o seu atrofiamento e aniquilamento. É preciso que isso se compreenda e se tenha em consideração, sem prejuízo do seu património artístico e da sua classificação de zona urbana histórica.
Todavia o turismo não exige somente bons hotéis, devidamente classificados e equipados, servidos por profissionais experientes e simpáticos.
O Whale Watching é uma atracção de comprovados êxitos, mal grado a concorrência de que vai sofrendo. Mas até esses que vêm para observar baleias e outros animais marinhos que aqui, na nossa frente, estacionam meses e anos, pouco se demoram, ou raramente pernoitam, na sua quase totalidade por falta de hotel nas Lajes. Isto sem esquecer a “Aldeia da Fonte”, algo desviada.
O turista deseja, também, ocupar os chamados tempos livres. Aqui recorda-se uma vez mais a necessidade de concluir o campo de golfe. A propósito, chega-nos a notícia de que a empresa “Picogolfe” encontrou novo proprietário que adquiriu “uma participação na Picogolfe com vista ao desenvolvimento de um campo de golfe e um Resort nas Lajes do Pico…”
Mas não há somente que providenciar sobre os momentos de lazer. Algo mais há que ter em atenção, como ainda há dias diziam os intervenientes no programa semanal da RTP, “Prós e Contras”. Cada ilha deve dispor de serviços de saúde capazes de atenderem não somente os casos resultantes de sinistros ocasionais como de outras doenças que surjam ao visitante durante a sua estadia na ilha. E esses serviços não devem ficar simplesmente pela transferência, (embora rápida), em transporte adequado, para uma das ilhas “capitais”. Isso não aceita o visitante estrangeiro, habituado a ter junto da residência a assistência imediata para qualquer caso de doença que lhe surja.
Tudo isso deve ter-se em consideração, se queremos promover as ilhas da Região e nela explorar um turismo eficiente e positivamente promotor de melhoria económica.
A Ilha do Pico, com um potencial turístico enorme, que quase desconhecido e mal aproveitado anda, tem de ser considerada com medidas, embora de excepção, eficientes e rápidas, se não desejamos ver passar ao largo um bem que à Ilha pertence.
Sabemos que “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, mas cruzar os braços perante um potencial que, noutras bandas, seria avaramente aproveitado, não deixa de nos causar pena e angústia. Há quantos anos estamos a alertar os Poderes Públicos, sem que haja alguém que nos dê atenção!
Saibamos “vender” por bom preço aquilo que é nosso, que muito é e muito vale: as paisagens, dominadas pela alta montanha, os pôr de sol, o ar que respiramos, a água que bebemos e usamos, o clima ameno e confortável, as frutas deliciosas que mal aproveitadas são, esses mairoços que se espalham pelas terras e que são um testemunho eloquente dos muitos penares e canseiras dos nossos avós que tanto lutaram para nos deixarem os campos verdejantes, as vinhas e as pastagens que ainda desfrutamos… afinal, esse extraordinário património que aí está, agora mal aproveitado e quase abandonado.
Todavia chega-nos a notícia de que o Pico é a 5ª Ilha Mundial em potencialidades turísticas. Será por isso que investidores estrangeiros estão a adquirir terrenos na ilha, por interpostos compradores? Ao menos consta…
Vila Baleeira dos Açores,
Abril de 2008
Ermelindo Ávila
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