A propósito da utilização do antigo edifício do matadouro, tive ocasião de trazer aqui algumas das obras executadas pelo Município, naquela zona da vila das Lajes. Nesse texto fiz alguns reparos sem destinatário aparente, muito embora as entidades responsáveis hajam, naturalmente, “enfiado a carapuça”, como soe dizer-se…
Deixei de referir a velha “Casa da Maricas do Tomé”, não por esquecimento, porque esse lapso não seria possível perante um mamarracho que, todos os dias, está na nossa frente. É que não compreendi ainda qual a entidade responsável por tão dramática situação. O prédio foi adquirido, há anos passados, pelo Município, para, ao que constou, ali serem instalados serviços públicos, parte deles da responsabilidade da Região. Hoje desconhece-se qual o destino que lhe vai ser dado, pois parece que a Região, por aquilo que se vai vendo por aí, não está interessada em ocupar aquele e nele construir qualquer imóvel.
Demais, há edifícios que, embora pertencentes à Região ou ao Estado(?) estão igualmente a caminhar para o abandono. Concretamente, refiro a antiga casa da Alfândega, adquirida na década de trinta para instalação do Posto Aduaneiro. Extinto este, com a abolição das barreiras alfandegárias, para ali foi a Secção da Guarda-Fiscal, posteriormente extinta, concentrando-se os respectivos guardas em São Roque do Pico .
Quando o edifício foi adquirido, o Estado restaurou-o e mobilou-o. Não faltaram os utensílios de cozinha, as louças e outros equipamentos da sala de jantar, as roupas dos quartos, etc. Qualquer funcionário que para aqui fosse transferido encontrava a residência completamente recheada do necessário para a sua vida doméstica. Onde tudo isso foi parar?
Naquele “rico” imóvel, agora desocupado, porque não instalar os Serviços de Finanças, que ainda ocupam instalações acanhadas do antigo Convento Franciscano? Centralizavam-se esses serviços no centro da vila, com grande comodidade para os contribuintes, tal como aconteceu recentemente com os Serviços dos Registos e Notariado, e dava-se uma ocupação condigna a um edifício de excelente traça, construído no século dezanove por família morgadia.
E a casa da Maricas do Tomé? Um óptimo imóvel do princípio do século dezanove, mandado construir por João Pereira de Lacerda, pai do Dr. João Soares de Lacerda. Foi, depois, adquirido por José Joaquim Machado, pai da referida Maricas do Tomé, assim conhecida por haver casado com Tomé Vieira Alves. Neste prédio, na ala do Norte funcionou durante muitos anos a escola primária do sexo masculino e, depois, do sexo feminino. No rés-do-chão esteve a oficina de funileiro de Arnaldo Silva.
Situada, como fica, no centro histórico da Vila, bem merece um melhor tratamento. Causa pena o abandono e o aspecto que apresenta. Pelo que nos é dado observar, parece ameaçar ruína. E quando esta se der, vítimas haverá a lamentar! Que me engane no presságio…
E aqui deixo uma sugestão: Porque não construir no local, embora aproveitando a traça primitiva, edifício condigno para instalação dos Paços do Concelho, já que o edifício do antigo Convento Franciscano é propriedade do Estado, ao que se sabe? Uma maneira excelente de trazer para a Vila os Serviços Municipais, com grandes vantagens para o respectivo funcionamento. (A Câmara voltava, assim, ao “Meio da Vila”, onde foi construída, pelos povoadores, a primeira Casa da Câmara.)
Nas “Grandes Opções do Plano do Município para 2008”, constato que estão previstas diversos empreendimentos não apenas para a sede do concelho mas sobretudo para as outras freguesias. Congratulo-me. Nas vila das Lajes está prevista “a construção de um Mercado Municipal (centro de comércio de produtos locais e estrutura de apoio à realização de feiras ou mercados de produtos locais em diferentes pontos do Concelho); projecto com execução em 2008 e construção a iniciar-se em 2009”. Onde ficará situado? É a pergunta que deixo. No Plano é referido o “Teatro na Vila”. Já está definido o local? E porque não sujeitar o projecto ao debate público?
E as indústrias hoteleiras, estruturas básicas do desenvolvimento turístico?
A Vila é a sala de visitas do concelho e, como tal, merece um tratamento adequado. Não se esqueça…
Vila das Lajes,
Maio de 2008
Ermelindo Ávila
Deixei de referir a velha “Casa da Maricas do Tomé”, não por esquecimento, porque esse lapso não seria possível perante um mamarracho que, todos os dias, está na nossa frente. É que não compreendi ainda qual a entidade responsável por tão dramática situação. O prédio foi adquirido, há anos passados, pelo Município, para, ao que constou, ali serem instalados serviços públicos, parte deles da responsabilidade da Região. Hoje desconhece-se qual o destino que lhe vai ser dado, pois parece que a Região, por aquilo que se vai vendo por aí, não está interessada em ocupar aquele e nele construir qualquer imóvel.
Demais, há edifícios que, embora pertencentes à Região ou ao Estado(?) estão igualmente a caminhar para o abandono. Concretamente, refiro a antiga casa da Alfândega, adquirida na década de trinta para instalação do Posto Aduaneiro. Extinto este, com a abolição das barreiras alfandegárias, para ali foi a Secção da Guarda-Fiscal, posteriormente extinta, concentrando-se os respectivos guardas em São Roque do Pico .
Quando o edifício foi adquirido, o Estado restaurou-o e mobilou-o. Não faltaram os utensílios de cozinha, as louças e outros equipamentos da sala de jantar, as roupas dos quartos, etc. Qualquer funcionário que para aqui fosse transferido encontrava a residência completamente recheada do necessário para a sua vida doméstica. Onde tudo isso foi parar?
Naquele “rico” imóvel, agora desocupado, porque não instalar os Serviços de Finanças, que ainda ocupam instalações acanhadas do antigo Convento Franciscano? Centralizavam-se esses serviços no centro da vila, com grande comodidade para os contribuintes, tal como aconteceu recentemente com os Serviços dos Registos e Notariado, e dava-se uma ocupação condigna a um edifício de excelente traça, construído no século dezanove por família morgadia.
E a casa da Maricas do Tomé? Um óptimo imóvel do princípio do século dezanove, mandado construir por João Pereira de Lacerda, pai do Dr. João Soares de Lacerda. Foi, depois, adquirido por José Joaquim Machado, pai da referida Maricas do Tomé, assim conhecida por haver casado com Tomé Vieira Alves. Neste prédio, na ala do Norte funcionou durante muitos anos a escola primária do sexo masculino e, depois, do sexo feminino. No rés-do-chão esteve a oficina de funileiro de Arnaldo Silva.
Situada, como fica, no centro histórico da Vila, bem merece um melhor tratamento. Causa pena o abandono e o aspecto que apresenta. Pelo que nos é dado observar, parece ameaçar ruína. E quando esta se der, vítimas haverá a lamentar! Que me engane no presságio…
E aqui deixo uma sugestão: Porque não construir no local, embora aproveitando a traça primitiva, edifício condigno para instalação dos Paços do Concelho, já que o edifício do antigo Convento Franciscano é propriedade do Estado, ao que se sabe? Uma maneira excelente de trazer para a Vila os Serviços Municipais, com grandes vantagens para o respectivo funcionamento. (A Câmara voltava, assim, ao “Meio da Vila”, onde foi construída, pelos povoadores, a primeira Casa da Câmara.)
Nas “Grandes Opções do Plano do Município para 2008”, constato que estão previstas diversos empreendimentos não apenas para a sede do concelho mas sobretudo para as outras freguesias. Congratulo-me. Nas vila das Lajes está prevista “a construção de um Mercado Municipal (centro de comércio de produtos locais e estrutura de apoio à realização de feiras ou mercados de produtos locais em diferentes pontos do Concelho); projecto com execução em 2008 e construção a iniciar-se em 2009”. Onde ficará situado? É a pergunta que deixo. No Plano é referido o “Teatro na Vila”. Já está definido o local? E porque não sujeitar o projecto ao debate público?
E as indústrias hoteleiras, estruturas básicas do desenvolvimento turístico?
A Vila é a sala de visitas do concelho e, como tal, merece um tratamento adequado. Não se esqueça…
Vila das Lajes,
Maio de 2008
Ermelindo Ávila
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