terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Obras e Obras

O Governo Regional e os Municípios anunciaram os Planos para o ano corrente, a executar na Ilha do Pico.
Quem se der ao trabalho de ler esses exaustivos programas fica ao corrente das intenções dos gestores regionais e municipais. Com tais documentos pretendem dar satisfação às reivindicações das populações, feitas desde longa data e que só agora, no final dos mandatos, parece que vão ser realizadas. Todavia, fico-me na dúvida de que tais projectos venham a ser concretizados, pois faz-se saber que os Serviços Públicos estão quase “insolventes” e que a maior parte das receitas vão ser encaminhadas para satisfazer os encargos com as dívidas contraídas nos estabelecimentos bancários. Mas, a dar como certo que os programas serão postos em execução, julgo que somente deverão ser iniciados os processos de empreitadas uma vez que, dada a burocracia a que estão sujeitos, nem para o fim do ano estarão concluídos.
A Secretaria do Ambiente traz em execução a empreitada de construção do molhe de defesa da Vila, uma obra que tem merecido o aplauso dos lajenses, mas ele só beneficiará a parte Norte deixando a descoberto a zona Sul, com a agravante de continuar sujeita aos ciclones e “enchentes” do mar do Sul. Além disso, não se vê que a ligação provisória do muro do Caneiro ao molhe em execução ou conclusão, seja considerada, muito embora se saiba, pelo que por aí constou, que está nas intenções da Secretaria manter essa ligação, necessitando apenas da elaboração e aprovação do projecto respectivo. Mas, isso dizia-se há um ano. Decorridos mais de doze meses, pergunta-se: Em que situação se encontra tal projecto?
Não se trata somente de uma obra complementar. Trata-se de um pequeno molhe que vai permitir, como já se verifica, a formação de uma bacia capaz de receber embarcações de avantajado calado e a segurança daquelas outras que permaneçam anualmente na bacia interior.
Foi pena que o projecto não tivesse o aceleramento desejado, permitindo que a empresa empreiteira tomasse a responsabilidade da construção como “obras a mais”, se é que a actual legislação contempla essa modalidade.
Importa, no entanto, prosseguir com as obras de defesa da Vila. A segurança dos seus habitantes exige que o Governo tenha isso em consideração prioritária. Parar na execução da defesa da Vila é contribuir para o mal estar da população que há muito vem reclamando, com toda a justiça, que se lhe dê um mínimo de condições para “dormir descansada”.
É indispensável assegurar a defesa dos edifícios que se situam na parte Sul da Vila. Se tal se vier a realizar, dar-se-á tranquilidade às pessoas que nela habitam e, sobretudo, a necessária segurança ao edifício da Escola Preparatória e Secundária, que merece ser garantida, evitando-se que a veleidade de alguns que, ao que consta, por acaso não residem na área urbana (chamemos-lhe assim), pretendem que o edifício seja abandonado e se construa um novo imóvel longe da Vila, provocando nela seu completo despovoamento. Já por diversas vezes manifestei a minha discordância pelo facto de se pretender, sem qualquer razão plausível, abandonar um edifício que foi inicialmente construído pela Câmara Municipal e que, - adaptando-se o da Ponta da Ilha para a instalação do curso preparatório, - pela diminuição da frequência de alunos, ficará com espaço suficiente para dar resposta às exigências do ensino actual.
Quando resolve a Câmara Municipal a situação dos terrenos destinados a um campo de golfe? Não será tempo demasiado esperar que a empresa, antiga concessionária, se resolva a abandonar a detenção da posse daqueles terrenos que, aliás, são propriedade municipal e que, ao que constou, lhe foram cedidos a título precário e sem qualquer retribuição? Com o impasse que se verifica, ficarão o concelho e a ilha privados de usufruir um complexo de vital importância para o desenvolvimento do turismo, indústria que, parece, vai ser o sustentáculo da economia picoense, e não só, num futuro muito próximo.
A Vila das Lajes tem de ser olhada com carinho e respeito. Há zonas abandonadas e em degradação, que necessitam ser recuperadas, e outras que podem ser ocupadas por edificações, evitando-se a fuga dos casais para as periferias.
E só mais esta pergunta, aliás inofensiva: Porque não incorporar na parte urbana a zona do ramal, que já foi denominado “Eng.º. Arantes e Oliveira”, (cuja placa toponímica desapareceu) sem que nenhuma investigação se houvesse realizado) proporcionando-se a construção de edifícios para habitação e, vamos lá, se se “teimar” na construção de um novo edifício escolar, implantá-lo naquela zona?
Vila Baleeira, Jan.º de 2008
Ermelindo Ávila

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Plenamente de acordo com o que aqui desempoeiradamente ficou exposto.