NOTAS
DO MEU RETIRO
Volto
no ritmo que me é possivel (e o leitor que desculpe a deficiência…)
a este meu instrumento de trabalho (quando posso ainda trabalho…),
para rabiscar umas notas referentes a assuntos que bailam
constantemente no meu pensamento e que desejaria tratá-los com a
devida clareza e erudição, o que já não é possível.
Durante
muitos anos, as ruas, canadas e veredas tinham o nome que a tradição
lhes atribuía: Rua Direita, Rua do Conde, do Conselheiro, etc.
A
vila das Lajes, sob o aspecto toponímico, tem a classificação
merecida. Estão assinalados os sítios principais com placas que
elucidam os transeuntes das zonas onde se encontram. Para além
destas, existem monumentos e bustos, e os nomes de ruas passaram a
ser utilizados para homenagear certas personalidades ou registar
acontecimentos notáveis. É desta forma que aparecem por cá as ruas
já referidas e outras como a Rua do P. Xavier Madruga, o Largo
General Lacerda Machado e outros mais.
O
primeiro monumento a ser erguido data de 1940, um cruzeiro dedicado à
Independência e Restauração de Portugal. Trata-se de uma obra, com
projecto do desenhador António Garcia, trabalhada em basalto da
Terra, por Artistas lajenses, e inaugurada em 1 de Dezembro de 1940.
Uma placa que nela existia indicava a razão da sua colocação. O
camartelo, como em outros feitos, encarregou-se de a retirar, talvez
porque, desde a sua colocação ou aquisição, apresentava umas
fendas, sem prejuízo da leitura dos dizeres…
É
tempo de voltar a colocar a que lá se encontrava, ou outra, não
interessa. O monumento tem de estar assinalado. Assim é um desleixo
que não se pode consentir. E não há responsáveis?
Todos
devem respeitar os bens públicos.
Em
1960, na Maré, local onde desembarcou o primeiro povoador, foi
levantada pela Câmara Municipal uma coluna a lembrar o feito dos
portugueses, em 1 de Dezembro de 1640, por cópia da que existe no
Monte Brasil, em Angra do Heroismo, da autoria de António Garcia
Pedro, lajense radicado naquela cidade.
Mais
recentemente, entendeu a autarquia, alterar o monumento, demolindo-o
e passando a uma coluna de quatro faces.
Como
monumentos nacionais devidamente classificados, conserva-se também a
Ermida (antiga paroquial) de S. Pedro e o Castelo (Forte) de Santa
Catarina.
No
Largo Lacerda Machado presta-se homenagem a dois insignes lajenses,
com a ereção dos respectivos bustos: Bispo de Macau, Dom João
Paulino de Azevedo e Castro e General Francisco Soares de Lacerda
Machado. Da Toponímia lajense, além de outros, fazem parte os nomes
de Garcia Gonçalves Madruga e do Vigário Gonçalves Madruga, a quem
foram confiscados os bens pela justiça de Castela.
Outras
homenagens deviam ser prestadas, se o espaço fosse maior e
apropriado… Mesmo assim, trata-se de uma plêiade ilustre de
personalidades e acontecimentos que prestigiam e enaltecem a história
do pequeno burgo, o primeiro que, na segunda ilha maior e a mais alta
de Portugal, foi instalada por gentes do Infante. Um acontecimento
relevante da História que não pode ser esquecido, nem ignorado.
Lajes
do Pico,
28
Fev.2018
E.
Avila