domingo, 17 de julho de 2016

É bom saber agradecer...

Notas do meu cantinho



Sempre procurai agradecer qualquer gesto, fala ou dádiva. E se nem sempre o faço, atempadamente, é porque uma razão forte me impede de fazê-lo. É o caso presente... Mas vamos ao que importa.
Três vezes visitei o Canadá. Mais propriamente Toronto. Sempre fui recebido e tratado com gentilezas tamanhas que nunca poderei esquecer. Hoje, já não posso voltar àquela jovem e progressiva Nação. Razões fortes me impedem de fazer a viagem. Àquela e a outras terras da Diáspora, como sempre foi meu desejo, embora nunca desejasse emigrar... Creio que já isto escrevi. Se o fiz, nada impede que o repita. Cito mesmo uma frase latina, que o explica: Quod abundat, non nocet.
A última vez que fui a Toronto, foi em 2007. Acompanhei o Doutor Sérgio Ávila, meu neto, no lançamento do livro “A balada das baleias” de que ele é autor, conjuntamente com o Sidónio Bettencourt e comigo.
Nessa ocasião, seguiu também o Grupo Coral das Lajes do Pico, da regência do malogrado Maestro, e brilhante musicólogo e compositor, Manuel Emílio Porto. Recordo, embora seja para esquecer, a maneira pouco... “aceitável” como a Presidente da Câmara de Toronto (nem já recordo o nome) recebeu o Grupo Coral (que talvez julgou tratar-se de um simples grupo folclórico), mandando preparar um recinto ao ar livre, embora coberto com um toldo, para a exibição do Grupo, quando este, pela sua categoria artística, merecia melhor tratamento. Mas isso também aconteceu numa cidade açoriana há anos passados. E que só revela a “incultura” musical, digamos, de quem recebeu o categorizado grupo... Mas, hoje, só refiro por acidente o aludido.
Em Toronto, por mera casualidade, assistimos à inauguração da nova sede da Casa dos Açores e foi lá que teve lugar o dito lançamento de “A Balada das Baleias”.
Nessa ocasião recebi convite da minha conterrânea que presidia à sociedade Clube Asas do Atlântico, cujos sócios eram, em boa quantidade, picoenses. E lá fui, muito gostosamente, recebido com as maiores atenções. Era um domingo e creio que se “festejava” uma “matança de porco” à maneira açoriana.
O salão estava repleto de associados e convidados, todos saboreando morcelas, torresmos, fígado e outras iguarias mais, tudo cozinhado por gentes açorianas. No palco, já preparados e “pendurados”, cinco ou seis suínos, que haviam sido abatidos para o efeito.
E enquanto o repasto continuava – lá fui encontrar muitos conhecidos, entre eles recordo ainda Monsenhor Resendes, pároco da paróquia portuguesa de Mississauga, - alguns indivíduos procediam ao leilão de pedaços – por vezes um quarto dos suínos - que alguns arrematavam para conservarem nas “arcas” domésticas.
Depois de uma pequena saudação a toda a numerosa assistência foi-me servida a refeição. Apetitosa e apreciada que foi!
Os canadianos não esqueceram este conterrâneo. Há dias duas senhoras, que residem em Toronto e por aqui passaram em visita de saudade, deixaram na minha residência uma mensagem referindo a homenagem que me prestaram em Abril, acompanhada da placa em anexo.
E com o coração nas mãos, aqui deixo a todos, os que tomaram parte na noite regional e igualmente ao Grupo de Teatro As nossas Raízes, o meu sincero, cordeal e profundo reconhecimento por tão simpática quão imerecida homenagem.
Deus lhes pague!

S/ C- em Lajes do Pico,
Junho de 2016.

Ermelindo Ávila

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