Verdade que marcaram novos encontros: “Até ao ano, se Deus quiser”, disseram uns. Outros, com mais animo, um simplesmente “até amanhã”.
Até amanhã ou até o ano, é sempre a mesma saudade da partida que fica e vai em muitos. E todos os anos assim acontece. E todos os anos uns partem para não mais voltarem...
A angústia e a saudade permanecem naqueles que ficam...
Acabaram as Festas para voltarem no ano que vem. Foram preparadas com entusiasmo e dedicação por aqueles que assumiram a responsabilidade de as realizar. E que bem que elas se realizaram! Nos templos ou fora deles, houve animação, alegria, confraternização e encontros felizes. E isso somente, pois não consta que algum desacato ou nota menos digna houvesse acontecido. Felizmente, quer na Madalena, em São Roque ou nas Lajes. É, convictamente o afirmo, assim acontecerá no futuro.
É uma nota simpática que se regista com algum orgulho e aplauso. Os picoenses são assim: podem ter as suas questiúnculas, de palavras, mas são ordeiros, acolhedores, simpáticos no trato com os estranhos ou visitantes, sejam eles nacionais ou estrangeiros. É por isso que por aí os encontramos, já fixados, instalados com seus comércios, simpáticos no trato e respeitadores.
Para as suas terras de residência partiram os amigos, os familiares que por lá se estabeleceram ou alcançaram os empregos necessários à subsistência da vida. Às escolas, secundárias ou superiores, estão regressando os estudantes para mais um ano de trabalho intelectual, na preparação de um futuro que, almejo, seja próspero e risonho. Alguns deles, pela primeira vez, deixaram a casa paterna para nunca mais... Agora só de visita, pois as expectativas de colocação, no final dos cursos, passo a ser uma incógnita temerosa.
Um dia também parti. Parti e voltei mas jamais esquecerei esses anos de saudade e de sofrimento, pela ausência dos pais, irmãos, e outros familiares e pela terra que nunca esqueci...
E por aqui fico com as minhas tristezas e com o poeta popular que um dia assim se expressou: “ Quem parte leva saudades./ Quem fica saudades tem”. Ou esta outra; “Saudades, tenho saudades,/ saudades tenho de alguém./ Saudades da minha terra /saudades da minha mãe!.”
Vila das Lajes.
31 de Agosto de 2010
Ermelindo Ávila
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