Quando se presta a homenagem que é devida e merecida, a Mestre Francisco José Machado e/ou à Família dos Mestres Experientes ou Machados ?
As Lajes do Pico pode orgulhar-se de possuir a patente de invenção da Canoa Baleeira, que agora só é utilizada em regatas locais, nacionais e internacionais.
A história da sua criação anda por aí, nem sempre de harmonia com a verdade. Convém por isso repeti-la, para que justiça seja feita a quem teve a ideia de substituir a antiga baleeira importada dos Estados Unidos da América por um novo tipo, maior, mais elegante e veloz.
E vou repetir o que anteriormente escrevi sobre este assunto (Crónicas da Minha Ilha, Vol. II, ´pag.82 – 2002):
Francisco José Machado desde novo teve a vocação para a construção naval. Não encontrando quem o quisesse ensinar, abalançou-se a construir uma pequena embarcação que registou na Delegação Marítima com o nome de “Experiência”. Daí passou a ser conhecido por “Mestre Experiente”.
Depois, servindo-se de uma canoa baleeira daquelas que então eram importadas dos Estados Unidos, construiu a primeira canoa, muito mais aperfeiçoada e elegante, e que denominou de “São José”. Mas volto ao que escrevi há seis anos, e repito: “Foi este artista que construiu o primeiro bote ou canoa baleeira nos Açores, embora tomando por modelo, que soube aperfeiçoar com arte e esmerada técnica, as canoas que, até então, eram importadas dos Estados Unidos da América.“
Barco de uma elegância e beleza estética, que ainda hoje não existe outra que a iguale. Tanto assim, que o Museu de New Bedford (ou outra entidade americana, não posso afirmá-lo, neste momento) mandou construir, por um calafate picoense, o Mestre João Silveira Tavares, de Santa Cruz das Ribeiras, duas canoas para a sua escolta de regatas à vela e a remos.
Depois do Mestre Francisco José, - que, além de outras canoas e embarcações, também construiu as lanchas de passageiros e carga, “Lourdes” e “Hermínia”, as quais, durante dezenas de anos, prestaram óptimos serviços às populações do Sul do Pico e Faial, - os filhos Manuel José Machado, António José Machado e Joaquim José Machado continuaram a construir canoas, lanchas motorizadas e bateis de pesca. Nas Lajes, dedicou-se a igual actividade António dos Santos Fonseca, construindo. na década de vinte, a “Margarida”, primeira lancha baleeira e, depois, algumas canoas, entre elas a “Liberdade” e a “Maria Celeste”. E, pelo Pico além, foram surgindo outros calafates, cujas canoas tinham por modelo aquela que primeiro havia construído o mestre Francisco José Machado. E construíram-se canoas para todas as Ilhas dos Açores e Madeira, onde se explorava a caça à baleia.
As Lajes do Pico pode orgulhar-se de possuir a patente de invenção da Canoa Baleeira, que agora só é utilizada em regatas locais, nacionais e internacionais.
A história da sua criação anda por aí, nem sempre de harmonia com a verdade. Convém por isso repeti-la, para que justiça seja feita a quem teve a ideia de substituir a antiga baleeira importada dos Estados Unidos da América por um novo tipo, maior, mais elegante e veloz.
E vou repetir o que anteriormente escrevi sobre este assunto (Crónicas da Minha Ilha, Vol. II, ´pag.82 – 2002):
Francisco José Machado desde novo teve a vocação para a construção naval. Não encontrando quem o quisesse ensinar, abalançou-se a construir uma pequena embarcação que registou na Delegação Marítima com o nome de “Experiência”. Daí passou a ser conhecido por “Mestre Experiente”.
Depois, servindo-se de uma canoa baleeira daquelas que então eram importadas dos Estados Unidos, construiu a primeira canoa, muito mais aperfeiçoada e elegante, e que denominou de “São José”. Mas volto ao que escrevi há seis anos, e repito: “Foi este artista que construiu o primeiro bote ou canoa baleeira nos Açores, embora tomando por modelo, que soube aperfeiçoar com arte e esmerada técnica, as canoas que, até então, eram importadas dos Estados Unidos da América.“
Barco de uma elegância e beleza estética, que ainda hoje não existe outra que a iguale. Tanto assim, que o Museu de New Bedford (ou outra entidade americana, não posso afirmá-lo, neste momento) mandou construir, por um calafate picoense, o Mestre João Silveira Tavares, de Santa Cruz das Ribeiras, duas canoas para a sua escolta de regatas à vela e a remos.
Depois do Mestre Francisco José, - que, além de outras canoas e embarcações, também construiu as lanchas de passageiros e carga, “Lourdes” e “Hermínia”, as quais, durante dezenas de anos, prestaram óptimos serviços às populações do Sul do Pico e Faial, - os filhos Manuel José Machado, António José Machado e Joaquim José Machado continuaram a construir canoas, lanchas motorizadas e bateis de pesca. Nas Lajes, dedicou-se a igual actividade António dos Santos Fonseca, construindo. na década de vinte, a “Margarida”, primeira lancha baleeira e, depois, algumas canoas, entre elas a “Liberdade” e a “Maria Celeste”. E, pelo Pico além, foram surgindo outros calafates, cujas canoas tinham por modelo aquela que primeiro havia construído o mestre Francisco José Machado. E construíram-se canoas para todas as Ilhas dos Açores e Madeira, onde se explorava a caça à baleia.
Com a proibição da caça, as canoas, foram adquiridas pelo Governo Região e distribuídas por diversas entidades, incluindo Juntas de Freguesia, que passaram a utilizá-las em regatas desportivas. Daí não veio nem vem mal algum. Só se não compreende que, sendo embarcações que tiveram um destino específico, fossem distribuídas por portos onde, ao que julgo, nunca existiu a actividade baleeira.
Em regatas, sempre foram utilizadas as canoas baleeiras, e basta trazer aqui o que escreve Marcelino de Lima nos “Anais do Município da Horta”, referindo-se à visita de Suas Majestades o Rei Dom Carlos e a Rainha D. Amélia, em 28 de Junho de 1901: “ Diversos arcos triunfais se levantaram nas ruas do trajecto (do Cais â Câmara Municipal), destacando-se o armado pelas companhias baleeiras.” “No segundo dia, depois de ouvir missa, visitaram os navios estrangeiros, seguindo depois para bordo do S. Gabriel, donde assistiram a uma regata à vela e a remos, de canoas baleeiras e embarcações de recreio.” Sabe-se que venceram as regatas as canoas do porto das Lajes e tão agradado ficou Dom Carlos, que ofereceu às armações lajenses, participantes nas regatas, uma canoa baleeira.
O cientista, Professor Almeida Langhans, há anos de passagem nesta Vila, entrevistou o construtor Manuel Alves Machado, neto do Mestre Francisco José Machado, que lhe fez uma descrição bastante pormenorizada da construção da canoa baleeira.(Existe uma cópia desse documento no Museu dos Baleeiros).
O Professor Langhans refere-se a “esse portento da arquitectura naval que é a Canoa Baleeira Açoriana”, ou esse espantoso bote, que é a canoa baleeira e que outros cientes já consideraram como a embarcação mais bela do Mundo. Será? Assim o creio..
Felizmente, uma das canoas construídas pela Família Machado,- a “Santa Teresinha” - está arrecadada e exposta no Museu dos Baleeiros. Mas é pena que as canoas tenham saído do seu “meio ambiente” e fossem parar a outros portos sem qualquer tradição baleeira. Ao menos que as conservem como rico património histórico de uma actividade que foi florescente e que, hoje ainda, mal conhecida é.!
Já agora e a propósito: quando se presta a homenagem que é devida e merecida a Mestre Francisco José Machado e/ou à família dos Mestres Experientes ou Machados?
Vila Baleeira,
21 de Julho de 2008
Ermelindo Ávila
Em regatas, sempre foram utilizadas as canoas baleeiras, e basta trazer aqui o que escreve Marcelino de Lima nos “Anais do Município da Horta”, referindo-se à visita de Suas Majestades o Rei Dom Carlos e a Rainha D. Amélia, em 28 de Junho de 1901: “ Diversos arcos triunfais se levantaram nas ruas do trajecto (do Cais â Câmara Municipal), destacando-se o armado pelas companhias baleeiras.” “No segundo dia, depois de ouvir missa, visitaram os navios estrangeiros, seguindo depois para bordo do S. Gabriel, donde assistiram a uma regata à vela e a remos, de canoas baleeiras e embarcações de recreio.” Sabe-se que venceram as regatas as canoas do porto das Lajes e tão agradado ficou Dom Carlos, que ofereceu às armações lajenses, participantes nas regatas, uma canoa baleeira.
O cientista, Professor Almeida Langhans, há anos de passagem nesta Vila, entrevistou o construtor Manuel Alves Machado, neto do Mestre Francisco José Machado, que lhe fez uma descrição bastante pormenorizada da construção da canoa baleeira.(Existe uma cópia desse documento no Museu dos Baleeiros).
O Professor Langhans refere-se a “esse portento da arquitectura naval que é a Canoa Baleeira Açoriana”, ou esse espantoso bote, que é a canoa baleeira e que outros cientes já consideraram como a embarcação mais bela do Mundo. Será? Assim o creio..
Felizmente, uma das canoas construídas pela Família Machado,- a “Santa Teresinha” - está arrecadada e exposta no Museu dos Baleeiros. Mas é pena que as canoas tenham saído do seu “meio ambiente” e fossem parar a outros portos sem qualquer tradição baleeira. Ao menos que as conservem como rico património histórico de uma actividade que foi florescente e que, hoje ainda, mal conhecida é.!
Já agora e a propósito: quando se presta a homenagem que é devida e merecida a Mestre Francisco José Machado e/ou à família dos Mestres Experientes ou Machados?
Vila Baleeira,
21 de Julho de 2008
Ermelindo Ávila
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