sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

E UM NOVO ANO VAI CHEGAR

NOTAS DO MEU CANTINHO
                                                                                                                                                                                                                                                                                     Está no fim o ano de 2015. Um ano cheio de acontecimentos vários, como aliás são todos os anos que passam. Mas este, na realidade, foi bastante amargo para a humanidade. Basta fazer um exame retrospectivo e verificar os acontecimentos, os mais díspares e que ocorreram durante 2015. E deixo para trás os acontecimentos políticos que a bem poucos agradaram.
          Ainda agora, já no mês que está a findar, violentas tempestades assolaram algumas Ilhas açorianas, causando sérios prejuízos. Aqui no Pico, quase uma semana estivemos sem ligações para o exterior, quer marítimas quer aéreas.
          Um violento incêndio, e diga-se de passagem que sinistros dessa natureza não são muito frequentes, destruiu completamente um importante complexo comercial, em São Roque do Pico, causando sérios e avultados prejuízos.
          No Oriente, mantêm-se uma guerra fratricida, que está a causar, como acontece em todas, as mais funestas consequências, não se encontrando para ela qualquer solução. A Síria, o Irão, o Iraque, o Líbano, estão há quatro anos em permanente guerra, agora auxiliados pela Rússia, que ainda conserva as ambições diabólicas da antiga União Soviética. E, na opinião de alguns críticos internacionais, só a América do Norte pode pôr termo a tamanha carnificina, pois é sabido que nenhuma das nações da União Europeia tem influência nem capacidade militar para intervir no conflito islâmico.
          O terrorismo que já chegou à França e anos atrás se manifestou horrorosamente em New York, é uma ameaça continua, que pode a qualquer momento rebentar nas nações mais pacíficas.
          E vem a seguir a avalanche de refugiados que diariamente chegam à Europa, com certeza o maior flagelo da época actual. Viajam em condições dramáticas e não raro acontecem os naufrágios. Pedem refúgio em qualquer nação europeia. Portugal já recebeu o primeiro grupo. E se é de justiça acolher essa avalanche que diariamente aporta às nações mediterrânicas, os refugiados não deixam de ser um problema muito sério para as nações de acolhimento. Vêm aumentar o desemprego. Trazem consigo hábitos e costumes muito diferentes dos europeus. Um “modus vivendi” completamente alheio ao nosso, que se manifesta no convívio, na língua, na religião, no trajar e que revelam um autêntico atraso na civilização que praticam.
          O movimento das pessoas é um direito sagrado. E se é um gesto de simples caridade receber e acolher esses que fogem a uma guerra, com gravíssimas consequências sociais e materiais, importante é também ter alguma cautela com esses, agora denominados “refugiados”, para que não sejam eles a “impor” a sua  primitiva civilização.
          Portugal, e quem diz Portugal diz igualmente as Ilhas, embora beneficiem de um regime autónomo, está em crise política, social, económica. Deixo a primeira para trás. Fico pela social e económica, dado que esta se reflecte perfidamente naquela. As falências bancárias, o encerramento de empresas comerciais, a causar desastrosamente o desemprego, o êxodo da emigração que este provoca e, para os que ficam, o chamado custo de vida: os baixos salários, o aumento das tributações estatais, o elevado custo dos géneros de primeira necessidade, a alimentação, o vestuário, o calçado.
          Apesar disso é um acto de justiça que não deve esquecer-se, o acolhimento dos refugiados e tantos são crianças e idosos, que vêm forçados a abandonar as casas, as terras onde nasceram, os seus hábitos, costumes e até a tradicional religião, para escaparem com vida em terras estranhas.
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          Dentro de poucas horas o calendário apresentará o novo ano de 2016. O que será ele?  Os conflitos e as guerras vão continuar. A economia com todos os seus reflexos na vida social, laboral, familiar, vai manter-se em baixo nível. O desemprego vai aumentar. A fome vai agravar-se. A doença vai-se propagando e os hospitais vão-se tornando cada vez mais incapazes de responder às solicitações das enfermidades que se vão multiplicando em razão das precárias condições de vida. O flagelo do desemprego vai manter-se ou aumentar, atingindo principalmente a classe etária mais jovem e incitando à emigração, deixando as terras abandonadas, os velhos nos asilos e as maternidades vazias…
          Até quando?
          Apesar de tudo, aqui deixo, sinceramente, os meus votos de um ano de 2016 muito feliz.

Lajes do Pico
31 de Dezembro de 2015

Ermelindo Ávila

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