Notas do meu
cantinho
Procurei, no último domingo, estar
bastante calmo e aguardar o desfecho da grande “contenda”, sem sobressaltos.
Gosto de futebol. É o único desporto que me provoca
certo entusiasmo, mas procuro assistir às competições que a TV nos “oferece”
sem preocupações de espécie alguma. A minha idade já bastante avançada e a
caminhar para o ocaso, não aconselha e nem permite grandes entusiasmos. E
domingo, dispus-me a não ser diferente.
Nunca pratiquei qualquer desporto
embora saiba apreciar alguns. Nem na minha infância. Quando foi organizado o
Clube Desportivo Lajense, uma instituição lajense a caminhar para o século, -
criado por alvará de 28 de Abril de 1924, 92 anos são decorridos - limitava-me
a ir de fugida ao “juncal” ajudar a carrear material, com outros miúdos, para a
terraplanagem do futuro campo. Mas isso passou, pois outras andanças
percorri...
Nem mesmo quando andei ausente da
terra-mater, por razão de estudos... Jogava o Lusitânia, o Sport Angrense, o
Marítimo, entre si ou com os grupos que passavam, vindos de S. Miguel ou
Madeira, mas muita vezes nem sabia o resultado, pois ver os jogos era pecado de bradar aos céus. Mas isso
fica para trás, entregue ao esquecimento...
Domingo, Portugal viveu um grande dia
de futebol. A vitória da selecção nacional portuguesa empolgou toda a Nação,
desde os mais altos dirigentes, e os milhares e milhares de portuguesas da
Diáspora. O Mundo inteiro que acompanhava o desenrolar do Campeonato Europeu vibrou, como jamais se viu. As bandeiras de Portugal flutuavam, em progressão,
por toda a parte. As estações da Rádio e da TV transmitiam o Hino Nacional, que
todos os portugueses, sem qualquer distinção – social ou política –
acompanhavam com vibrante entusiasmo. Uma festa! Uma grande festa, como há
muito não se via em Portugal! Aquele golo de Éder jamais será esquecido!
O entusiasmo delirante, mas comedido,
dos portugueses foi uma autêntica lição, que não pode nem deve ser esquecida.
Portugal esteve unido, aos milhares, por toda a parte. Os verde-vermelho da
Bandeira das Quinas, os cachecóis, os galhardetes, flutuavam, ordeiramente, em
manifestação festiva. E não havia uma voz discordante: Só se ouvia PORTUGAL! Era lindo. Uma lição magnífica
para toda a gente de todas as idades. Uma lição ímpar, como há muito não se via
em Portugal, repito.
Nada parecido com as manifestações arruaceiras
que, de dias-a-dias, saem às ruas das cidades portuguesas, gritando “slogans”
há muito “estafados” e que, por vezes, causam pejo e vergonha...
É preciso que os portugueses não
esqueçam a lição, grande lição de Domingo, que principiou ao anoitecer de
domingo em Paris e continuou vinte e quatro horas depois, em terras de Santa
Maria: PORTUGAL! PORTGAL! PORTUGAL!
LAJES
DO PICO,
14-8-2016.
Ermelindo Ávila
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